tag:blogger.com,1999:blog-36523190588581978082023-12-25T05:42:22.320-03:00Deitando o gato na grelhaReceitas de churrasco como ele tem que ser. Sem frescura e sem rodeios. <br>Porque malandro é o Gato, que já nasceu de bigode.Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.comBlogger158125tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-72065276272309605362023-04-17T16:36:00.004-03:002023-04-17T16:36:38.929-03:00Churrasco da gente, perigo iminente<p> Há quem diga que uma imagem vale mais do que mil palavras. Há quem diga que escreveu e não leu, o pau comeu. E há quem diga que água no imbigo, sinal de perigo.</p><p>Cada qual com o seu digamos.</p><p>Então eu aproveito o reflexivo momento para ressuscitar o comandante Amilton e PÕE NA TELA essa churrasqueira muito louca aí:<br /><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjugm8iOxB7ZcvdLQEluv2PEm5-QkBnCzr5r7kFZ_JUCZ797XeqsoWt6uPjHm_fQqPtFrktV5IM5eHJCuHD0pPPGmzbUmB2KkFkYqy9HMdfCUBvwu6BfDRZVBXCEEaHnwkJranFaNHgDwCkHS3PMrXUthaMssaLh8dXs3LhqgQOu0mniJ0lwlZ4BO9Iiw/s1280/WhatsApp%20Image%202023-04-17%20at%2016.00.43.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjugm8iOxB7ZcvdLQEluv2PEm5-QkBnCzr5r7kFZ_JUCZ797XeqsoWt6uPjHm_fQqPtFrktV5IM5eHJCuHD0pPPGmzbUmB2KkFkYqy9HMdfCUBvwu6BfDRZVBXCEEaHnwkJranFaNHgDwCkHS3PMrXUthaMssaLh8dXs3LhqgQOu0mniJ0lwlZ4BO9Iiw/w400-h225/WhatsApp%20Image%202023-04-17%20at%2016.00.43.jpeg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Base madeira sobre base de telha.</div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEime4hQPX8VaMQmD_SY5wuXeM1jDHS4ErdskXls4LMXXUFeNewIGtvPU3F0SUs-Af-Wp4cmybKS92Cigj5fXcobFebJzR0ANN7onMR-WkOn-jDnkM1gPNasrryNAu0qY5h6mtxD9tueepzzLLE0Mjdg72FU6zQOxo7UtPrm5VibGIbvtE7cLunwCjhBMg/s1280/WhatsApp%20Image%202023-04-17%20at%2016.00.44.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1280" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEime4hQPX8VaMQmD_SY5wuXeM1jDHS4ErdskXls4LMXXUFeNewIGtvPU3F0SUs-Af-Wp4cmybKS92Cigj5fXcobFebJzR0ANN7onMR-WkOn-jDnkM1gPNasrryNAu0qY5h6mtxD9tueepzzLLE0Mjdg72FU6zQOxo7UtPrm5VibGIbvtE7cLunwCjhBMg/w400-h225/WhatsApp%20Image%202023-04-17%20at%2016.00.44.jpeg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Se isso não é viver perigosamente, eu não sei o que é</div><div><br /></div>Essa aí toda lascada na foto é a minha churrasqueira. Cê lembra quando eu falei que era maior legal roubar tijolo e montar churrasqueira tipo Origami? <div><br /></div><div>Nem precisa lembrar, eu te conto aqui mesmo. Neste mesmo blog velho de guerra, nós já fizemos churrasco em churraca de tijolo roubado. Em churraca elétrica. Em churraca responsa, e pode acreditar: Até em churrasqueira de papel a gente já queimou gato. </div><div><br /></div><div>Tá duvidando? Então toma essa, malandrão: https://deitadonagrelha.blogspot.com/search?q=churrasqueira</div><div><br /></div><div>Não me volte aqui enquanto não ler tudo hein?</div><div><br /></div><div>Vai lá que o pai espera.</div><div><br /></div><div>Então, essa churrasqueira da foto é a churraca da minha casa. Ou o melhor que eu consegui fazer no quesito pessoas-não-entendidas-de-engenharia-praticando-engenharia.</div><div><br /></div><div>Ludicamente e flertando alegremente com a água no imbigo, fui montando a churrasqueira com tudo o que me apareceu pela frente. </div><div><br /></div><div>Deu nisso aí.</div><div><br /></div><div>Porque ela tá em cima da tela de amianto? Não sei.</div><div>Porque tem telha de amianto em cima da casinha do cachorro? Pra tampar o cachorro, essa tá fácil.</div><div>Porque eu fiz uma base de pallet? Não sei.</div><div>Porque eu deixei o pallet manco? Pra tentar nivelar o desnível do telhado da telha de amianto da casa do cachorro.</div><div>Porque não ficou nivelada? Porque não sei. Mas sei que sempre damos um jeito, por isso nivelei com pezinhos de tijolo.</div><div>Mas porque diabos a base de madeira? Isso não pega fogo?</div><div><br /></div><div>Pega. As marcas embaixo dela são as cicatrizes de uma idéia mal sucedida num churrasco que tive que apagar na base do desespero. Mas sem estragar a carne e sem os convidados perceberem.</div><div><br /></div><div>Vou dar uma pausa nessa obra de arte de fazer Niemayer chorar na pia pra contar essa do fogo.</div><div><br /></div><div>Fazia muito tempo que eu não fazia um churrasco. Eu não tinha uma churrasqueira e tinha sobrado uns tijolos em casa, fruto de uma obra que acabou. </div><div><br /></div><div>Então o gênio do Tetris aqui achou que era só sair empilhando tijolo como antes e a churrasqueira simplesmente se materializava. Antes funcionava assim.</div><div><br /></div><div>Mas eu tou ficando velho, meu geriátrico leitor. E não sei nem mais jogar Ludo, quanto mais montar uma churrasqueira.</div><div><br /></div><div>Então eu achrei esse pallet perneta na oficina (sim, eu tenho uma oficina!! invejem-me hahaha) e achei que seria uma boa idéia colocar em cima da casinha do cachorro.</div><div><br /></div><div>O que tem me deixado deveras preocupado, porque bebado é capaz de montar churrasqueira até no berço do bebê se precisar. Mas eu não posso mais beber por conta do transplante, mas continuo fazendo merda. Agora sem a bebida pra botar a culpa. </div><div><br /></div><div>Uma vez posicionado o pallet e montado o origami de churrasco em cima, eu vi toda aquela madeira no fundo e realmente achei que não ia ser uma boa idéia simplesmente tacar fogo ali. Então, brilhantemente, decidi colocar lá uma lajota dessas de piso, oriundas de sobras da mesma obra.</div><div><br /></div><div>Porque pedreiro nunca acerta na quantidade de material hein? Ou eles avaliam pra menos e ficam de braço cruzado esperando vc se virar pra comprar mais, ou te mandam comprar tijolo pra contruir o taj mahal, quando você só quer cobrir uma fossa.</div><div><br /></div><div>Enfim, cobri com as lajotas e meti fogo na bomba. Sucesso.</div><div><br /></div><div>De repente, escuto uma explosão PÁ dentro da churrasqueira. </div><div><br /></div><div>Todos os convidados olharam, eu disse que foi um sal que caiu na brasa (um sal do tamanho de um abacate, só se for) e enganei todo mundo.</div><div><br /></div><div>Mas eu sabia que aquele barulho tinha sido alguma cagada que eu fiz. E foi.</div><div><br /></div><div>Minutos depois do estouro, começa a sair uma fumaça por debaixo da churrasqueira. Era o pallet entrando em inevitável combustão.</div><div><br /></div><div>Convidados assustados e o churrasqueiro desesperado tentando dizer que tava tudo certo, que era um eucalipto que eu tinha colocado lá só pra dar um cheiro. Mas era o pallet mesmo.</div><div><br /></div><div>Pinus queimando. Pinus cheio de tratamento anti cupim, anti infiltração, anti isso e tudo que é anti saudável subindo pra carne dos amigos.</div><div><br /></div><div>Amalacadamente, peguei um regador de plantas, daquele tipo Flit, enchi de água e fui controlando o incêndio.</div><div><br /></div><div>Me senti na rede globo. Incêndio controlado, tou pronto pra virar dublê. SQN.</div><div><br /></div><div>Bom, o churrasco acabou, todo mundo comeu muita carne com veneno, conservante, verniz marítimo e tudo que não presta. </div><div><br /></div><div>Ninguém morreu. </div><div><br /></div><div>Bom, o fato é que neste final de semana a churraca voltou a funcionar. Desta vez, eu cobri o fundo dela de areia e pedrinhas, mais uma vez, fruto da total falta de noção do pedreiro. </div><div><br /></div><div>Sem incêndio. Saiu costela bovina, costela suína, linguiça cuiabana, espeto, queijo coalho.</div><div><br /></div><div>Sem fumaça, sem gosto de Matox, sem perigo e sem glamour.</div><div><br /></div><div>Agora que esta espelunca voltou a funcionar, além dos amigos, os gatos e a sogra se darem bem, sinto que vou precisar de uma churrasqueira nova. </div><div><br /></div><div>Um dia ela vem. Por enquanto, continuamos adicionando emoção à vida dos participantes dos meus churrascos com a combinação telha-madeira-fogo e muita emoção.</div><div><br /></div><div>Alguém conhece uma loja ou fabricante em promoção?</div>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-57381445489126380422023-03-21T01:06:00.002-03:002023-03-22T05:31:05.584-03:00Sob nova direção<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIm8dAEC0b4u3cioYTxBK66GnFzFmyE89m8kgvnbGRS9_zRVFncvzcLEbY6ud6d2LVwi86p5opd9Xxrpg7oGlp_QKBgnVBo-1cp_ND46NPaHl0eSpFLn-drxUxzT-rI9ZxHfF4j1BAgzTVoTISpzf91vfZ1XGuVRSqCPgwak1BPDJncnQMbKF_vCXenA/s1920/DEITANDO%20O%20GATO.png" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1920" height="252" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIm8dAEC0b4u3cioYTxBK66GnFzFmyE89m8kgvnbGRS9_zRVFncvzcLEbY6ud6d2LVwi86p5opd9Xxrpg7oGlp_QKBgnVBo-1cp_ND46NPaHl0eSpFLn-drxUxzT-rI9ZxHfF4j1BAgzTVoTISpzf91vfZ1XGuVRSqCPgwak1BPDJncnQMbKF_vCXenA/w448-h252/DEITANDO%20O%20GATO.png" width="448" /></a></div><br />Já começo este post no melhor estilo Gato na Grelha, que você já conhece desde os idos de 2009: mentindo. Aqui a coisa funciona assim: a gente mente na cara dura e você que se amalandre pra não cair na nossa conversa.<p></p><p>A parada é que não tem nada aqui sob nova direção. Esta porcaria tem dono e vocês vão ter que me engolir [\zagallo]. Um dono malemolentemente relapso, mas tem um dono.</p><p>Isso aqui é praticamente um cachorro de mendigo: tá mal cuidado, tá pulguento, tá com fome, toma chuva e dorme no papelão, mas não larga o dorme-sujo de jeito nenhum. E por muito mais de 10 anos esse pulguento aqui tem perambulado atrás de mim, pedindo um pouco de atenção e um osso de galinha de vez em quando.</p><p>Logo, eu e essa casa muito engraçada sem teto e sem nada nos amamos. Aí essa coisa toda de amor escoando pelas ventas me coloca numa situação decerto delicada. Porque eu amo isso aqui.</p><p>Aí você, o mais amado dos leitores, vem até aqui e lê as mal colocadas colocações que escrevo sem o menor compromisso com o bom português. Nem com a verdade.</p><p>E quando você lê o Gato na Grelha, o Gato na grelha te ama. O cachorro, no caso, é o Gato na Grelha. Gosto de acreditar que tenha exercitado esse seu neurônio malfalado nos ultimos 10 anos e esteja entendendo o meu pensamento.</p><p>Só que se eu amo o Gato na Grelha e o Gato na Grelha te ama, eu fico com ciúmes de você.</p><p>De você e de outros dois milhões, cento e nove mil, quatrocentos e setenta e cinco outras pessoas. Tomei este susto quando vi as estatísticas do blog nesta linda manhã de domingo. </p><p>O que me coloca numa situaçõa mais delicada ainda.</p><p>E pensando em <strike>mulheres, dinheiro e iate</strike> servir bem pra servir sempre, aliado a um conjunto de fatores tranquilos e favoráveis, me fizeram sentir vontade de despejar meus mais desconexos pensamentos gastronômicos aqui novamente. E aqui estamos de volta.</p><p>Antes de entender porque voltamos, seria justo que gente mentirosa como nós aproveitássemos o sublime momento pra expor alguns fatos. E lá vão eles:</p><p>- Eu escrevia aqui com bastante frequencia, porque eu tinha uma vida e uma rotina bastante propícias para isso.</p><p>- Só que a minha vida, nem sempre sob meu comando navegou por mares nunca dantes navegados e aí ficou impossível dar andamento a esta nada nobre obra literária.</p><p>- Churrasco, pra mim, virou raridade. Escrever sobre churrasco, então... nem em sonho.</p><p>Como deve se portar todo mendigo de bem, continuei me alimentando mal e fazendo uso abusivo de álcool e outras substâncias que se encontram à venda em todo boteco porco que se preze.</p><p>E o excesso de cerveja vagabunda, torresmo, ovo rosa, bolovo e salsicha à milanesa me deixaram doente.</p><p>Doente pra caraio. E essa parte aqui não é mentira não.</p><p>Fiquei doente de ficar amigo do enfermeiro da UTI. De saber o número do prontuário de cor. De saber nome de remédio além da Dipirona. De se ferrar grandão.</p><p>De fazer um transplante de fígado.</p><p>Isso não é mentira. Aqui a gente mente a rodo, mas sempre avisa quando tá mentindo. </p><p>Então este que vos escreve é um ser sem dinheiro, sem moral e que não é dono nem do próprio fígado.</p><p>Se você acha que dá pra manter amizade com gente assim, continua aqui. Se não confia e se não continar lendo o Gato na Grelha, meu amigo dono do meu fígado vai puxar o seu pé. Esse cara é parceiro, tipo um anjo da guarda só que ao contrário. </p><p>Ele teve a linda e bondosa idéia de avisar a família que gostaria de doar seus órgãos. Eu tava lá na UTI num estado deplorável precisando de um. Batemos um papo legal, assinamos o DUT e agora ambos partilhamos de um fígado semi-novo.</p><p>Talvez em posts anteriores eu tenha falado sobre judiar do figão ou algo do tipo. Eu tava falando do outro fígado, tá? Aquele foi pra universidade ser estudado pelos alunos por algum professor que mostra que não se deve fazer cagada com a própria saúde a ponto de seu fígado parecer um pacote de whiskas sachê.</p><p>Eu falo bem do meu fígado semi-novo. Meu amigo aqui tem a vaidade dele, né? Sempre bom dar aquela enaltecida nos amigos. Ainda mais um que salvou a sua vida.</p><p>Aproveita e fala pra sua família que você também quer doar esse seu corpinho gostoso. Recomendo doar apenas somente após a morte, ok? Mas não perde a chance de fazer alguma coisa que preste e doa isso tudo aí. Você salva umas 8 vidas e fica todo mundo feliz. Menos você que morreu, mas melhor doar do que deixar pra minhoca comer, ok?</p><p>Tá dada a dica. </p><p>Voltando ao ponto, eu dizia que a gente - eu e ele, gostamos de loucas aventuras e de meter a cara no fogo. Tem risco? Tou dentro, é o que diz meu parceiro aqui. Como eu também digo, decidimos juntos que era a hora de retomar a vida de churrasqueiros e preparar muita carne e todo tipo de guloseimas pra você.</p><p>Como minha vida acabou virando uma democracia onde eu e ele temos que decidir tudo juntos, nós resolvemos mudar algumas diretrizes aqui nesta espelunca.</p><p>Vem comigo que eu te conto:</p><p><b>Ana Maria Braga</b><br />Outrora muito sacaneada aqui, não mais será. A partir deste momento, dona Ana vira nossa musa, nossa inspiração, nossa Deusa. </p><p>Primeiro que ela virou uma senhorinha e não fica mais inventando sorvete de creme com picanha na TV. Ela se limita a falar - sem mexer a boca - suas mensagens motivacionais toda manhã. <br /></p><p>"ACORDA ALZARENTO ESCOVA ESSES DENTE SENÃO EU TE CUBRO DE PORRADA". Minha mãe era muito mais eficiente em motivar a rapazeada logo pela manhã, mas a dona Ana tá fazendo o melhor que pode. Merece respeito.</p><p>Agora falando sério, eu passei perrengues inomináveis no meu transplante, e sei o que é vencer uma doença. ou enfrentar de peito aberto. E a Ana Maria Braga venceu não um, mas DOIS cânceres. E depois de tudo o que eu passei, não posso não apoiar e respeitar uma lutadora assim. </p><p>Respeito define.</p><p><b>Gatos</b><br />A vida, esse jumento desembestado ca gente nas costa é um bicho tão dois que eu, que nunca tinha tido gato, agora tenho um monte. E contando.</p><p>O principal e queridão aqui é o Whisky. Um gato absolutamente maluco que protagoniza altas fanfarrices numa casa muito louca. Vocês ouvirão muito falar dele.</p><p>A irmã dele é a Tequila. Acho que esses nomes dão uma dica de porque eu fiz um transplante de fígado. Enfim. </p><p>A Tequila é uma gatinha linda, gordinha, manhosa e tagarela. Não é louca como o Whisky, mas é louca de outra maneira. Vocês ouvirão falar dela.</p><p>Tem o Gerente, um gato que invadiu a minha oficina e resolveu morar lá. O Gerente é um gato barrigudo, vesgo, rabo curto mas muito simpático. Esse vai ser mais presente, uma vez que ele mora onde fica a churrasqueira e às vezes até dorme dentro dela.</p><p>Aí no quintal ainda tem a Luna, a Marina, o Frajola, a Pantera e até bem pouco tempo atrás tinha o Cara de Minhoca, que fugiu e nunca mais voltou. Provavelmente atrás de outro mendigo.</p><p>Logo, esse blog passa a flertar com o perigo desgovernadamente. Um blog chamado Gato na Grelha, onde a grelha em si vive cercada de gatos.... não vou continuar hahaha.</p><p><b>Quem quer dinheiro?</b><br />Durante o perído de ouro deste blog, eu negava todo e qualquer patrocínio pago. </p><p>Um idiota.</p><p>Hoje eu vejo que temos mais de 2 milhões de views e já era pra eu estar rico fazendo churrasco nas ilhas Cayman usando nota de cem pra acender o carvão. Mas eu fui burro e continuo pobre.</p><p>Então agora vamos ter sim alguns jabás aqui. No mesmo estilo malemolente e sem valores de sempre: se o produto for ruim, a gente desce o pau. </p><p><br /></p><p>E pra finalizar, eu não pretendo reescrever coisas antigas daqui. Mas precisamos - todos - ponderar que isso aqui começou a ser escrito em 2009, e muitas regras de comportamento e respeito ao próximo evoluíram, e vejo isso como uma coisa muito positiva.</p><p>Sinceramente, preconceito de nenhuma natureza jamais fez parte da minha personalidade, intenções ou ações. Mas hoje, eu não apenas respeito como também defendo ferrenhamente dfierenças e e minorias.</p><p>Na real, não deveríamos ser diferentes ou menores. Tudo igual, feito de carne e osso, fazendo cocô e chupando laranja com barulho. </p><p>Na posição de uma pessoa que teve a vida salva por um fígado que veio de um desconhecido, eu me coloco como a última pessoa do planeta a aceitar qualquer tipo de preconceito. </p><p>Afinal, eu não sei quem foi meu doador. Preto, branco, verde, azul, cis, trans, índio, curintiano? Só sei que ele tinha 74 anos e 1,58m. O resto, a lei dos transplantes protege e eu não sei mais nada.</p><p>Só que ele fica aqui sussurando aqui no meu ouvido.</p><p>Que ele ficou sussurando que era pra eu voltar aqui e desperdiçar o meu mau portugês (com U mesmo) mais uma vez e retomar aquela comunidade tão divertida que criamos. </p><p>Mas tudo com muito, muito respeito.</p><p>Doe seus órgãos. E leia o Gato na Grelha :-)<br /></p><p>Sejam bem vindos de volta a este antro da pior gastronomia que você vai querer praticar hoje.</p><p>É verdade esse bilete.</p>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-17762225686325221632019-01-31T19:14:00.003-02:002019-01-31T19:14:32.434-02:0070 tons de alcachofraImagino que o mais monocromático dos leitores, assim como os coloridos e os incolores assistiu/leu a "50 Tons de Cinza", acertei? Nao? Entao puxa uma cadeira, senta aí que eu vou te dar o resumo da resenha: Tem um maluco chamado Christian Grey, que é, literalmente, o dono do mundo. O cara tem um prédio, um monte deles. Tem um helicóptero maneiro, tem um carro maneiro, tem um saldo bancário maneiro, um monte de tudo isso. Até bonito o puto é. O tipo do cara que, só de pensar, te faz remeter a si mesmo como o último dos homens, um looser, cagador de fraldas. Só que esse povo muito rico tende a ter uns hábitos sexuais meio esquisitos, o que é o caso do nosso amigo e, nesse caso, recomendo enfaticamente que se mantenha a uma distância saudável das mulheres, homens e animais da minha família. A parte chata é que ele é o dono do mundo e se quiser, o cabra vai lá e COMPRA a minha família. Compra a sua também, vai por mim.<br />
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Pronto, resumida uma obra que nao vale um vintém, mas fez um sucesso doido no mundo inteiro.<br />
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Momento silvio santos: eu nao li o livro, mas minha esposa leu e me contou cada pedacinho da epopéia do tiozinho rico mimado que gostava de amarrar mocinhas e descer o chicote nos bumbuns delas. Sabe de nada, inocente, já diria cumpadi washinton, entre uma descida na boquinha da garrafa e uma segurada no tchan. Mas eu vi o filme, ok? Nao tou te enganando.<br />
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Aí neste momento, o mais curioso, sapiente e malemolente dos leitores me pergunta: caro blogueiro, que diabos isso tudo tem a ver com alcachofras? Simples como uma raíz cúbica elevada a septuagésima potencia. Christian Grey te faz se sentir menos homem? Só porque ele tem um helicóptero maneiro e você aí desfilando na via a bordo daquele chevettao 77 surrado, velho de guerra? Pois a mim ele nao atinge.<br />
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Nao sei até onde o mérito é válido, mas eu tenho uma coisa que o bonitao aí nao tem. Problema na visícula sendo (mal) tratado pelo SUS. Nao discutamos o mérito da questao, mas se ele pode ter tudo o que quiser, porque nao tem lama na visícula? É malaco, Mr. Grey? Entao entra no saguao do hospital da pedreira e fala: sou fodao e tá doendo. Mano, tem tanta gente arrebentada naquele lugar, que te faz sentir dó das pessoas. Mesmo sentindo uma dor do capiroto em tudo dentro de você. O SUS é tipo um exercício de resiliência. Nao importa o que acontecer com você, sempre vai ter alguém pior que você. Muito pior.<br />
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Exemplo prático e verdadeiro: na minha última consulta, o médico achou que vazou qualquer gororoba da minha vesícula e com isso o fígado se lascou todo. Aí me mandou fazer um ultrassom. Entrei na salinha em pânico, pensando em cada cerveja que tomei na vida, pensando que eu tinha o mais podre dos fígados dentro de mim. Exame feito, a enfermeira carinhosamente arremessou um pedaço de papel pra que eu limpasse a quantidade industrial de KY que havia passado na minha barriga, me recompus e abri a porta. O próximo paciente estava na porta esperando. Amigo, o tiozinho nao tinha melanina na pele. Tinha lodo. Era um velhote mequetrefe, magrelo e baixinho. E VERDE. Manja o pessoal do avatar? passa um photoshop ali e troca o azul por um verde claro bem nojento. Pois entao, meu fígado parou de doer NA HORA, eu voltei sorrindo pra sala do médico, me sentindo super saudável. O SUS é assim. Se um dia bater aquela tristeza, aquele momento em que voce acha que esqueceu o sentido da vida... finge uma enfermidade e dá um pulo no SUS. Você vai voltar pra casa agradecendo a deus por ter apenas um HIV positivo, uma herpes-zoster, um câncer terminal.. So nao pode ter alzheimer, porque senao você esquece que viu o zombie walk de verdade.<br />
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Voltando ao papo de visícula, nessas de viver numa dieta extremamente restritiva, onde você nao pode comer nada do que é gostoso, você acaba descobrindo que a Alcachofra, além de nao atiçar a ridícula, ainda faz bem pro fígado e adjacências, incluindo a mesma.<br />
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Mr. Grey nao teria culhoes para descobrir isso. Por isso nao tem problema na vesícula. Pq isso aí é pros fortes. Mr. Grey nao descobriria nada. Mandaria um capanga descobrir. Mr. Grey nao é dos fortes. Ele contrata fortes. Só que a alcachofra é tinhosa, e certamente o capanga ia odiar alcachofra, como eu mesmo descobri. Aposto que o mais nojentinho dos leitores já está fazendo biquinho pra alcachofra. Talvez eu seja a única pessoa no mundo a amar essa comida de louco. Porque TODOS os balconistas de supermercado onde eu comprei alcachofras olharam pra elas com cara de nojo. Nas gôndolas eu encontrava sempre as mesmas alcachofras, até que eu as comprasse todas, e tivesse de encontrar outro estabelecimento para, paulatinamente, esvaziar suas prateleiras.<br />
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E nao foram poucas. Chora, Christian Grey. Duvido que com esse seu paladar Joao Dória, você teria coragem de comer 70 alcachofras durante uma safra, que dura pouquissimo. Vai de outubro a dezembro. Mr. Grey, o senhor pode ter uma sala com chicote, balança, cinta-trolha e aquaplay erótico, mas nao tem a moral de caçar - e comer - 70 alcachofras em menos de 3 meses. Foi assim: em todo lugar que eu encontrava alcachofra, eu comprava. Tinha que aproveitar, e com isso... acabei comendo 70. Nao me arrependo de nenhuma delas.<br />
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Chora, rapaz. Nao da pra ter tudo nessa vida. Nao vê o Trump com o murinho dele? Nao adianta ter cor de boto do pará, pq nem assim você convence todas as pessoas da merda que você quer fazer. Muro, trump? Acha mesmo que um muro vai resolver todos os problemas do mundo? Mexicano é latino, parça. Eles VAO dar um jeito de burlar o seu muro.<br />
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Engole o choro, Chris, e veja abaixo como preparar essa iguaria da maneira mais delícia possível.<br />
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- Encha uma panela de pressao com água, até a metade.<br />
- Você vai precisar de uma colher de sopa de sal pra cada alcachofra. Nao pense que vai ficar salgado. A Alcachofra é uma flor (pior que é mesmo), e os temperos tem dificuldade de penetrar na moça (viu, Christian? Nao é todo mundo, viu).<br />
- Aqui em casa eu sempre fiz 2 alcachofras por vez na mesma panela de pressao.<br />
- Agora picote 2 dentes de alho para cada alcachofra. Picote de maneira que cada pedaço de alho fique do tamanho de meio caroço de milho. Ou seja: nem mto grande, nem mto pequeno. Nao deixe de colocar o alho (sem trocadilhos, taradao).<br />
- Próximo passo: Salsa desidratada. Jogue bastante, pensa que um saquinho tradicional vai temperar apenas umas 5 alcachofras. Taca na panela sem dó. Ah, nao use salsa fresca. O legal é o gosto de defumado que a salsa desidratada deixa.<br />
- Por fim, um fiozinho de azeite por cima das flores e boa. Se nao colocar o azeite, as folhas ficam um pouco secas.<br />
- Tampe a panela, e conte 25/30 minutos após pegar pressao. Nao deixa passar demais, vc derrete as alcachofras. Nao deixe menos, fica tudo duro e ruim. O ideal é vc abrir a panela perto dos 30 minutos, e puxar uma folhinha do meio dela. Sem queimar a mao, isso é com voce.<br />
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Agora é só começar de degustar folha a folha. Faz sujeira, escorre caldo pelo braço, meleca a mao, faz uma tonalada de lixo, enfim. É complicado, mas vale a pena. Tire, com os dentes, o creminho cinza que fica na parte interna das folhas. Sem essa frescura de comer só o miolo. Tem que comer TUDO.<br />
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Agora, se me cabe um adendo... Sr. Grey, a temporada está no fim aqui. Se num dos países que o senhor comprou mundo afora ainda tiver, pega esse helicoptero maneiro e traz pra mim? Só nao vem com conversa furada pq eu nao vou "pagar" nada por elas, hein!!Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-61813993832559910892015-11-27T04:36:00.001-02:002015-11-27T22:54:34.833-02:00Gnocchi: Uma comida com nome de barulho. Hein??É naquele momento em que o mais malaco dos leitores já anda pensando que você tá comendo capim pela raíz, dormindo de pé junto e cabelo deitado, que você, tal qual um zumbi, ressurge dos cafundós do fundo do plâncton do pântano, quebrando tudo com uma larga insônia e uma vontade louca de tirar a poeira dos dedos, do blog e dessa mente capta (SIC - agora aguenta que voltamos com trocadilho ruim e tudo. Se quiser parar de ler, rabugento leitor, a hora é essa).<br />
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Trocando em miúdos: Levando este blog como tenho feito, me sinto como aquele velho safado cachaceiro de 114 anos, que pra morrer é só deitar com força, mas se recusa a dar o último suspiro. Então, provando que vaso ruim não quebra, que ri melhor quem ri por último e que a última gota é sempre da cueca, profetizo que a espelunca está novamente aberta!!!! Chega junto e traz cerveja porque hoje é dia de lavar o bigode por aqui.<br />
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E sem mais delongas, vamos logo meter os dentes nessa enigmática receita de hoje, o Nhoc! E durma-se com um barulho desses (há! mais um trocadilho tão afável quanto inoportuno).<br />
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Como já escrito certo pelas linhas tortas aqui neste pergaminho, eu venho de família italiana. Logo, tão certo quanto dois e dois [=SOMA(2+2) e viva o excel] são 4, eu tenho um curriculo invejável na arte e ofício de comer gnocchi. Experiência esta adquirida através da inacreditável habilidade da minha nonna, a Dona Ivette (pensa no nível de fanfarrice da família: uma italiana com nome francês), que sempre preparou o mais suculento, opulento e calorento gnocchi do mundo.<br />
<br />
Aliás, esse nome por si só é uma fanfarrice. Não, não vou discorrer sobre o nome francês da minha avó italiana. Embora essa seja uma história à parte, no momento vamos mesmo decifrar o porque essa comida tem nome de barulho.<br />
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Antes de mais nada, tem uma coisa que me incomoda nesta madrugada, além dos pernilongos no meu quarto. Gnocchi é uma maneira muito chique e elegante de escrever o nome que, falado, fica fuleiro pra caramba. Então podemos chamar o nosso nobre companheiro de Nhoque?<br />
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Pode?<br />
Pode.<br />
Brigadú, fabio junior. Pau no gato, rapaziada!<br />
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Nhoque não é crocante. Logo, não deveria ter nome de barulho. Não é como um hotdog, que você morde e fica ali a dentadura marcada no pão, dando a clara noção de que ali rolou um NHOC!. Nhoque não é como as torradas, que fazem uma barulheira dentro da boca e você tem que aumentar o som da TV enquanto mastiga. E por fim, nhoque também não é sucrilhos, que você mastiga de boca fechada, e mesmo assim todos ao redor ouvem. É nessa hora que hora que o sucrilhos nos prova que boca fechada não entra mosca, e nem o mais sábio dos homens saberia porque diabos uma comida tem nome de barulho.<br />
<br />
E quando o mais sábio não sabe (olha o trocadilho-lho-lho), é um sinal de que a jiripoca vai piar. E compartilhando com vocês um pensamento que usei mil vezes na minha vida profissional....<br />
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<blockquote class="tr_bq">
Tão importante quanto saber, é saber quem sabe.<br />
<div style="text-align: right;">
Daniel Rodrigues - 1977 /...</div>
</blockquote>
Então lhes digo: Eu sei quem sabe. E quem sabe aquilo que o sábio não sabe? Só pode ser aquele bom mafagafinhador, capaz de mafagafar não menos que 7 mafagafinhos: O Google!!<br />
<br />
Acho que deve ser por conta da hora, mas quando perguntei pra ele, o Google me pareceu meio confuso. Tirando a baba do canto da boca e com um bafo de leão, ele me falou um monte de coisas. E como esse blog não tem nenhum compromisso com a verdade, muito pelo contrário, vamos com a explicação que achei mais bacaninha.<br />
<span style="font-family: "arial";"><br /></span>
<br />
<blockquote class="tr_bq" style="font-family: Arial;">
<span style="font-family: "arial";"><span style="font-size: x-small;">A história do prato é bastante antiga. Foi certamente o primeiro tipo de massa caseira - apesar do renomado gastrônomo Pellegrino Artusi, autor do clássico italiano A Ciência na Cozinha e a Arte de Comer Bem, publicado em 1891, não o enquadrar nessa categoria. O espaguete, o ravióli e companhia são posteriores. Supõe-se que o nhoque exista desde os antigos gregos e romanos.</span></span><span style="font-size: x-small;">Na Itália, chamaram-no primeiramente de macarrão. Na Idade Média, porém, já era conhecido com o nome atual. Em português, escreve-se nhoque. Fica parecendo vocábulo de ascendência tupi-guarani. Em italiano, grafa-se "gnocchi". O sociólogo paulista Gabriel Bolaffi, no livro A Saga da Comida, lançado em 2000, diz significar "algo como pelota, isto é, uma pelotinha de farinha amassada com água".</span></blockquote>
<a href="http://www.italiaoggi.com.br/gastronomia/saibamais/ita_gastro_saibamais10.htm" target="_blank">O link é esse aqui</a>.<br />
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Enfim, ninguém sabe nada. Então eu, você ou o barak obama podemos simplesmente inventar uma história e boa. Embora todo mundo tenda a acreditar mais no obama do que na gente, eu prefiro acreditar que um ET perneta, fedido e dentuço desceu de um cavalo marinho feito de cheetos tubinho, encontrou uma jibóia loira e perguntou a ela quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha. Após uma rápida consulta ao oráculo [/matrix], a jibóia respondeu que pato que come pedra sabe o cu que tem. Nesse momento começou a chover nhoque sobre a face da Terra e foram felizes para sempre.<br />
<br />
Enquanto se pergunta qual barbitúrico o escriba desta porcaria anda consumindo, o mais impaciente dos leitores, entre um gardenal e outro quer saber por que estamos há tantos parágrafos nesta enrolação sa-fa-da e não vamos logo para a receita?<br />
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Traz o chá de folha de maracujá pro menino e avisa ele que tudo isso é porque esta é uma receita muito, muito fácil. Avisa também que o humilde autodidata que vos escreve aprendeu na novela das 8 que a enrolação faz a graça da trama e que se pode criar um par romântico entre a mariana ximenes e o toni ramos, e no final ninguém vai achar que isso não faz o menor sentido.<br />
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Então, pára de achar que as coisas aqui não fazem sentido e cola esse seu globo ocular aqui na telinha [/plim-plim] porque chegou a hora de botar tudo o que conhecemos acima, em prática.<br />
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A primeira coisa que você vai precisar é de batatas. A segunda é de farinha. E acabou. Tem gente que floreia a receita com um bilhão de especiarias, óleo de fígado de bacalhau ou purpurina de dendê. Mas não precisa de nada disso. Só batatas e farinha de trigo. Vai na minha que você não passa fome, amigo.<br />
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Primeiro temos que ter em mente qual batata usar. Eu prefiro a batata baroa, que é meio rosada. Pensa na cara de pau da cristina kirschner, pergunta mentalmente a cor da casa dela e pega a batata mais parecida. Essa batata fica meio farinhenta, e fica mais fácil chegar no ponto da massa.<br />
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Mas a batata comum também serve. Se você quiser tentar, eu já fiz até com mandioca, e ficou bem legal. So recomendo tirar aquele fiapo esquisito que tem no meio da mandioca. A sensação de encontrar aquilo no meio da mordida não é legal não.<br />
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Bom, aquiridas as batatas queridas, vamos descascá-las e botar pra ferver [UHU BOTA PRA FERVER DJ]. Pra facilitar este processo, você pode cortá-las em cubinhos pequenos, do tamanho de uma rapadura, porque aí o processo vai mais rápido.<br />
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Neste momento, você pode tentar dar uma temperada na batata. Pode colocar um pouco de sal, ou talvez um caldo de legumes. Fica como mandar o seu livre-arbítrio, democrático leitor.<br />
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Para saber se as batatas estão no ponto, e este ponto é quando você espetá-las com um garfo e os pedaços se quebrarem, espete-as com um garfo e veja se quebram. Quebrou, tá no ponto. Não quebrou, não tá no ponto. Simples como a soma dos catetos é o quadrado da hipotenusa (eu acho que errei essa de novo).<br />
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É importante as batatas estarem bem sequinhas antes de vc começar a massa. Então deixe-as numa peneira ou algo do tipo, e você aproveita pra matar dois coelhos com uma cajadada só: A batata escorre a água, e esfria evitando o posterior e vexaminoso uso de hipoglós pela sua pessoa.<br />
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É o tempo de abrir uma cerveja gelada e beber pensando no quanto tudo pode valer a pena se a alma não for pequena. Então, faça valer a pena mergulhando a alma numa cerveja, mas não a pequena.<br />
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Bebeu? Valeu a pena? Então vem comigo pra labuta.<br />
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Com as batatas que já estão um pouco mais frias (não deixe ficar gelada, elas precisam de um pouco do calor), faça um purê. Purê, como diz o sábio, é o ato ou efeito de amassar as batatas até que se transformem num creme homogênio, sem pedaços. Como você vai fazer isso é uma decisão sua para com a sua criatividade, juízo ou inteligência. Pode ser com o garfo, com a makita do vizinho ou com algum aplicativo maroto do seu iphone. O importante é que não fiquem pedaços.<br />
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Isto feito, despeje o purê num recipiente grande e manda pra dentro uma mãozada de farinha. Aí começa a festa do estica e puxa e viva a festa da xuxa. Tem que mexer com as mãos mesmo. Sem nojinho, sem frescura. Mexeu, misturou tudo? Tá colando muito na sua mão? Então mete mais farinha. Agora você tem que descer a cinderela que tem em você e usar de sensibilidade. Vai colocando farinha aos poucos até que o xico xavier te diga que tá no ponto. Vais ter que descobrir sozinho. Mas é fácil. Massa com uma textura agradável, grudando levemente nas mãos, desceu o santo e é isso aí.<br />
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Pra montar os nhoques, é bem fácil. Você vai precisar de uma superfície limpa e grande. Exemplo: o campo de futebol de botão do seu filho. Me desculpe, Rodrigo Rodrigues, mas eu fiz isso e você nem percebeu.<br />
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Para a massa não colar na superfície, espalhe uma mão de farinha pelo campo e bora lá que é hora do gol.<br />
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Você deve ir retirando pedaços da massa grande, mais ou menos do tamanho de um limão. Passa um pouco de farinha em volta, taca no campinho e começa a rolar pela farinha, fazendo uma cobrinha. Se você não se chama benjamin button e ao contrário dele, teve infância, já fez cobrinha de massinha no jardim 2 com a tia Rose. O princípio é o mesmo.<br />
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Com a cobra na mesa (ui), pegue uma faca e com ela faça cortes. Estes cortes serão bem próximos do tamanho das bolinhas do seu nhoque. Mais ou menos porque elas crescem um pouco com a água. Não precisa enrolar nem nada. A cobrinha cortada fica como uns travesseirinhos de playmobil.<br />
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O pulo do gato aqui é uma coisa que eu achava que era pura gourmetice, mas não é. Sabe aqueles risquinhos que tem no nhoque? Então, eles tem um sentido de ser. Serve para o molho agarrar nas ranhuras e quando vc pegar o nhoque no prato, ele vir mais gostoso. Pra fazer as ranhuras, dê uma apertadinha com um garfo na bolinha.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-MWY5-gx3aCQ/Vlf5NBFYdHI/AAAAAAAACZA/7qieF8u30uo/s1600/WP_000105.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-MWY5-gx3aCQ/Vlf5NBFYdHI/AAAAAAAACZA/7qieF8u30uo/s320/WP_000105.jpg" width="320" /></a></div>
É, amigo. Com nhoque ou sem nhoque... <br />
nós temos bolinhas<br />
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Tá pronto o nosso nhoque. O preparo é tão simples quanto roubar um doce de criança. Coloca água pra ferver com um pouco de sal e uma golada pequena de azeite, e deixa o bicho pegar. Nhoque precisa de água fervente. Assim que estiver rolando o vesúvio na sua panela, jogue os nhoques pra dentro.<br />
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As bolinhas vão, inicialmente, para o fundo da panela. À medida que elas vão subindo, você conta até 5 e tira para o próprio recipiente onde vai serví-los. A decisão sobre o instrumento mais adequando para retirá-las de lá, eu deixo para a equação que já citamos anteriormente.<br />
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Agora é só jogar o molho com surpresa, muito queijo ralado e ser feliz.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-ZzbdVpDsL-s/Vlf5mzBHMGI/AAAAAAAACZo/6uVdQxfVjEk/s1600/WP_000113.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-ZzbdVpDsL-s/Vlf5mzBHMGI/AAAAAAAACZo/6uVdQxfVjEk/s320/WP_000113.jpg" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-6Bea8WdGq0s/Vlf5magxwDI/AAAAAAAACZg/qx1uiUpY0Qo/s1600/WP_000111.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://2.bp.blogspot.com/-6Bea8WdGq0s/Vlf5magxwDI/AAAAAAAACZg/qx1uiUpY0Qo/s320/WP_000111.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
É disso que eu tou falando, amigo.</div>
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E por que o molho seria uma surpresa, questiona o curioso leitor. Então sem contarem com a vossa astúcia, o sagaz narrador desta epopéia, contrariando gregos e troianos, categoricamente afirma que, SIM, este pirilampo pedaço de papel ressurgiu não apenas para se alimentar das vossas retinas e hibernar o sono dos justos, mas que haverão mais posts, e o próximo deles falará justamente sobre o mais tradicional e glorioso MOLHO DE MACARRÃO.<br />
<br />
Por hora, use o molho de sua preferência que eles também funcionam. Até mais, amiguinhos!<br />
.Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-39426072636876344292014-10-31T03:27:00.000-02:002014-10-31T03:27:49.092-02:00Strogonoff, uma pérola da culinária soviéticaSou um cara das antigas. No meu tempo, a Rússia era apenas uma província da URSS, que respondia pelo pomposo, vistoso e lustroso nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Aliás, não respondia não, porque tinha uma tal guerra fria pegando, todo mundo com medo da bomba atômica, do MIG 29 (quem nunca assistiu Top Gun que atire o primeiro F-16), da estação MIR e da cadela Laika. E eles não respondiam nem pros Ianques, pra quem todo mundo respondia, então quem sou eu de falar que eles respondiam por alguma coisa..<br />
<br />
Naquele tempo, os nossos camaradas, além de beber vodka, mandar foguete com cachorro pra lua e infernizar os americanos, se alimentavam alegremente com um delicioso prato que responde pelo nome de <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.399999618530273px;">строганов.</span><br />
<br />
Entendeu? O prato se chama <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.399999618530273px;">строганов</span>. <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.399999618530273px;">строганов </span>é uma coisa que se come. Não se fala, mas se come. A menos que você tenha feito parte da KGB num passado remoto (e se fez eu tenho medo de você), imagino que não consiga pronunciar o nome do prato. <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.399999618530273px;">Cтроганов</span> não é como feijão, arroz... Ou até mesmo Feijoada, que qualquer gringo sabe falar. Eles vão no boteco, falam "Feixoara" e o prato vem. Se eu ou você, ou nós dois juntos, formos à Rússia (prefiro chamar de União Soviética, mais charmoso) e pedirmos um <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.399999618530273px;">строганов</span>, ou ficamos com fome; ou levamos um cacete.<br />
<br />
Imaginemos um tal de Sr. Dimitri Vladivostok (joguei muito War na adolescência). Camarada Dimitri estava a largar a URSS querida e lançar-se ao mar rumo ao Brasil, como tantos fizeram nos tempos pós-segunda-guerra. Munido de toda a vodka que conseguia carregar, o Camarada Dimitri aportou nesta terra onde se plantando tudo dá, e começou sua pacata vidinha numa igualmente pacata cidadela deste nosso Brasil varonil. Solícito com os amigos e vizinhos, o simpático Camarada sempre convidava a todos a saborearem sua deliciosa <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.399999618530273px;">строганов</span>, receita cuidadosamente passada de mamuska em mamuska pela sua família, há séculos. E ninguém comparecia.<br />
<br />
Rápido como uma Perestroika, Dimitri logo percebeu que as pessoas não iriam querer saborear um alimento do qual não entendiam uma única letra do nome. Ok, todos sabemos que <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.399999618530273px;">строганов</span> começa com C, mas essas línguas são muito loucas e de repente o C tem som de Y, ou de 9. Então ele colocou o <strike>wladimir e o mikhail</strike> tico e o teco pra funcionarem e numa bela tarde ao som de raul seixas... ele, <i>que já passou pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho, que ele lhe falou</i>: STROGONOFF é a alcunha da sua oferenda, meu caro Dimitri.<br />
<br />
Não seria nada incompreensível como <span style="background-color: white; color: #252525; font-family: sans-serif; font-size: 14px; line-height: 22.3999996185303px;">строганов, </span>não abandonaria as suas raízes bolcheviques, não lhe faria um traidor de stalin, mas ao mesmo tempo era uma palavra que todo mundo conseguiria pronunciar. Pois foi assim que o nosso destemido filho da Mãe Rússia saiu pelas ruas da pacata cidadela do nosso Brasil varonil gritando aos quatro ventos "Venham comer o meu Strogonoff!!!!". E foi um sucesso. Alguns estavam curiosos com o alimento, outros com pensamentos impuros em relação ao nosso camarada, mas como este estava com os cornos cheios de vodka, o resultado final é que todo mundo saiu feliz.<br />
<br />
Agora vamos parar com essa enrolação e mãos à obra preparar essa verdadeira delícia da culinária Moskovita.<br />
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Por falar em Moskovita (R$6,90 aqui no Super Vizinho, mercadinho perto de casa), abra logo uma dose de vodka e façamos um brinde ao som das trombetas. Cantando comigo:<br />
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С помощью транслитератор из букв латинского алфавита получаются буквы кириллицы, иврита, белорусского, греческого, или украинского алфавитов. Этот транслитератор задумывался как сервис для русскоязычных жителей стран , находящихся за границей и желающих переписываться на родном языке. Если кто-нибудь говорит "Я пользуюсь транслитом", то всем понятно - речь идет. Еще его называют просто<br />
<br />
«транслит» или желающих переписыват!!!<br />
«транслит» или желающих переписыват!!!<br />
«транслит» или желающих переписыват!!!<br />
«транслит» или желающих переписыват!!!<br />
<br />
Cantou? Então bebe logo essa vodka e comecemos a nos embriagar com mais uma receita com o padrão de <strike>falta de</strike> qualidade Gato na Grelha:<br />
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A primeira coisa que você vai precisar é de um bom pedaço de carne e uma faca afiada. Mas que carne? Você pode preparar um strogonoff maneiro com vários tipos de carne (patinho, acém, alcatra...) Fuja das carnes muito gordurosas, que vão fazer do seu strogonoff um poço de banha, e fuja daquelas carnes que têm muita fibra, como o contra-filé. Na verdade, quem vai definir que tipo de carne você vai usar é o seu bolso. Patinho é barato, alcatra já nem tanto mas também não é uma fortuna, enfim. E como estamos falando do SEU bolso e não do meu, vou logo chutar o balde e te deixar cheio de carnê do açougue pra pagar: Hoje vamos de filé-mignom, parceiro.<br />
<br />
Sou muito fã desse corte. Eu e a torcida do curintia, do framengo e do parmera, né? É uma carne muito macia, muito saborosa, e que mantém o sabor e maciez mesmo sob condições extremas. E vamos colocar nossa carne sob condições marromeno extremas. Então é bom ela aguentar o tranco.<br />
<br />
Nada disso de chegar no açougue e pedir aquele picadinho pronto pra strogonoff. Ali eles cortam do jeito que querem, pedações grandes, e você nunca vai saber se tem um filé de gato ali no meio. Então larga mão de preguiça e bora lá picotar nosso filé mignom. Pra nossa receita, uma peça de meio quilo já é o suficiente. Principalmente porque o FM (dá muito trabalho ficar digitando o tempo todo. Vamos chamá-lo de FM) é uma peça muito limpa, praticamente sem nervos ou gorduras, então você vai aproveitar praticamente 100% desse meio quilo.<br />
<br />
Aí, merrmão.. o processo é o seguinte: afia a tua faca, concentra no que tá fazendo e picota a carninha até obter meio quilo de pequenos pedaços do tamanho de meio polenguinho. Teve infância, compana? Então você sabe do que eu tou falando. Picota mesmo, sem técnica, sem critério. Se você já esquartejou uma pessoa, saberá como fazê-lo. Se não esquartejou uma pessoa, também saberá. Foca na miopia e polengo na mente que você consegue.<br />
<br />
Agora é hora de temperar o FM picado. Você ainda tem uma trabalheira pela frente, e aí a tua carne vai pegando gostinho do tempero, o que fatalmente vai se transformar em mais amor no teu prato <br />
<br />
ATENÇÃO: Isso foi uma PIADA. JAMAIS coloque sazon num filé-mignon!! Nem fora dele. Não gosto desses temperos de gultomato monossódico, não. Enfim, gosto pessoal. Se você quiser colocar sazon, coloca. Mas não me conta que a gente perde a amizade.<br />
<br />
Você pode temperar o seu FM como quiser. Pelas experiências que eu já tive, recomendo apenas um pouquinho de uma pimenta tipo tabasco, pimenta do reino e sal.<br />
<br />
Não recomendo usar temperos liquidos em abundância <br />
, porque você vai ter que fritar essa carne depois. Muito liquido pode miar a sua fritura e você acabar cozinhando a carne. Também não recomendo temperos com folhas.. Uma vez eu usei orégano. O sabor até ficou legal, mas o orégano soltou da carne, obviamente, e ficou boiando pelo strogonoff, dando um aspecto meio esquisito. Nem pimentas em fruta, pelo mesmo motivo. Uma biquinha, por exemplo, vai ficar boiando no molho depois... Estranho.<br />
Vai de sal, pimenta do reino e tabasco que é sucesso.<br />
<br />
Agora vai mexendo <strike>até o chão na boquinha da garrafa</strike> tudo aí e deixa o FM quietinho. Vamos à próxima:<br />
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Aproveita que a faca tá afiada, que você ainda tá sóbrio (eu acho) e que a animação tá te contagiando e <strike>tome mais uma dose de vodka</strike> picote uma cebola. Picota pequeno, compadre. Lembra sempre com essa sua cabeça de vento que você está fazendo um strogonoff de FILÉ MIGNON, e não um strogonoff de cebola. Pega duas panelas, e divide essa cebola picada em duas partes. Uma pra cada panela.<br />
<br />
Aí o mais fino, elegante e sincero leitor desse blog me pergunta: "Mas por que duas panelas, meu caro escriba?"<br />
<br />
E eu respondo: "Научиться пользоваться еще проще с помощью, наглядной!", o que significa: "Para fazermos um belo e saboroso arroz branco, camarada!". Mas aí surge um problema daqueles capazes de ruborizar o mais sem-vergonha dos leitores: Sim, eu sei fazer arroz. Sim, eu sei cozinhar coisas saborosas, elaboradas e elas costumam ficar deliciosas.... Menos o meu arroz. Meu arroz é péssimo. Em todos esses anos nessa indústria vital, eu nunca consegui fazer um arroz que não ficasse uma papa. Daqueles que você puxa um grão e vem a panela toda, sabe? Então. Por este motivo não tem nenhuma receita de arroz aqui no blog (tem algumas, mas tem migué. Lê que você vai entender). E por isso eu sempre pulo a confecção deste alimento nas minhas receitas. Assim como o farei novamente. Agora. Faça o arroz como quiser, ok?<br />
<br />
Por favor, aceito dicas inbox.<br />
<br />
Voltemos à panela do strogonoff, que é a única que nos interessa hoje. Aproveitando essa picotagem toda, picota bem pequeno E CUIDADO COM ESSE DEDO AÍ um dentinho de alho, daqueles que não são nem minúsculos, nem imensos. Nem o dente de leite do seu filho, nem o sabre do mamute. Você entendeu.<br />
<br />
Vodka. Tome vodka. Se for balalaika, tome um pouco menos.<br />
<br />
Tomate, chegou tua hora. Pode te preparar pra sofrer a mais desumana das torturas. Embora o tomate não seja humano. Mas ele é um vegetal que na verdade é uma fruta, e como tem muito humano que também é fruta, considero sim o tomate um humano e bora pra tortura.<br />
<br />
Sabe tirar a pele do tomate? Não, você não vai descascá-lo como a uma laranja. Isso aí não tem a menor graça e gente tá aqui pra ver tomate sofrer. Então pega uma panela, enche de água e bota pra ferver. Quando estiver a pino, jogue, sarcasticamente, o tomate lá dentro. Delicie-se com os seus gritos e súplicas de dor. Mas fica de olho, esses tomates são muito espertinhos e derretem rápido. E ainda vamos judiar um pouco mais. Tá de olho? A pele do tomate já fez algum rasgo? Isso mesmo, a pele do nosso prisioneiro vai abrir em algum ponto. Quando isso acontecer, tira ele da água quente. Agora olha que cruel: deita ele na sua tábua e vai arrancando cuidadosamente a pele, enquanto ele te conta toda a verdade. A pele se solta rapidinho e neste momento você terá um tomate sem pele. E sem vida.<br />
<br />
Então pára de maldade, picota o tomatinho e guarda em cima da tábua mesmo.<br />
<br />
Recapitulando:<br />
1 - Picotamos uma linda peça de FM e temperamos. Ela tá em algum lugar da sua cozinha esperando por você. Pode ser em qualquer lugar, menos dentro da panela, ok?<br />
2 - Picotamos meia cebola, esta sim está dentro da panela.<br />
3 - Deixamos um alho banguela e o resultado está picotado dentro da panela.<br />
4 - Temos um tomate sem pele, sem vida e sem dignidade picotado em cima da tábua.<br />
<br />
Perfeito. Agora a coisa vai começar a cheirar bem...<br />
<br />
Regue a cebola e o alho com azeite até cobrir o fundo da panela (tou acreditando que você pegou uma panela compatível com meio quilo de carne, certo?), e acenda, finalmente, o fogo debaixo dela.<br />
<br />
O refogado é um dos momentos mais sublimes da culinária. Por isso, enquanto a cebola chia dentro da sua panela, tome mais uma vodkinha. Não sei você, mas eu já estou começando a ficar meio bebum. Bola pra frente.<br />
<br />
Quando a cebolinha começar a ficar amarelinha, parecendo meio transparente, é a hora do FM entrar no jogo. Taca lá pra dentro todo o FM que você picotou. Dá uma mexidinha pra ele fritar legal.. Com o tempo, a carne vai começar a soltar um líquido e fazer daquilo um caldo com um cheiro delicioso. Pra saber se a carne tá no ponto... Tira uma e come, ué. A carne não pode estar mal-passada de jeito nenhum, porque a partir de agora, não vai mais ter fritura. Quando estiver no ponto, joga lá dentro o tomate. Dá uma mexidinha e deixa.. O tomate tende a se dissolver, ou a ficar bem molinho.<br />
<br />
Ah, esqueci de um cara importante: O Champignon. Sabe aqueles vidrinhos pequenos que vende no mercado, com campignon já picado? Então, taca um dele pra dentro. Se não estiver picado, pique. É importante ele ser pequeno. Só toma cuidado e não deixa aquela água da conserva cair dentro da sua carne.. Ela é salgada e cheia de conservantes, vai estragar a receita. Cuidadaê!<br />
<br />
Agora um toque que eu, particularmente, gosto muito: Vai na geladeira, pega aquele catchup que você tem lá e manda uma golada responsa pra dentro. É mais ou menos a quantidade de catchup que você colocaria num X-Salada inteiro. Você vai saber o quanto.<br />
<br />
<reclames do="" plim=""></reclames><br />
Se você tem um catchup de qualidade na sua geladeira, tanto melhor. Se não tem, dá uma busca aqui no blog que tem uma receita maneiríssima de catchup da melhor qualidade.<br />
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<br />
Mexe. Tá ficando com um molho vermelhinho? É disso que eu tou falando, meu compana. Se você achar que o teu molho não tá lá muito vermelho, tá meio esquisito, pode jogar um pouco de molho de tomate pra ajudar.. Imagina que você vai jogar uma lata inteira de um treco branco lá dentro, e o resultado final do strogonoff é uma cor meio laranja.. Então bota essa palheta de cores pra funcionar e corrige o quanto julgar no molho.<br />
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<i>Se você for daltônico, pensa que teu molho tem que estar com um azul bem maneiro, e o resultado final do estrogonoff é um negócio meio amarelo-limão. Aí você pega aquele molho de tomate bem lilás que tem na sua geladeira e boa sorte aí pra ir corrigindo as cores. Enfim.</i><br />
<br />
Mas que treco é esse que vamos colocar? É Creme de Leite, meu caro amigo.. Aquele que sai do peitinho da vaca, que passou por um processo show de bola que eu não sei qual é, mas no final o qu era pra ser comida de bezerro vira um treco bem cremosinho...<br />
<br />
Só que você não pode simplesmente sair jogando creme de leite pelo mundo assim.. Tem que tomar alguns cidados antes.. O creme de leite pode talhar com a temperatura, o fogo aceso, etc... Então desliga o fogo, joga o creme de leite lá dentro, mexe e pronto.<br />
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Tá feito o seu Strogonoff!Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com21tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-6141558356153231662013-07-16T11:46:00.001-03:002013-07-16T11:46:48.252-03:00Carne de panela tipo gambiarraQuando eu era moleque, tinha um matuto na televisão chamado McGyver. Matuto, matreiro e malaco, McGyver se livrava de todo tipo de perrengue usando apenas das ferramentas que dispunha, derrotando de vietcongues a comunistas com objetos simplórios como chicletes mastigados e clips de papel. Imagina a cena: o bichão tá lá, na serra do Camboja, cercado de vietcongues loucos pra depilarem aquele topete anos 80, e o cara se safa usando titica de macaco e folha de taioba. Não sei tem taioba no Camboja, mas caso não haja, substitua pela vegetação cambojana de sua preferência.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://memberfiles.freewebs.com/17/87/61998717/photos/Dans-photos/macgyver.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="255" src="http://memberfiles.freewebs.com/17/87/61998717/photos/Dans-photos/macgyver.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">levando o míssil pra passear.</span></div>
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<br /></div>
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A isso se dá o nome de GAMBIARRA. Ao ato ou efeito de utilizar-se de material inadequado, improvável e inacreditável para resolver temporariamente determinada situação. Eu faço gambiarra, você faz gambiarra. Não mintamos, todo mundo já fez aquele remendão com fita crepe, já grudou alguma coisa com cliclete ou, pelo menos, já escovou o dente com o dedo na falta de uma escova. </div>
<blockquote class="tr_bq">
Adendo para gambiarras das quais me lembro:<br />1 - Quando era menino, um vizinho tinha um Passatão detonadaço, que ele emprestava pra minha mãe me buscar na escola. O passatão não tinha chave. Tinha um interruptor, igual a esse que você usa pra acender a luz do quarto. #gambiarra<br />2 - Certa vez, o pedal da embreagem do meu carro afundou, e não queria mais voltat. No meio da avenida Bandeirantes, eu tinha que tirar o carro dali. Percebi que, se puxasse o pedal com o pé, ele voltava e eu conseguia engatar as marchas, mas ao pisar nele, afundava novamente. Não tive dúvida, peguei una daquelas cordas elásticas no porta-malas e amarrei o pedal na base do banco do motorista. Funcionou perfeitamente, e eu admito que rodei mais de um mês assim. #gambiarra<br />3 - Já fiz muita churrasqueira usando a grelha do fogão da minha mãe #gambiarra</blockquote>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Pois essa receita começa com uma revelação. Você acha que tá dificil aí na serra do Camboja, vietcongue na cola, formiga de um quilo e meio subindo pela canela, sanguessuga que rosna e tigre de bengala? Quero ver você ser churrasqueiro e casar com uma vegetariana, só pra ver a quantidade de gambiarra que vai ter que fazer na sua culinária, parceiro.</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
O fato é que a ironia do século aconteceu logo comigo, e o churrasqueiro que lhes fala decidiu casar-se com uma vegetariana. O que não é nem um pouco ruim visto que eu amo muito a garota em questão, mas tenho que admitir que o preparo das refeições lá em casa é sempre uma aventura, regada a doses cavalares de gambiarra. </div>
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<br /></div>
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Para suprir aquela vontade de comer carne no meio da madrugada, eu sempre tenho na geladeira alguns espetos, daqueles quadradinhos que a gente compra pronto. Espeto Lili, Fifi, não me lembro como são conhecidos aqui em São Paulo. Pode chamar também de espetinho de gato que ele atende. Miando, mas atende. Quando bate aquela vontade de meter os dentes numa coisa que viveu, amou, teve família e amigos, eu esquento um daqueles no forninho elétrico e tá feita a graça. Acha que isso é gambiarra? Ainda não viu nada, parceiro. Vem comigo.</div>
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<br /></div>
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Aqui em casa, assim como na sua casa, tem miojo. Todo mundo tem sempre aquele pacotão de miojo guardado pra uma larica inesperada, uma preguiça de fazer comida ou algo do tipo. Eu tenho, você tem. Não minta pra mim que eu não minto pra você.</div>
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<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Já falamos de espeto de gato, já falamos de miojo. Vai guardando tudo aí nessa memória sofrida que essa receita vai ser cheia de coisas improváveis.</div>
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<br /></div>
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Aí estava eu em casa, morrendo de fome, esposa preparando aquela seleta de legumes não muito apetitosa, quando me bate uma vontade imensa de comer alguma coisa com carne. Porém, tão grande quanto a vontade estava a preguiça de dirigir o esqueleto até algum mercado para a compra de ingredientes adequados. É exatamente nesse momento que te desce o espírito mcgyver, e você decide que na falta dos ingredientes adequados, você vai cozinhar com os inadequados mesmo. Pois pode amarrar a sua panela com arame e meter o bombril na antena parabólica, porque vai começar a receita mais bizarra de carne de panela que você já viu. Mas garanto: continua a ler, não desiste porque fica gostosa.</div>
<br />
O primeiro ponto é que você vai usar a carne quadrada do espeto de gato. Logo, seja esperto e retire os cubos de carne do palito. Uns 5 espetos dão uma boa refeição. A grande moral desse parágrafo é: quem não tem boi, caça com gato.<br />
<br />
O espeto de gato já vem, normalmente, temperado. Mas na dúvida, é sempre bom dar um toque gourmet a mais (adoro esse termo: gourmet. Faz qualquer comida furreca virar prato de madame). No meu caso, joguei a gataiada num pote e adicionei um pouco de azeite, pimenta do reino, orégano e sal. Mas você pode temperar com o que quiser, desde que não esqueça de que o churrasquinho já vem temperado. Portanto, não exagere.<br />
<br />
Agora, dá aquela checada no esparadrapo que prende a haste do óculos, confere a hipermetropia, prepara uma faca afiada e picota uma cebola pequena nos menores pedaços que conseguir. <strike>Você vai descobrir qual o menor pedaço que você consegue quando o sangue começar a escorrer do dedão</strike>.<br />
<br />
Isto feito, manda todo mundo pra panela: cebola, azeite, gato em cubos. Barriga no fogão e vamos em frente. A idéia é fritar os cubos de carne até eles diminuírem de tamanho. O espeto de gato tem uma cor muito característica, e se você já saboreou um espetinho na porta do estádio, vai saber o ponto do bichano.<br />
<br />
Já te falei pra abrir uma cerveja? Não? Então abre duas. Uma pra você, aprecie <strike>tudo num golão</strike> com moderação, e outra pra jogar dentro da panela. Isso mesmo, o molho da carne de panela vai ser feita de cerveja. Espeto de gato, cerveja.. Parece comida da geral do maraca.<br />
<br />
Quando a espuma da cerveja der uma baixada, é hora de engrossar esse caldo aí. E como faz isso? Com farinha, meu compana. Farinha. Mas não adianta simplesmente sair jogando farinha na panela que vai empelotar tudo. Então a dica é pegar um pouquinho da cerveja quente na panela, uma meia xícara, talvez um pouco menos. Na mesma xícara, você deposita umas 3 colheradas de farinha, e mexe até que fique tudo homogêneo. Pode ir largando essa preguiça de lado, mexe esse trem aí que o segredo taí.<br />
<br />
Agora é só jogar na panela e mexer com a colher de pau (ou com o instrumento que lhe convier, caso o espírito mcgyver tenha tomado conta da sua carroceria).Vai mexendo, que a parada vai engrossando. Até a hora que você perceber que não adianta mais mexer, que o caldo não vai mais engrossar. Aí você pára e tá pronto o rango.<br />
<br />
Ah, tá pronto nada. Se você der uma colherada no caldo, vai perceber que ainda está meio sem gosto. Isso acontece porque o churrasquinho de gato não tem taaaaanto sabor assim. Então, o que fazemos nessa hora? Gambiarra, compana. Vem comigo.<br />
<br />
Lembra que eu falei do miojo, que eu tenho em casa e sei que você também tem? Então...<br />
<br />
Eu deveria ter vergonha de escrever isso aqui nesse blog.<br />
<br />
Ainda tou com vergonha.<br />
<br />
Bom, tenho que assumir que encontrei um pacotinho de tempero de miojo com um boizinho desenhado, o que significa que o tempero era de carne. O que me leva a crer que aquele miojo fora consumido pela esposa vegetariana, que desacartou o tempero de carne, fazendo ela mesma alguma gambiarra para o miojo ganhar algum sabor. E, uma vez que já tinha dado uma cerveja pra um espeto de gato, o que seria um temperinho de miojo no meio de tanta gambiarra, não é? Tá no inferno, abraça o capeta, parceiro.<br />
<br />
Pois adicionei o tempero de miojo, mexi, deixei ferver mais alguns segundos e pronto.<br />
<br />
O resultado foi, não sei se a fome que sentia tem alguma coisa a ver com isso, bastante positivo. O molho ficou com um gosto delicioso, a carne macia (também, o que tem de amaciante nesses espetos), tudo saboroso.<br />
<br />
Para acompanhar tão degradante iguaria, recomendo um arroz branco, talvez um pouquinho de batata palha também.<br />
<br />
Escapar do vietcongue é moleza, quero ver agora quem é que tem coragem de preparar essa receita aqui :-)<br />
<br />Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com41tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-12698030559743778022013-01-26T00:09:00.004-02:002013-01-26T00:15:04.193-02:00Pensamentos de uma cabeça de alhoCabeça vazia, oficina do diabo, já dizia a minha vó. Aposto um bulbo e um cerebelo como a sua também dizia isso. Aliás, pensando aqui com meus botões, já parou pra pensar como a vó de todo mundo usa as mesmas expressões? E já parou pra pensar como é mal-pensada essa expressão de parar pra pensar? Quero pensar sem parar, essa maluquice de parar pra pensar só existe na cabeça de quem pensou esse pensamento. Parado, provavelmente. E por falar em existir, existe a máxima que diz: "penso, logo existo". E quem não pensa, não existe? Conheço uma meia dúzia de seres que não parecem pensar muito, não. Eles não existem?<br />
<br />
Existem sim. Se não existissem, ninguém passaria na porta da minha casa com o som do carro no último volume, no qual uma garota esganiçada grita A PORRADA COME, entre outras pérolas e impropérios. Quem mora na periferia, assim como este que vos escreve, sabe do que eu tou falando. Para aqueles que tiveram a sorte de estabelecer residência longe do funk, o nome da música por si só é auto-explicativo.<br />
<br />
A cabeça da gente é uma coisa louca. Isso porque a gente existe, porque pensa, e segundo o maluco-beleza, quem pensa, pensa melhor parado. E, embora eu não concorde com esse lance de parar pra pensar, tem que concordar. Ou não. E a cabeça que não pensa? A que não pensa faz funk. Ou tempera a comida, e é dessa segunda que vamos discorrer. A cabeça do alho.<br />
<br />
Pensando nisso...<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>Prezado escriba do Gato na Grelha. </i><br />
<i><br /></i>
<i>Vimos por meio desta informar-lhe que isto que vem fazendo não se trata de pensamento, mas sim de embromação. E das bem safadas. De modo que solicitamos ao setor responsável que dê fim à enrolação e adentre imediatamente ao assunto.</i><br />
<i><br /></i>
<i>Att.</i><br />
<i>A4LBDGG - Associação dos 4 leitores do blog Deitando o Gato na Grelha</i></blockquote>
<br />
Assim sendo, vamos ao assunto.<br />
<br />
Qualquer cabeça-oca sabe que o melhor lugar pra armazenar o alho é dentro do freezer. Congelado. Isso porque ele fica, por óbvio, sólido, tornando mais fácil o trabalho de picotar bem pequeno o dentinho dele. Além disso, no estado sólido, ele fica mais seco, a casquinha do dente solta muito mais fácil, e faz muito menos meleca na sua mão. Confia na dica: alho e chicabon, lado a lado, numa geladeira próxima de você.<br />
<br />
Ainda no quesito meleca na mão, ouvi falar de um cabeça de bagre que manipulou um alho daqueles bem caprichados e depois foi fazer carinho no rostinho de uma bela garota numa noite de luar. Nem preciso dizer que a bela garota meteu-lhe um chapéu de touro pra decorar a cabeça, sapecou-lhe um pé na bunda e um tremendo safanão. E nós não queremos que isso aconteça, certo? Eu não quero. E imagino que você também não queira. Então, após manipular o alho, basta ligar a torneira e esfregar as pontas dos dedos nas costas da faca cuidando, claro, para não decepar os dedos. Alguns poucos segundos nesse esfrega-esfrega de dedo nas costas da faca e pronto: <strike>sai sangue pra caramba</strike> os dedos perdem aquele cheirão de alho, livrando suas mãos do mal cheiro e evitando antena no seu telhado.<br />
<br />
Aí tem a dica da cabeça de alho na cerveja no canto da churrasqueira. <a href="http://blog.gatonagrelha.com.br/2009/01/como-melhorar-uma-picanha-simples.html" target="_blank">Receita esta já anteriormente abordada aqui neste blog</a>, mas se você prefere, pula comigo de cabeça nesse flash-back, que eu te conto o segredo da longevidade: Basicamente, você toma alegre e supimpamente uma lata de cerveja, depois pega a faca e tira fora a tampa da cerveja. Como? Simples: cortando em qualquer lugar o alumínio desde que fique do meio pra cima da lata. Corta de qualquer jeito mesmo, sem carinho e sem delicadeza. Aí você joga lá dentro uma cabeça inteira de alho, cobre com aquela cerveja vagabunda que o cunhado levou, e bota no cantinho da churraca. De vez em quando, dá uma completada na cerveja, pro alho ficar sempre hidratado. Funciona assim: 10 goles pra você, um gole pro alho. Mais 10 goles pra você, mais um gole pro alho. Repita o procedimento por, mais ou menos, uma hora. Aí você usa essa cabeça pra tirar a lata lá de dentro sem queimar a mão, tira o cabeção do alho lá de dentro, e, com as costas da faca, sempre ela, espreme sobre a tábua. O alho vira uma pasta super saborosa, sem aquela nhaca que costuma deixar aquele bafo sem-vergonha. Aí você pode comer com pão, com qualquer coisa. Eu, sinceramente, recomendo passar na barriguinha de uma bela peça de picanha e mandar de volta pra churraca. É uma coisa de outro mundo, por mais que pareça um loucura jogar alho na lata de cerveja e mandar ambos pra churrasqueira esperando um patê como produto final. Mas acredite, é bom.<br />
<br />
E, pra completar, eu falei tanto de alho, que no final das contas eu vou contar uma coisa que vai te deixar de cabeça quente. Eu aboli o alho da minha culinária. Sério. Não confunda com abolir o alho da minha alimentação, que isso já é demais. Acontece que eu me casei com uma garota que, apesar de linda, não gosta de alho. Ninguém é perfeito, já dizia o piloto Peter [/corrida maluca]. Aí comecei a reduzir o alho da minha comida, e quando dei por mim: cadê? tinha desencanado de colocar tal condimento na maioria das coisas que faço. E sabe o que eu acho disso tudo? Nada. A comida continua gostosa, a mocinha gosta e eu não sinto falta do alho, não. <br />
<br />
O que não significa que eu não goste mais, ou que tenha entrado em alguma dieta pós-moderna da desconstrução da alimentação enquanto chaga da sociedade, porque não tem nada disso. Apenas experimentei algo diferente.<br />
<br />
Coisa de gente cabeça :-)<br />
<br />Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-86053288039479664672012-09-20T23:42:00.000-03:002012-09-20T23:42:13.481-03:00Promoção de Lançamento da loja Gato na Grelha - Resultado parcialQueridos leitores,<br />
<br />
Eu, aqui deste lado da tela creio que, assim como a mim, a cerveja, que nada mais é do que a felicidade enlatada, exerce seus talentos sobre a sua alma tal e qual exerce sobre a minha.<br />
<br />
De maneira que julgo que entenderia se eu lhes dissesse que tal iguaria realiza todas as suas competências sobre o cérebro deste que lhes escreve.<br />
<br />
Assim sendo, cá estou, moribundo, para comunicar que, etilicamente, realizei o sorteio utilizando o random.org e voilá: temos um vencedor!! E ainda digo mais: temos uma vencedora!!<br />
<br />
O nomc da moça é ELISA CERQUEIRA, e o goró que ganhou chama CaipiBloody, que é uma espécie de Bloody Mary com alguns toques meio cachacísticos.<br />
<br />
Parabéns, moça!! Sua receita foi muito criativa! <br />
<br />
Prometo me alongar acerca da iguaria, mas devido ao grau etílico aplicado à hipermetropia deste que lhes escreve, é seguro parar por aqui.<br />
<br />
Agradeço também aos demais participantes, tivemos várias receitas interessantes por lá.. <br />
<br />
Aguardem por novidades. Elisa, vou entrar em contato com você para planejarmos o seu prêmio!!<br />
<br />
Atenciosamente<br />
Velho, o BarreiroDaniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com14tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-89030048456363588442012-09-06T16:13:00.003-03:002012-09-06T16:13:49.952-03:00Promoção de lançamento da Loja Gato na GrelhaMartin Luther King teve um sonho.<br />
<br />
Sonhou com um novo país, onde as pessoas seriam iguais e o negro filho de escravos jogaria playstation com o filho do fazendeiro. Mas teve um pessoal meio sangue ruim que não queria dividir o joystick e ele se deu muito mal. O raul seixas teve um sonho de sonhador. Maluco que era, sonhou com o dia em que a terra havia parado. Mas era tão maluco, tão maluco... que morreu de maluquice. Shakespiere teve um sonho aí numa tal noite de verão, mas eu admito que não me lembro o que ele sonhou. Só sei que era verão, tava quente e devia ter muito pernilongo. Até a susan boyle dreamed a dream e deixou todo mundo de queixo caído. Enfim.<br />
<br />
A embalagem de biscoito me contou que são os sonhos que fazem a gente se transformar em coisa grande e que eu deveria acreditar nos meus. Aí eu me lembrei que meus <a href="http://blog.gatonagrelha.com.br/2010/01/sonho-de-uma-noite-de-verao.html" target="_blank">sonhos são sempre a maior doideira</a>, e se esses aí me transformarem em alguma coisa, não pode ser coisa boa, não. Mas, como já exposto em artigos anteriores, até o mais sonhador dos leitores sabe que eu sou um teimoso, e teimando comigo mesmo, decidi que sim, eu também posso sonhar. Embora isso me lembre que o nosso velho amigo Toca Raul, no auge da sua maluquez, controlando demais a sua lucidez, pensou, executou e gravou uma vergonhosa versão de Lucy in the sky with diamonds chamada "Você ainda pode sonhar".<br />
<br />
Pois é, ouvi muito raul quando era moleque. Talvez isso explique alguma coisa. Ou não.<br />
<br />
Bom, retomando a revoada, estava eu balburdiando coisas sobre sonhos e outras mazelas dessa natureza do nosso subconsciente. Coisas sobre teimar comigo mesmo, e correr atrás dos meus sonhos.<br />
<br />
Ultimamente, dois sonhos - não daqueles que a gente tem dormindo, mas aqueles que a gente tem acordados mesmo - estavam me martelando o cérebo, o bulbo e o cerebelo. Um deles era o tão sonhado período de férias, a que eu, nos meus 15 anos de carreira, nunca havia sido acometido ao prazer. O outro era o sonho de montar a minha própria loja virtual, pois sou profissional de e-commerce há muitos anos, e se eu já ajudei a vender pneu de carro, bolsa feminina, suplemento alimentar e blusa de três mil reais pela internet, por que motivo eu não poderia ajudar um pobre churrasqueiro a realizar o seu sonho? E por que motivo eu não poderia fazer isso, se o tal churrasqueiro seria, no caso, eu mesmo?<br />
<br />
Eu acredito PIAMENTE que o papai do céu, lá em cima, sempre dá
uma forcinha extra para aqueles que têm a coragem de chutar algumas bundas.
Assim procedi, e com o carinho que Deus me deu, chutei os devidos
glúteos e me lancei novamente à maldição do empreendedorismo.<br />
<br />
Assim como nosso amigo raul, preferi ser aquela metamorfose ambulante e larguei o meu atual emprego. Tal e qual shakespiere, submergi uns dias sob os pernilongos da praia grande realizando a primeira parte desta empreitada: o sonho das férias. E quando retornei <strike>com sinais de anemia e alguns litros de sangue a menos nas veias</strike>, montei a minha loja com o objetivo de deixar todo mundo de queixo caído, como fez a susan boyle. Assim nasceu a Loja do Gato na Grelha.<br />
<br />
Só espero não quebrar a cara, pobre do martin luther king.<br />
<br />
Pra evitar que isso aconteça, vamos começar os trabalhos com a nossa primeira ação de marketchim. E aqui no nosso aniversário, quem ganha o presente é você, o gerente ficou maluco e as concorrência pira!! Vai vendo. <br />
<br />
Nossa loja está começando com uma linha modesta de produtos, mas nós vamos crescer, conquistar o mundo e 24 territórios à sua escolha. E nessa linha modesta, pobre e limpinha de produtos, está a CANECA COM RECEITA DE CAIPIRINHA. É uma caneca, toda bacaninha, feita pelas nossas próprias mãos, com uma receita saborosa de caipora pra você ficar babando enquanto espera o final do horário comercial.<br />
<br />
A caneca é essa aqui:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.gatonagrelha.com.br/canecas/caneca-receita-de-caipirinha.html" target="_blank"><img border="0" src="http://2.bp.blogspot.com/-KD1vny6nBXg/UEjxzyKY6bI/AAAAAAAABfw/gMkMLQ7npfE/s1600/caneca-receita-caipirinha.png" height="400" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;">quer saber mais sobre essa belezinha? <a href="http://www.gatonagrelha.com.br/canecas/caneca-receita-de-caipirinha.html" target="_blank">clica aqui</a>!</span></div>
<br />
E a nossa promoção de lançamento é bem maneira. Você tem que fazer uma visitinha na <a href="https://www.facebook.com/gatonagrelha" target="_blank">fanpage do Gato na Grelha lá no Facebook (www.facebook.com/gatonagrelha)</a>, e postar a receita da sua própria batida. Nem precisa ser caipirinha, não. Solta essa imaginação e pensa no raul, caro leitor! Afinal, você ainda pode sonhar!<br />
<br />
Ao final, vamos fazer um sorteio com toda aquela honestidade e parcimônica que você só encontra aqui, e o prêmio vai ser muito maneiro.<br />
<br />
Eu vou produzir, pessoalmente, uma caneca com a sua receita, assinada com o seu nome, e te mandar pelo correio o presente que você sempre sonhou. E depois que você receber o seu presente, ela ficará à venda na loja, levando o seu brilhante e lustroso nome para além das fronteiras do seu RG. <br />
<br />
Quer participar? <a href="https://www.facebook.com/gatonagrelha" target="_blank">Vai lá e deixa aquela receita de goró matadora que só você conhece, parceiro</a>!<br />
<br />
O sorteio vai ser no dia 20 de setembro (deste ano, claro). Participa ae, parceiro!<br />
<br />Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-59991503710752987262012-08-30T02:07:00.000-03:002012-08-30T02:11:37.436-03:00Drops de Churrasco Ed. 12 - Regime é bom ou ruim?Caro e rodado leitor, como anda essa sua carroceria? Meio batida, umas marquinhas de estacionamento, um pouco de massa? A funilaria tá em dia aí do seu lado? Pois é, eu não tenho vergonha de assumir que a minha lata aqui anda meio desconcertada sim. E entre uma funilaria e uma pintura, com martelinho de ouro, prata ou bronze, quando o mais esperançoso leitor já imaginava o sepulcro deste, eis que, tal qual o paulo ricardo que ressurge a cada edição do big brother, renasce mais um Drops de Churrasco, pra equilibrar o corpo e a alma, o verdadeiro alinhamento e balanceamento da mente. Ou não. Vamos, pois, aos assuntos da semana:<br />
<br />
<b>O Regime</b><br />
Esse papo de carroceria todo era só pra ilustrar ao nobre leitor que este que vos escreve não se encontra na mais esbelta das formas físicas possíveis, ou sequer imagináveis. Os anos de cerveja, picanha e outras ilegalidades alimentícias fizeram desta surrada carcaça praticamente um desproporcinoal repositório de órgãos, bastante aquém daquilo que podemos compreender pelo nome de gianechinne, seja lá como se escreve o sobrenome do galã. <br />
Diante dos fatos, fui compelido pela minha linda e agradável companheira a entrar num tal de regime, condição à qual não havia me submetido nos ultimos 35 anos, ou seja: todos. Uma vez concretizado o acordo, bastava escolher qual dieta seguir. A dieta da Lua? Da sopa? Do mar, da deusa, da abobrinha, da marília pera? Não, caro leitor.. Econtrei uma tal Dieta da Carne, que consiste em, basicamente, comer carne, e apenas carne, em todas as refeições durante algum período. Isso me soa bastante sedutor, não acha? Escolhida a dieta, vamos adiante.<br />
Desde hoje de manhã, estou seguindo a tal dieta. Até o momento, duvido que eu tenha perdido um único grama, mas estou registrando cada sentimento, cada emoção e cada proteína dessa maluquice, para que você não perca nada nessa verdadeira derrocada a que se submeteu este que vos escreve. No próximo post, entraremos mais a fundo nesta questão vital. Peço ao mais devoto dos leitores que acenda uma vela pela minha alma, e que eu ainda tenha forças para apertar as teclas deste eletrônico aparato, porque lhes digo que a dieta começou no almoço de hoje, e já começou mal. Aguardem!<br />
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<b>A volta dos mortos-vivos</b><br />
Aquele que achava que este blog encontrava-se putrefato, morto, enterrado, velado e entregue para estudos em faculdade de segunda divisão, enganou-se. Estamos completando aqui o segundo post do mês de agosto, o que prova, sem quadro no fantástico e sem exame de DNA, que sim, caro blog: eu sou seu pai. E já que a vida é dura, o bom filho à casa torna e toma que o filho é teu, segura essa bomba aqui que eu vou te provar com quanto bacon se entope uma coronária: Caro leitor, nos próximos posts, eu vou lhe provar como um blogueiro que escreve sobre churrasco é capaz de ser <strike>imbecil, louco e inconsequente</strike> empreeendedor, e vamos juntos conhecer o último grito quando o assunto é viver, literalmente, de churrasco. Vamos, eu e você, sucumbirmos aos sunstuosos, presunçosos e matrapilhos planos do Gato na Grelha para conquistar o mundo, 24 territórios ou destruir os exércitos brancos. Aguarda que eu já te conto, parceiro.<br />
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<b>Receitas dos leitores</b><br />
Eu me comunico o tempo todo com leitores do blog. Largando o sapatão e o colarinho largo de lado, esse é o maior bônus que esse blog me dá. Já fiz amigos aqui em sp, amigos em minas, no rio, paraná, enfim.. Um monte de churrasqueiros ou amantes das carnes e afins que me enviam emails, e através da troca deles acabamos descobrindo que somos todos o mesmo bando de marmanjos iguaizinhos uns aos outros: comilões, beberrões, falastrões e fanfarrões. Entre confissões, reclamações e afins, acabamos trocando receitas.<br />
Esse hábito acabou por me proporcionar um verdadeiro arsenal de receitas de leitores. Logo nas primeiras, descobri que não tenho condições de preparar todas elas pra depois escrever sobre.. Então, decidi que agora vou publicar as pérolas que vocês, os caros leitores me escrevem, da maneira como me escrevem. Portanto, se tu queres publicar suas receitas aqui nesta espelunca, você pode imprimir suas melhores, ou piores, idéias levianamente nas costas do papel de pão, com a impressora no modo econômico e sem usar corretor automático, que eu publico aqui com o seu nome, seu endereço, seu cpf e a sua declaração de imposto de renda [/cd da receita na santa ifigenia feelings].<br />
E o cara que vai estrear essa série é uma figura que eu conheci justamente assim: ele me mandou um email, eu respondi, trocamos figurinhas e quando percebi, eu tinha ganhado um amigo chamado Murta. Um camarada com um nome de maluco, mas com um coraçãozinho de <strike>frango</strike> menino, que é o único cara cuja esposa é capaz de ter o MurtaDela, com o perdão do péssimo trocadilho.<br />
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Ficando por aqui, assim ficamos. Este drops não tem charada, não tem mistério e não tem churumela: é direto e reto. Estamos em processo de emagrecimento, termos novidades e sabemos que o Murta tem receita de responsa a caminho. Aguarde e verá :-)Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com18tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-42223424282524447302012-08-10T12:24:00.001-03:002012-08-10T12:29:11.354-03:00Receitas de panela - Batatas RústicasAo mais bronco dos leitores desta maltratada espelunca, eu pergunto: tu és um cara rústico? Se tu és uma mina e não um cara, pergunto mesmo assim: tu és uma mina rústica?<br />
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Manja rústico? Na concepção mais asséptica da palavra, seja lá o que isso signifique? Não? Então vamos ao conceito da coisa.<br />
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Rústico é aquele indivíduo que não chega no sapatinho, que não tem voz de veludo e não sai bonito na foto. Rústico não pede licença, não lava as mãos antes das refeições e não recolhe o cocô do cachorro. Rústico dirige sem direção hidráulica, não usa desodorante roll-on e não beija a mocinha no final. A vida é dura pra quem é rústico, amigo.<br />
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Pra esclarecer essa misteriosa celeuma, vamos, hipoteticamente, a um exemplo prático: A mocinha está em perigo no estacionamento do shopping com 5 mal-feitores, mal-encarados e mal-intencionados.<br />
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<li>O super-homem chega, manda os cinco pra cadeia e ainda leva a mocinha pra um vôo panorâmico. Aquele cabelinho não nega: o super-homem pode ser super, mas não é rústico. </li>
<li>O batman chega, enfia a porrada em todo mundo e ainda dá uma bitoca na mocinha. Não sei como ele consegue ouvir se as orelhas estão dentro da touca, mas o batman ainda não compreende totalmente o nosso conceito de rústico. </li>
<li>O chuck norris termina de quebrar uns dez vietcongues, pega bazuca, mira no shopping e explode a porra toda. Manda mocinha, bandido, cinema 3D e casa do pão de queijo pelos ares. É disso que estamos falando. Definitivamente, chuck norris é um cara rústico. </li>
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Eu tenho um amigo rústico. O nome dele é Brunão, mas pode chamar de Brutão que ele atende. Mas chama devagar, vai no sapatinho você, porque ele não vai, ok? Bom, Brutão machucou a unha do dedão do pé. Chutando um busão. A unha, por óbvio, necrosou. Ele arrancou a unha à forceps, usando um abridor de vinhos. Sangrou, limpou com papel higiênico. Naquele dia, tínhamos um jogo importante. Brunão não se fez de rogado: tomou um yakult, cortou a boca do potinho, enfiou o dedão dentro, meião, chuteira, e bora pro jogo. E correu como se não houvesse amanhã. Isso é coisa de gente rústica.<br />
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Assim é a nossa receita. Rústica, feita nas coxas, do jeito mais bronco, sem muito carinho e nenhum traquejo.<br />
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Batata rústica é, na essência uma batata frita. Mas a batata frita é aquela coisa delicada, palitinho, french fries, como diriam os americanos. Nossa batata não tem essa de cortar em palitinho, não tem frigideirinha, nada disso.. Ops, não tem frigideirinha? Como assim? Vai vendo.<br />
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O lance é o seguinte, você vai precisar óleo, batata e mais um ou outro instrumento rústico, claro.<br />
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Quando for comprar as batatas, recomendo escolher aquelas que são grandes e lisas. Isso porque pode facilitar na hora de descascar as batatas. Isso para o caso de você querer descascar, porque se a batata é rústica, você pode se eximir da terrível e desagradável missão de lavar as mesmas.<br />
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Na verdade, você pode valer da mesma desculpa que eu, e concluir que já que o óleo vai ferver, vai fritar tudo que é bactéria, fungo e toda sorte de malfeitores que porventura habitarem a casca da nossa linda e saborosa batatinha.<br />
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Fica aqui um adendo: se você fritar as batatas com casca, elas tendem a ficar um pouco mais amargas. Eu estou acreditando que o nobre leitor é um cara rústico, mas pensando no caso de você receber aquela tia mais frutinha na sua casa, então neste caso, e somente neste caso, eu recomendo que descasque as batatas. Brunão não descascaria, tenho certeza. Nem chuck norris. Bola pra frente.<br />
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Não vou, e nem sei como te ensinar a descascar batatas, no caso da visita supracitada. Você pode pegar uma faca <strike>e decepar os membros superiores do seu corpo acidentalmente</strike> e se virar pra retirar a casca. Pode pedir pra algum outro vívere da sua residência fazer isso pra você. Pode obrigar algum desses víveres, o que é um pouco mais rústico. Pode também sair na rua vestido de taliban e obrigar alguém a descascar pra você. Isso seria tão rústico quanto perigoso. Mas creio que você é bem grandinho e sabe o que pode e o que não pode te mandar pra cadeia. Enfim, se tu quer descascar batatas, te vira e não me aparece aqui com essas batatas cascudonas.<br />
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O próximo passo é cortar as batatas. Aí entra o lado bronco da coisa. Você pode usar uma faca, uma machadinha, uma serra elétrica ou uma locomotiva a vapor. Cortar batata rústica é igual a futebol de várzea: não tem regra. Mete e faca, corta do jeito que quiser, do tamanho que quiser. Fecha o olho e mete a marretada desgovernadamente aí. O que importa é que as batatas, que antes eram redondinhas e bonitinhas, agora encontram-se desfiguradas, decepadas, dilaceradas. Nessa hora, violência pouca é bobagem. Chora, Kill Bill.<br />
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Picotadas as nossas personagens, mete todo mundo na panela de pressão. Falei que a receita era bruta? Aqui não tem batatinha cortadinha em palitinho, fritinha no olinho (isso foi licença poética, você entendeu), gostosinha colocadinha na caixinha. Aqui o sistema é bruto, parceiro.<br />
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Depositadas as nossas vítimas na panela de pressão, cubra todas com óleo limpo. Se você se preocupa com a sua coronária, mete ali um óleo de canola. Caso se manter vivo não esteja entre as suas prioridades, pode mandar ali um óleo de milho, de girassol, de soja, de câmbio ou de caminhão. A decisão é sua, o que interessa é que tem que cobrir as batatas com o óleo.<br />
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Agora, preste muita atenção a essa parte. Eu não quero, e creio que você também não queira, explodir a sua cozinha, sua casa e todo o quarteirão, certo? Lembra do chuck norris? Então, nós não queremos que a sua panela se transforme na bazuca do vietcongue, não queremos que a sua cozinha seja mais perigosa que o afeganistão, certo? Então, presta atenção:<br />
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Sabe aquele pininho de segurança que tem na tampa da panela de pressão? Então, levanta o pininho, solta a trava, libera a pressão, amigo.<br />
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Vou explicar de novo, pra ter certeza que não te bateu aquela preguiça safada e vc tá lendo só os parágrafos ímpares:<br />
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Sabe aquele pininho de segurança que tem na tampa da panela de
pressão? Então, levanta o pininho, solta a trava, libera a pressão,
amigo.<br />
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Mais uma vez:<br />
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Sabe aquele pininho de segurança que tem na tampa da panela de
pressão? Então, levanta o pininho, solta a trava, libera a pressão,
amigo.<br />
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Bom, se a tua cozinha explodir agora, não me vem reclamando na caixa de comentários do além, estamos entendidos?<br />
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Agora que todo o procedimento de segurança foi compreendido, fecha a tampa, e fogo na bomba [/bob marley].<br />
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A batata frita rapidinho, e como tá na pressão, fica macia por dentro. Fica esperto, abre uma cerveja e aproveite o tempo livre pra refletir sobre a cabeça ruim da carminha, o pernil da nina e a bunda mole do tufão. Mas não gasta muito tempo pensando, porque essa batata fica pronta em 10 minutos.<br />
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Passados os dez minutos, que deve ser o tempo suficiente pra você tomar, ao menos, uma cerveja, desliga o fogo, espera o terror acabar dentro da panela e abre. Saca de lá uma batata e experimenta. Se achar necessário, deixe mais um tempinho na fritura, com a panela aberta mesmo.<br />
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Depois, é só retirar as batatas de lá utilizando um instrumento adequado (recomendo abandonar a ogrice e virilidade nessa hora, larga mão de ser machão e use instrumentos), e coloca lá naquele papel de gordura, salga e pronto.<br />
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Como elas fritam rapidamente, a batata rústica assim tende a ficar sequinha, costuma fazer sucesso. Confia :-) <br />
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Rendimento: depende quantas batatas você fritar, espertão.<br />
Tempo de preparo: umas 2 brejas no preparo, e uma pra fritura. Beba comendo e seja feliz.<br />
Custo: batatas e óleo. isso é barato, vai por mim.Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com31tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-85682717088190606452012-03-29T10:03:00.000-03:002012-03-29T10:03:12.124-03:00Aviso aos navegantesCaros leitores do Deitando o Gato na Grelha.<br />
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Depois de mais de 3 anos sem jamais ter que excluir ou sequer moderar um único comentário, informo-lhes que, graças à falta do que fazer de um único cidadão que sequer assina seus comentários e decidiu dedicar o seu tempo a torrar o meu, a partir de agora todos os comentários brilhantemente redigidos pelos leitores precisarão passar por aprovação.<br />
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Na prática, quando um comentário for redigido, eu recebo um aviso e o mesmo só fica disponível para leitura mediante a minha autorização.<br />
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Infelizmente, vemos aqui mais um exemplo onde um babaca penaliza um monte de gente legal.<br />
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Obrigado a todos, menos ao babaca, por obvio.<br />
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Abs<br />
Daniel RodriguesDaniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com46tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-5721350886356622122012-03-21T21:29:00.002-03:002012-03-22T11:59:25.090-03:00Camarão na morangaO calendário gregoriano é mesmo uma coisa de louco. Caso o nobre leitor não saiba, gregoriano é o calendário que nós utilizamos, onde cada semana tem 7 dias, cada ano tem 12 meses, cada dia tem quase 24 horas e quase todo ano temos 365 dias.<br />
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O papa Gregório XIII inventou tal aparato para corrigir o falho calendário Juliano, desenvolvido anteriormente pelo incauto romano Júlio Cesar, que já deu nome a um monte de gente, mas perdeu a autoria do calendário e teve de aceitar essa pro papa. </div>
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A loucura começa pelo fato de termos um calendário feito por um papa. É como se tivéssemos uma estrada construída por um criador de javalis, ou uma cidade arquitetada por um garçom. Não que o garçom não tenha seus talentos, mas eu aaaaacho que construir cidade é uma coisa meio complexa. Enfim.. A segunda loucura é que o seu Gregório inventou um calendário falho pra substituir um calendário falho. Taí o ano bissexto que não nos deixa mentir. Ou seja: deu um chega pra lá no imperador e até hoje temos que trabalhar um dia a mais de 4 em 4 anos.</div>
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E, já que o assunto aqui é gente que faz caca, venho eu admitir que sim, malacamente fiz uso da incompetência gregoriana pra assumir que tive, nos últimos meses, uma semana tão longa que faria corar Maias e Astecas, com seus calendários assombrosamente finalizados neste malfadado ano de 2012. Se o leitor vislumbrou o post passado, pode notar que, dizia eu, que "semana que vem" redigiria a doce história de um camarão que penetrara (ui) na moranga para produzir uma quente e cremosa gororoba, porém jamais imaginava que passaria por uma semana que começaria em janeiro, e terminaria quase em abril. Culpa do seu Gregório, o XIII.</div>
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Pois bem, já que começamos com as pataquadas astronômicas do bondoso papa, vamos nós nessa aventura que o querido leitor vai ver com seus próprios olhos como se vai do céu ao inferno numa única receita.</div>
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O camarão na moranga é uma comida típica brasileira, e basicamente compreende uma das mais improváveis combinações gastronômicas já imaginada: Trata-se de uma gororoba de camarão com catupiry enfurnada dentro de uma doce e assombrosa abóbora. </div>
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E vem comigo que a coisa por aqui vai ficar feia.</div>
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Primeiro, vamos à gororoba de camarão.</div>
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Tudo começa, como quase tudo em culinária, no bom e velho refogado. Se o leitor não sabe do que se trata, é uma fritura de cebola, tomate e alho picados. Mas vamos fazer esse treco direito.</div>
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Picota bem pequenina uma cebola média. Tira a casca, faz a coisa direito. Sem chorar, cowboy. Reserva esse trem aí num pote. </div>
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Agora picota uns 2 ou 3 dentes de alho. Reserva em outro pote. Vais sujar um monte de louça mesmo, depois vc se vira com ela.</div>
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Picota uns 2 tomates grandes também. Tendo em mente aquela coisa chata dos coliformes fecais, recomendo seriamente que dê uma lavada nos tomates antes da <strike>lavagem</strike> picotagem*.<br />
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<i><span style="font-size: x-small;">* adendo: eu havia escrito que deviamos lavar o tomate antes da lavagem. Os sábios leitores me avisaram do grande erro lógico que me acometera. Agradecido!</span></i></div>
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Aí você pega uma panela grande (não esquece que vais jogar catupiry, camarão e mais um monte de coisa lá dentro), joga azeite até cobrir o fundo e deixa dar uma esquentadinha. Quando achar que tá meio quentinho, taca a cebola lá dentro. Uma folha de louro ajuda. </div>
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Quando a cebola começar a ficar amarelinha e meio transparente, joga o alho e mistura bem. O alho frita rapidinho, então fica esperto nos pontos pretinhos na panela. Quando o primeiro pontinho preto aparecer, fica esperto e taca lá dentro todo o tomate que já tenha picado. Se não deu tempo de lavar, manda com coliforme e tudo, o que não mata, engorda.</div>
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Dá uma mexida aí nessa coisa, vc vai notar que os tomates começam a se desfazer. Vai mexendo gostosinho gostosinho rebolando até o chão [/leandro e leonardo].</div>
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Tenha em mãos um belo e glamouroso kilograma de camarão limpo. Pode ser qualquer camarão, e a razão diretamente proporcional entre o prejuízo no seu bolso e o tamanho do camarão impacta diretamente no sucesso da sua receita. Desde que esteja limpo, sem pele, sem rabo, sem cabeça e sem pezinhos. Tirou tudo isso, pesou 1kg, é disso que a gente tá falando.</div>
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Manda esses caras pra dentro da panela. Mexe mexe que é bom de novo.</div>
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O camarão começa a perder um monte de água, e eles vão diminuindo de tamanho, enquanto você acompanha, literalmente, o seu dinheiro evaporar. </div>
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Primeiro, faz um monte de líquido na panela. Depois, esse líquido vai evaporando e o caldo começa a ficar mais grosso. Tamos chegando no caminho.</div>
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Se você tiver um cubinho de caldo de camarão, taca dentro. Se não tiver, taca um de legumes. Se não tem de legumes, nem pensa em mandar aquele tempero de feijoada, sazon ou caldo de carne. Aquele lance da propaganda que todo mundo acha gostoso e sai gritando que É O AMOOOOOOOR só acontece no comercial. Se você mandar um caldo de carne no camarão, estragou o camarão. Se não tem caldo nenhum, ao final da receita vc acerta o sal e pronto. </div>
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Entornando o caldo, o que temos aqui é uma panela fervilhando de camarão, tomate, cebola, alho, tempero e água. Joga lá dentro um vidrinho de leite de coco, isso aí dá um agrado ímpar a essa receita.</div>
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Quando der uma boa evaporada <strike>no seu rico dinheirinho</strike> na água do camarão e o caldo estiver ficando grosso mesmo, joga lá dentro metade de uma daquelas bandejas de catupiry. Pode ser uma bisnaga, enfim. O ideal mesmo é aquele catupiry que vem no potinho (que parece uma bandeja, que antes era de madeira), mas pode ser o de bisnaga.</div>
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Mais uma vez, a razão entre o quanto pagou no queijo e o quanto sua receita vai ficar gostosa é diretamente proporcional. Resumindo: não manda aquele "requeijão biriba" pra uma receita cheia de camarões. Manda catupiry de verdade, ou alguma coisa BOA lá pra dentro.</div>
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Ok, feito isso, mistura um pouco e deixa. Vamos pra abóbora.</div>
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Eu, sinceramente, nunca entendi os americanos. O fato deles acharem que a capital do Brasil é Buenos Aires, eu até aceito. O fato deles comerem pasta de amendoim e omelete de manhã, até dá pra entender. O fato deles não gostarem de futebol e acharem o máximo jogar taco no estádio, passa. Mas esse lance muito louco de ter medo de abobora eu não entendo MESMO. Tá certo que é helloween, aquela coisa toda, mas poxa.. uma abóbora, sempre vai ser uma abóbora. Um vegetal, como cenoura, pepino e acelga. Embora acelga seja meio esquisita mesmo.</div>
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Pra provar que esse lance de medinho é coisa de maricas, cá vamos nós bancar o sacripantas e retirar o cérebro da fruta lá de dentro.</div>
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Você pega uma faca afiada, e arranca a tampinha do alto da cabeçona dela. Imagina uma tampinha redonda, começa a cortar. Tá feito. </div>
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Mete o mãozão lá dentro (dá uma lavada, né fanfarrão), retira todo o conteúdo e pronto. Você vai ter uma abóbora oca, inofensiva, incapaz de assustar o mais frágil dos barak obamas. </div>
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E antes que você possa falar "Shake Your Ass, mr. Pumpkin-head", passe a mão no óleo da sua cozinha e esfregue nas paredes internas da cabeçona de abóbora ali. Pouco óleo, é só pra dar uma molhadinha.</div>
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Pra que? <strike>Pra passar batom, de que cor? de cor de violeta. Na boca e na buchecha</strike> Pra abobora em si começar a ficar molinha.</div>
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E por falar em molinha, saca que moleza: mete a aboborona dentro do seu microondas e deixe lá uns 2 minutos. Abre, cuidado pra não queimar esse dedão duro. Se ela tá ficando um pouco mole, tira de lá. Se ainda tá muito durenga, vai deixando mais um minuto, conferindo o estado da fruta com frequencia.</div>
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Aqui vem o grande momento da sua abóbora. Pensa comigo:</div>
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At the blue corner, você tem uma abóbora acéfala, meio molenga. E at the red corner você tem um líquido muito louco de camarão e mais um monte de coisa. A missão aqui é colocar um dentro do outro, preferencialmente o camarão dentro da moranga, sem nocautear a sua receita e sem golpe abaixo da linha de cintura.</div>
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Se você não tomar cuidado, sua abobora vai quebrar e todo o seu <strike>dinheiro</strike> camarão vai <strike>pelos ares</strike> pelo chão.</div>
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Portanto, não faça como eu fiz, e coloque uma bandeja debaixo da abóbora. Feito isso, deposite no fundo da abóbora o outro meio pote de requeijão. Feito isso também, jogue aquele líquido todo de camarão e coisas. Isso tudo vai, agora, pro forno. Não se esqueça da lambança que acontecerá caso esqueça da bandeja debaixo da abóbora.</div>
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Veja com seus próprios olhos:</div>
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-LJzp_EQAsiE/T2pxPYD2cII/AAAAAAAABWw/Bp4Lp969Wqo/s1600/DSC01686.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://1.bp.blogspot.com/-LJzp_EQAsiE/T2pxPYD2cII/AAAAAAAABWw/Bp4Lp969Wqo/s400/DSC01686.JPG" width="400" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-MQUhtj82P7E/T2pxJPWI4AI/AAAAAAAABWo/wRKrRxm5DZ8/s1600/DSC01683.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/-MQUhtj82P7E/T2pxJPWI4AI/AAAAAAAABWo/wRKrRxm5DZ8/s400/DSC01683.JPG" width="400" /></a></div>
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<span style="font-size: xx-small;"><i>sim, leitores. isso aconteceu comigo.</i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"><i>aí aprendi a forrar a abóbora, como podem ver na de cima.</i></span></div>
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<a href="http://1.bp.blogspot.com/-F3EWJv-6BUg/T2pxXkRO9xI/AAAAAAAABW4/o0tyOqvu47s/s1600/DSC01689.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://1.bp.blogspot.com/-F3EWJv-6BUg/T2pxXkRO9xI/AAAAAAAABW4/o0tyOqvu47s/s400/DSC01689.JPG" width="400" /></a></div>
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<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"><i>Recolhido do chão, a família nem percebeu o gostinho de ODD. </i></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: xx-small;"><i>malandragem também faz parte da culinária, vai aprendendo com o tio.</i></span></div>
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Agora, deixe no forno o tempo de você tomar umas duas cervejas, retire com todo o cuidado do mundo e seja feliz.</div>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com20tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-87624005095808199682012-01-29T16:59:00.000-02:002012-01-29T17:00:39.954-02:00Drops de churrasco Ed. 11 - O retornoEu sempre fui um cara do contra. Se me mandavam ir pra direita, eu ia pra esquerda. Se me mandavam descer, eu subia. Se me mandavam fazer cocô na casa do pedrinho, eu fazia mesmo era em casa, e sem essa de perfuminho, porque gente que honra as calças faz cocô com cheiro de cocô, sem essa palhaçada de perfuminho, lavanda e flores do campo. Na verdade, eu nem sei porque chegamos a esse assunto de cocô, mas nesse blog as coisas acontecem assim mesmo. O assunto nos escapa entre os dedos, quase como no papel higiênico furado por infortúnio do destino. Antes que entremos em assuntos mais tenebrosos como esse de destino e papel higiênico, caros leitores, eu lembrei. Ia este escriba dizendo ser do contra. Ok. Aí o mais carinhoso e prestativo dos leitores poeticamente pensara: "desde setembro sem postar nada, sem receita e sem churrasco, eu atesto, esse é um blogueiro que morreu. Com toda a certeza, algum mal lhe abateu, seja guerra nuclear, queda de avião ou micose no pé, este que escrevia, já não mais escreverá".<br />
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Eu, dentro daquele lance de ser do contra e tal, cá estou dando a cara pra bater, o osso pra roer e um carro velho pra vender, provando que, ao contrário da torcida de muitos e do receio de poucos, estou vivo, alive and kicking como nunca estivera antes, seja lá qual for a razão de estar vivo e chutando. O fato é: chuto, logo existo.<br />
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O que aconteceu, em linhas rápidas e deixando claro que não pretendo me alongar na minha vida pessoal, é que no ano passado eu me separei, fiquei sem casa e sem churrasqueira, e passei uns meses morando com a minha avó, que os leitores costumazes desta espelunca já sabem ser uma verdadeira nonna italiana, daquelas que não deixa homem nenhum fazer nada na cozinha dela a não ser buscar água ou levar o prato depois do almoço. Logo, passei meses sem churrasqueira e sem cozinha. E sem ter como escrever nada que valesse a pena aqui no blog.<br />
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Por isso, ficamos alguns meses com a programação meio esquisita, fora de sintonia, dando fantasma e um monte de chiado. Pior que tv aberta no carnaval.<br />
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Finalizando esta novela, o fato é que agora eu tenho novamente uma casa e uma cozinha, e pude voltar a praticar as já conhecidas estripolias e fanfarrices gastronômicas, tão calorosamente digeridas pelos nossos inoxidáveis leitores.<br />
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Ainda no quesito do inoxidável, agradeço pessoalmente com beijo, abraço e aperto de mão a cada um dos leitores que se preocuparam com a minha integridade física, mental ou, sei lá, espiritual durante o período de vacas magras aqui do blog. Muito obrigado. Fui atropelado por jamantas, passei por avalanches de neve e cruzei o saara sem uma única cerveja gelada, mas agora está tudo bem.<br />
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Agora, rapazeada, parafraseando o gênio que inventou que camarão que dorme a onda leva, abre bem esse olho, vai grudando o bombril na antena, que daqui pra frente o que vem é patifaria da grande, com mesma falta de qualidade, clareza e honestidade que sempre coloquei em cada uma das mal escritas linhas desta espelunca. Boteco aberto novamente, galera!<br />
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E provando que quem é vivo sempre aparece, já deixo aqui mais um daqueles desafios que fazem retorcer os neurônios do mais genial dos leitores: a nossa charada da próxima receita.<br />
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Pra quem é novo por aqui, ou esqueceu como o sistema é duro e embrutece a alma, a coisa funciona assim: eu dou 3 dicas sobre a próxima receita, e você, nobre leitor, perde o sono, os cabelos e um milhão de reais tentando adivinhar. O box de comentários está aí pra você provar a magnitude do seu QI.<br />
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Vamos a elas:<br />
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<li>Uma comida dentro da outra;</li>
<li>O masculino é muito frutinha;</li>
<li>Raimunda.</li>
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Boa sorte, vamos ver quem consegue desvendar esse mistério.</div>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com70tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-13502410745390743602011-09-30T18:11:00.000-03:002011-09-30T18:11:11.962-03:00Parabéns aos envolvidosEstou passando por aqui rapidamente só pra lembrar, ao mais radiante dos leitores, que hoje é dia de comemoração.
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O faustão diria ôlocomeu, o gugu pensaria no pintinho amarelinho e o silvio santos diria má-oeee. Todo mundo em ritmo de festa só porque hoje é o DIA DO CHURRASQUEIRO.<br />
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Isso mesmo, parceiro. Você que passa horas na frente do fogo no calor, que suja a mão no carvão e respinga gordura na camisa, pode sair por aí no maior abraço coletivo porque hoje é o seu dia.<br />
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Na verdade, abraço por abraço, aproveita que hoje também é dia da secretária. Abraça ela. Eu abraçaria. Entenda como quiser kkkk.<br />
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Como a passagem aqui era rapidinha, desejo que cada churrasqueiro leitor dessa espelunca abra uma cerveja em homenagem ao nosso dia.<br />
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Saúde!Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com40tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-50969859705145419652011-09-10T02:04:00.005-03:002011-09-13T12:11:40.576-03:00Casquinha de siriIsso que eu vou contar aqui vai me denunciar a idade. mas eu preciso dizer que dia desses, lembrei sem querer de uma das bandas que mais tocavam nas rádios antes das rugas habitarem a cútis facial deste que vos fala.<br />
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No distante tempo no calendário gregoriano, no qual este ainda ostentava espinha, kichute, transcaloi e lição de casa, as rádios vigentes eram sempre povoadas pelas letras sórdidas de um gaúcho dos pampas chamado humberto gessinger. </div>
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Gessinger era o cara que dizia que o papa era pop, que infinita mesmo era a highway e que a juventude era apenas uma banda numa propaganda de refrigerantessssss. Havia um garoto que, como ele, gostava dos beatles e dos rolling stones. E ainda tinha uma garota chamada Ana, cujos lábios eram labirintos, Ana, que lhe atraíam os instintos mais sacanas.</div>
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Tal e qual o poeta-safado com pinta de capoeirista djavan, humberto gessinger desenvolveu a teoria da composição artística baseada no aleatório, uma verdadeira genialidade do descompromisso. Artistas como gessinger e djavan conseguem reunir numa única frase coisas como um açaí, zum de besouro e um íma. E fazer as pessoas gostarem de ouvir essa coisa. Ou então, desfilar que existem sim paralelas que se cruzam, mas lá em Belém do Pará, confundindo gente culta e aumentando involuntariamente o contingente turístico da região.</div>
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A isso se dá o nome de fanfarrice. Safadeza, gatunice, malacagem. Ato ou efeito de camuflar outrém sob a flâmula da malandragem.</div>
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Se você estava tentando entender o que isso tudo teria a ver com uma simples e honesta casquinha de siri, encontramos, aqui, um paralelo. E olha que nem precisamos viajar ate Belém. Primeiramente, porque se tem um cara que entende de paralelo, esse cara é o siri. Ou o nobre leitor acha que um cidadão que anda de lado não entende de paralelo? E outra que o siri é mesmo um cara safo. </div>
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Cidadão olha pro siri, e de repente.. cadê? Dois passos pro lado e já era o crustáceo. Ou então, cava um buraco na areia e pronto, tchau siri. E vacila com esse dedão pra você ver se não toma um beliscão. </div>
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Definitivamente, o siri é casca grossa. Literalmente. E essa receita aqui é tão malaca quando o siri, porque começa te levando a crer que vais comer a casca do siri quando, na verdade, vais comer só a carne. O que julgo ser uma vantagem, não fosse o infortúneo de comer isso tudo montado numa conchinha. </div>
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É, caro leitor. O siri é um cara cheio de traquitanas, que te faz pensar que vai comer a casca, mas vai comer a carne. E mesmo não sendo na casca, é na concha. Foi logrado e nem notou, amigo.</div>
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A casquinha de siri em si todo mundo já comeu. E se alguma vez você já se perguntou que diabos vai lá naquele treco, pode dispensar o indiana jones aí do seu lado, porque eu ajudo a esclarecer o enigma. Na casquinha de siri vai um mooooonte de coisas. A primeira delas é carne de siri. Vem comigo.</div>
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Vamos partir do princípio que você tem as conchinhas em mãos, ou pelo menos tem algum invólucro pra montar as casquinhas. Se não tem nada, compre uma caixa de cerveja, tome todas as cervejas, corte cada latinha na metade e utilize a meia-lata como concha. Não vai te ajudar a abalar os corações das garotas, mas que funciona, funciona.</div>
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Pasmem, mas o ingrediente que predomina na casquinha de siri é mesmo... o pão. Parceiro, como vai pão naquele negócio. </div>
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E já que estamos falando de pão, pegue 3 fatias de pão de forma e coloque pra dormir num pratinho repleto com uma garrafinha de leite de coco. </div>
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Tá vendo como essa receita é uma fanfarrice? Aposto que nunca imaginou que lá dentro tinha pão e leite de coco, não é? Lembra do açaí e do íma? Mesmo princípio.</div>
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Ok, deixamos o pão no leite, tira o gato de perto e continuamos com a receita. </div>
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A carne do siri, em si, vende no supermercado. Se você prefere cavar a areia, tomar belisco e limpar o bicho, beleza. Mas eu achei mais simples comprar uma embalagem de 100g de carne de siri limpa. Aí o trabalho é jogar tudo num saquinho daqueles de freezer e mandar pra dentro o caldo de um limão. É importante deixar no saquinho, depois você vai entender. Põe tudo no mesmo saco, limão e siri. Chacoalha e deixa quieto. </div>
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Agora vem o básico do refogado, né? Corta meia cebola em pedaços beeeeem pequenos, guarda num pote. Picota uns 2 dentes de alho beeeeeeeem pequenos e vê se não corta esse dedo, você ainda vai precisar dele. E picota um tomate inteiro, em pedaços moderadamente pequenos.</div>
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Aí vem mais uma surpresa. Picota beeeeeem pequeno, tomando cuidado pra não furar o bandaid, meio pimentão verde. Só meio.</div>
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A maneira mais maneira, com o perdão do trocadilho, de lidar com o pimentão é retirando aqueles veios brancos que tem dentro dele. Abre o bicho, que não é bicho e sim legume, e sai retirando aqueles sulcos brancos. Corta só a carne, por mais que ele não tenha carne. Você entendeu.</div>
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Agora mete fogo na boca 1 e mete uma panela ali. Dá aquela boa e velha golada de azeite, tomando toda a atenção do mundo pra somente depositar o óleo sobre a panela, e não necessariamente, degustar a iguaria. Joga azeite lá e boa.</div>
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Quando parecer que tá quente, joga a cebola. Mexe mexe que é bom [/ leonardo]. E se no mexe-mexe todo mundo apronta, aproveita a deixa e joga o alho lá dentro quando a cebola ficar amarelinha. Mexe e remexe de novo, mexendo gostosinho sem parar [/ gerasamba]. Quando tudo ficar amarelo e você começar a achar que tudo vai queimar e o que era pra ser uma receita vai virar um incêndio, jogue lá o tomate e o pimentão. Mexe mais uma vez. O tomate começa a perder água e a coisa toda acalma dentro da panela.</div>
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Lembra do siri no saco? Pois é, capitão nascimento sabe do que tá falando. O lance é fazer um buraquinho pequeno no saco e ir espremendo a carne, de maneira que todo o limão e todo o liquido possível escapem pelo buraco. Isso mesmo. Primeiro, nós jogamos limão no siri, agora vamos tirar tudo. A vida é assim, amigo. Um dia é da casca, outro do descascador. </div>
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Quando o siri estiver sequinho, manda pra panela do refogado. Mexe mexe que é bom mais uma vez. É o beija-beija. Alguém tira esse leonardo daqui, pelo amor de Deus!! Ou seria o zezé de camargo?</div>
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Bom, o lance é deixar esse trem fervendo, mexendo sempre até que o tomate e o pimentão desapareçam. ou pelo menos fiquem bem detonados, você entendeu onde eu quero chegar.</div>
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O único e derradeiro tempero que vai nessa receita é o cominho. Mas recomendo cuidado, porque <strike>o palhaço é ladrão de mulher</strike> o cominho é ladrão de sabor. Coloque coisa como uma colherzinha de chá, apenas. Muito cominho vai te fazer preparar uma casquinha de cominho. E o bicho é indigeeeesto. Não é bicho, é tempero, mas você entendeu.</div>
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Ah, em algum momento dessa ferveção de tomate e pimentão, você pode jogar um tablete de caldo de camarão. Ou caldo de peixe. Ou caldo de legumes. Não adianta especular, não existe caldo de siri, ok?</div>
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Quando achar que tá na hora, e, acredite, você vai saber, jogue lá dentro o pão e o leite de coco. Vai mexendo, a coisa toda agora começa a virar uma pasta mesmo. Tá nojento? Estamos no caminho certo.</div>
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Sabe aquela embalagem de queijo ralado que não muda há mais de 500 anos? Pois veja só, pode jogar o conteúdo de uma dessas pra dentro da sua panela. Vai derreter, vai ficar legal. Vem comigo.</div>
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Agora a única missão é engrossar o caldo da coisa toda aí. Pra engrossar, deixe em fogo baixo e vai mandando pra dentro colheradas e mais colheradas de farinha de rosca. O que nos leva a uma reflexão...</div>
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Tu já apertou uma rosca? Tinha farinha? Então. Na minha rosca não tem farinha, então nem imagino porque diabos alguém deu esse nome a tão nobre elemento da nossa culinária, mas o fato é que devemos usar a tal farinha de rosca pra fazer a nossa maçaroca de ingredientes ficar uma pasta grossa.</div>
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Aí é só colocar essa pasta nas conchas (mas eu confesso que gostei mesmo do lance da meia latinha), e polvilhar com um pouquinho mais de queijo ralado.</div>
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Feito isso, manda pro forno, e deixa lá enquanto saboreia uma maravilhosa dose de felicidade enlatada. Quando a cerveja acabar, tira do forno e come.</div>
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Se você não perdeu nenhum <strike>capítulo da nova novela das nove</strike> detalhe desse post, vai ficar bom. Não tem onde errar, essa receita é boa e pronto.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-jDTPCqy_nhY/Tmrz7DTL_UI/AAAAAAAABPw/I9UX7TIcORY/s1600/casquinha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://4.bp.blogspot.com/-jDTPCqy_nhY/Tmrz7DTL_UI/AAAAAAAABPw/I9UX7TIcORY/s320/casquinha.jpg" width="320" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><i>eu não tenho mais uma máquina fotográfica, então não me restou outra opção a não ser roubar essa foto <a href="http://www.pitada.com/casquinha-de-siri-receita-164">desse site</a>.<br />Mas tudo indica que eles também roubaram de outro. Vida que segue.</i></span></div>
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<b>Rendimento</b>: Essa receita toda dá um monte de cascas. Pensando no tamanho tradicional das casquinhas, dá umas 15 ou mais.</div>
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<b>Custo</b>: A carne de siri custou uns 10, mais os outros ingredientes, deve ter custado uns 25 reais. Uma receita bem barata.</div>
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<b>Tempo de preparo</b>: 4 latinhas na cozinha, 1 no forno. Sirva feliz.</div>
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Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com63tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-75748645988616553022011-06-20T23:43:00.002-03:002011-06-21T00:02:35.279-03:00Tainha recheada com farofa de ovasTu conhece a tainha, parceiro? Não? Vem comigo que eu vou te mostrar quem é.<br />
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<strike>Ela mora lá na lagoa não lava o pé porque não qué</strike> A tainha mora no litoral brasileiro, perto de costões rochosos, maguezais e praias de areia. Alguém me contou isso, não sei se o google, a wikipedia ou o chico xavier. O que importa é que a tainha mora na praia, porque praia ou tem rocha, ou tem areia ou tem mangue. Eu já morei na praia, tropiquei na rocha, peguei micose na areia e me afoguei na água. Mas morar na praia é bem legal. Com a diferença que eu morava do lado de fora da água, e a tainha mora do lado de dentro. Questão de afinidade.<br />
<br />
Nós, os pobres mortais, chamamos a tainha de tainha mesmo. Mas os cientistas, essa gente louca do óculos de aro grosso, chama a tainha de <i>Mugil Cephalus</i>, o que nos coloca numa situação bastante peculiar. Isso porque você nem precisa ser cientista pra descobrir que por aqui, parceiro.. mugil, a gente come. Não interessa se é planta, peixe ou vaca. Abriu a boca, fez mú, vai pra pança.<br />
<br />
E é por isso que estamos aqui: pra comer uma deliciosa tainha.<br />
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Caro leitor, pode ir preparando a penitência, espalhando o milho pelo chão e contando ave-marias, porque nós vamos, juntos, pisar sobre todos os preceitos de moralidade e complacência que se pode imaginar: nós vamos comer criancinhas. Não como o michael jackson, necessariamente. Mas vamos comer a tainha e toda a família dela, principalmente a filharada.<br />
<br />
Então, vamos lá. Já sabemos que a tainha é um peixe que muge (pelo menos na certidão de nascimento), e sabemos que ele mora na praia. E agora vamos descobrir como preparar esse peixoto aí.<br />
<br />
Você começa, claro, adquirindo a tainha. Se o pescador tem dois amor [/dorival caymmi], ele é, além de ser um HERÓI que enfrenta duas tpms no mês, é um cara que entre uma DR e outra acha um tempo pra pescar. E quando ele faz isso, ele volta com a tainha na mão. Afinal, a tainha tá lá na praia, do lado de dentro do mar, pescador joga a rede e volta com a sereia, mulherada fica louca, duas TPMs, DR, tainha, aquela história toda.. Você entendeu: malandro sobe no barco e rema pro horizonte, manda a rede pra água e volta com a tainha. Pescador é gente que faz. Por isso que tem o Ministério da Pesca. Tem o do churrasco? Não. Mas tem o da pesca. Enfim, tudo isso por causa de uma tainha.<br />
<br />
Então a nossa missão começa tentando encontrar o pescador, preferencialmente quando ele não está na água, e nem com nenhum dos dois amores dele, sob o risco de enfrentarmos uma situação constrangedora. O pescador é, realmente, um cara que entende dessas coisas de amor. Um cara que pega duas mulheres com a mão fedendo a peixe é, definitivamente, um cara bom. Respeitemos isso.<br />
<br />
Bom, antes que você também vire mulher do pescador ou vice-versa, o que seria uma roubada, saque logo alguns reais e peça a ele que te venda uma tainha. De preferência limpa. E, se o pescador vai limpar a tua tainha, peça a ele que abra a tainha pelas costas, e não pela barriga. Nem tem muito o que entender aí, pede pra ele "me dá uma tainha limpa, aberta pelas costas" que o cara entende.<br />
<br />
Assim como a minha mãe, a sua e todas as leitoras desse blog, a tainha também tem o dom de ficar grávida. Com a diferença que as leitoras desse blog se divertem muito mais no ato ou efeito de adquirir a gravidez. Enfim, a tainha fica com uma penca de filhotinhos crecendo dentro da barriga, assim como as leitoras, a mamãe e a vovó.<br />
<br />
A essa peixarada toda dentro da pança da tainha, dá-se o nome de "ovas". É isso mesmo, diferente da galinha que fica com a pança cheia de OVO, a tainha fica com a pança cheia de OVA. Pra mamãe, vovó e pras leitoras, dá-se o nome de bebê, mesmo. Vai entender essa língua portuguesa, né?<br />
<br />
Professores pasquales à parte, recomendo que peça ao pescador uma tainha que tenha ovas. Recomendo seriamente que considere a hipótese de comprar as ovas na época em que a sua pesca é permitida, sob o risco de enfrentar problemas legais bastante severos junto ao ibama e adjacências.<br />
<br />
De posse da tainha limpa aberta pelas costas e das ovas, corra pra casa pra preparar nossa amiga. A tainha, para de pensar besteira.<br />
<br />
O procedimento é muito simples. Muito mesmo. Basicamente, abra uma breja e seja feliz. Não, peraí, voltando à receita.. basicamente, a gente faz uma farofa e sapeca dentro do peixe.<br />
<br />
Começando os procedimentos, de mãozinha lavada e cerveja na alma, um, dois, três e VAI!<br />
<br />
Corte uma cebola em rodelas bem fininhas. Depois que você terminar de cortar, desmonte as rodelas, de maneira que você só vai ficar com um monte de anéis de cebolas. Acho que você entendeu, né?<br />
<br />
Beleza, agora picote uns 3 dentes de alho. Pode picotar em pedaços bem pequenos.<br />
<blockquote>Aqui faço um adendo: essa receita pode ser feita na churraca, ou no forno mesmo. Se você vai fazer no forno, eu recomendo que descasque umas batatas e bote pra ferver em outra panela, ok?</blockquote>Legal. Agora, pega uma panela e coloca ali uma bela golada de azeite. Pode por uma golada sarada, de cobrir o fundo da panela. Isso aí deve dar, sei lá, uma meia xícara de azeite. Mas como aqui nesse blog o sistema é bruto e jacaré anda de lado (qual o sentido disso??), a gente manda golada pra panela. Não é pra fazer uma sopa de azeite, mas é bom colocar uma quantidade legal, pra nossa farofa ficar bem molhadinha (ui!).<br />
<br />
Ok, deixa aí uns segundos que o azeite começa a ferver no fundo da panela. Claro, desde que você tenha se lembrado do brilhante e chamuscoso procedimento de acender o fogo debaixo da mesma.<br />
<br />
Na sequencia, joga lá dentro uma folha de louro. Louro, isso mesmo. Aquele, que conta piada com a tiazinha do programa matinal. É, aquela, que tem idéias gastronômicas brilhantes, como o <a href="http://anamariabraga.globo.com/home/receitas/receitas.php?id_rec=6945">brigadeiro de gengibre</a>, saboroso quitute que espanta todas as crianças da festa.<br />
<br />
Beleza, joga <strike>o louro no óleo quente</strike> a folha de louro no azeite. Na sequencia, jogue os anéis de cebola. Te cuida, frodo bolsero, que anel por anel.... ... ... ....... putz, não tem como fazer um trocadilho com anel que não fique com duplo sentido. Esquece o frodo bolsero e bola pra frente. Ops, bola pra onde? Ah, esquece o duplo sentido, mente suja!<br />
<br />
O cheiro da cebola fritando no azeite é uma das coisas mais gostosas da culinária, não acha? Pois eu acho. Quando a cebola começa a ficar amarelinha e molenga, é hora de jogar ali o alho. Pois faça isso, jogue o alho pra ferver junto com a cebola.<br />
<br />
Mais alguns segundos, e o alho começa a pegar uma corzinha maneira, enfim. Tá fritando, né?<br />
<br />
Falando nisso, quem tá frita mesmo é a prole da tainha. Na real, ainda não fritamos, mas eu digo que elas estão fritas só pra não dizer coisa pior. Pode ter criança lendo.<br />
<br />
E se tem criança, a gente manda pra panela. Pegue as ovas e mande pra dentro daquele azeite fervendo com cebola e alho. Misture bem, sem medo de ser feliz. O cheirinho de peixe frito, ou melhor, de filhote de peixe frito que começa a subir é realmente agradável.<br />
<br />
Até o mais desligado dos leitores já entendeu que farofa que se preza, tem que ter farinha, não é mesmo? Pois sapeque dentro da panela umas duas xícaras de farinha de milho.<br />
<br />
A farinha de milho é legal pra você usar, porque ela é meio macia, tem um gostinho maneiro, enfim. Vai na minha que é sucesso, sapeca farinha de milho lá e mistura bem.<br />
<br />
Alguns segundos depois que começar a misturar, recomendo desligar o fogo. A farinha queima rapidinho, e pode transformar todo esse trabalho que você fez até agora num lixo queimado. Lembre-se do frodo bolsero e não queime os anéis. Enfim.<br />
<br />
Tua farofa tá pronta, parceiro. Recomendo que experimente e dê aquela rebocada no sal, com todo o comedimento que o cardiologista recomenda.<br />
<br />
A missão agora é rechear a tainha com a farofa. Lembra que o peixeiro, entre uma mulher e outra, abriu a sua tainha pelas costas? Pois então, é pelas costas que nós vamos encher a bicha de farofa. Pega uma colher, mete a mão no peixe e enche de farofa.<br />
<br />
E pra fechar, caro blogueiro? Pergunta o nobre leitor. Com barbante, respondo eu.<br />
<br />
Amigão, eu aqui escrevendo esse negócio todo, tou aqui imaginando que você já tem idade suficiente pra amarrar o próprio sapato, não tem não? Pois então, o princípio é o mesmo, e eu estou aqui acreditando veementemente que você vai saber como amarrar esse peixe e manter a farofa dentro dele. Te vira e amarra esse trem aí.<br />
<br />
Tamos quase lá. Agora, embrulhamos o peixe (que por sua vez tá embrulhando a farofa) no papel alumínio e vamos pro calor.<br />
<br />
Se você vai colocar na churraca, embrulha o peixe no papel alumínio e manda pra lá, tomando cuidado pra labareda não pegar no pacote.<br />
<br />
Se vai colocar no forno, pode deitar o peixe sobre uma bandeja grande, espalhar as batatas pela bandeja, jogar um azeitinho por cima de tudo e cobrir tudo com papel alumínio.<br />
<br />
A tainha, se antes era mugil, agora é só uma comida esperando alegremente o momento de sentir a força dos nossos molares. E espera quanto? Espera quase uma hora, dependendo do tamanho da tainha, da força do seu forno ou da chama que acendeu na sua churraca. Estou imaginando que você vai saber acompanhar.<br />
<br />
Pronto. Agora é só abrir e comer. Cuidado que tem espinha [/mãe]. Mas é um peixe absolutamente delicioso, e a farofa fica molhadinha dentro do peixe. Sucesso, vai por mim.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-pxP822YteQ8/TgAEzGEMgPI/AAAAAAAABOM/w88F0cdO11I/s1600/2011-04-16+20.47.41.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="480" src="http://4.bp.blogspot.com/-pxP822YteQ8/TgAEzGEMgPI/AAAAAAAABOM/w88F0cdO11I/s640/2011-04-16+20.47.41.jpg" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Taí a mamãe recheada com os filhotinhos.</span></div><br />
<b>Custo: </b>A tainha que compramos tinha mais de 2kg e custou uns R$30,00.<br />
<b>Rendimento: </b>Serve bem a umas 6 pessoas. Sem ogros e sem princesas: gente normal.<br />
<b>Tempo de preparo:</b> Umas 2 latinhas na pia, umas 3 latinhas no forno (ou churraca). Sirva feliz.Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com77tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-29102526411955444022011-05-10T01:23:00.002-03:002011-05-10T01:31:47.776-03:00Como preparar uma FEIJOADA de mestreSegunda feira chata como sempre, final de expediente, você aí dando aquela enrolada no trabalho, dia das mães já passou, bin laden bateu as barbas, e cá estamos nós, eu e você, já pensando na lambança gastronômica do final de semana. E, se o assunto aqui é esse, lambança rima com lembrança e vem comigo nessa rima pobre relembrar os primórdios da nossa culinária, chafurdando no caldeirão [/luciano hulk] de um dos mais tradicionais instrumentos da nossa cultura.<br />
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Assim como o futebol, o samba e a bunda, esse belo país em formato de bisteca também é conhecido no mapa-mundi pela Feijoada.<br />
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A história da feijoada todo mundo conhece, mas não custa <s>dar a nossa versão</s> relembrar: No século dezenove - eu odeio números romanos. odeio romanos [/asterix], a rapaziada mais abastada, assim como hoje em dia, não tinha lá muito apreço por pegar no batente, não. Assim como muito político que a gente conhece, nesse mundão sem fronteiras, quem tem dinheiro não faz, manda fazer. No século 19 as coisas eram ainda mais cruéis, vai vendo.<br />
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O coronel Coriolano, que aliás tem um belo nome, não tinha muito apreço pela fadiga. Gostava mesmo era de contar os seus contos de réis, devidamente ornamentado pela sua bombacha sobre a carroagem que o levava pela pradaria. Coronel Coriolano era um cara de vocabulário arcaico, por isso profiro aqui palavras tão prolixas.<br />
<br />
Porém, para multiplicar os seus contos de réis, alguém naquela fazenda tinha que trabalhar, e nós aqui já sabemos que não seria o coronel Coriolano. Mas se o distinto senhor possuía providências, logo poderia comprar alguém para fazer isso no lugar dele, não? Pois foi assim que o coronel Coriolano procedeu, e logo aportou em algum local desse Brasil varonil um navio cheio de negros, feitos escravos.<br />
<br />
Coronel Coriolano, um grandecíssimo calhorda, gordo como um porco, ficava ali, deitado eternamente em berço esplêndido, enquanto os negros trabalhavam no lugar dele.<br />
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Aí, o coronel mandava um negro abater aquele porco gordo (o bicho, não o coronel), retirava as partes nobres e mandava pros negros o que sobrava. Pés, orelhas, rabo.... E, gordo como um porco (o coronel, não o bicho), ria-se das desgraças daqueles pobres negros que, sem a menor culpa no cartório, sofriam as mazelas da escravidão no seu lugar.<br />
<br />
Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada, já dizia o velho ditado. Se a vida lhe der um feijão, faça uma feijoada, diz o velho blogueiro. Se a vida lhe der um violão, faça uma feijoada. Se a vida lhe der um irmão, faça uma feijoada. Se a vida lhe der um sermão, faça uma feijoada. Se a vida lhe der um caminhão, faça uma feij... Você entendeu, aconteça o que acontecer, faça uma feijoada. E foi o que os escravos fizeram: juntaram todo aquele resto de porco, meteram dentro de um feijão e assim tava criado um dos pratos mais incríveis da nossa gastronomia.<br />
<br />
E se for pra fazer uma feijoada, siga o procedimento abaixo. E, caros leitores.. o procedimento é longo e a labuta é árdua.<br />
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Portanto, agradeçamos à Princesa Isabel que, ao contrário de todas as outras princesas da história, fez alguma coisa realmente relevante e aboliu a escravidão. Escravidão esta que nem deveria ter existido, mas como algum idiota achou que seria legal dar um pulinho na África e cometer um dos maiores erros da história da humanidade, ainda bem que nós tínhamos a dona Isabel, que azedou com a graça do coronel e de mais um monte de aproveitadores, safados e vagabundos e botou todo mundo pra trabalhar.<br />
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Agora vamos ao procedimento. Estamos levando com consideração que você vai fazer uma feijuca pra um monte de gente, portanto a quantidade de ingredientes vai ser colossal. Prepara que você vai, literalmente, suar sangue.<br />
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Pela primeira vez na história desse blog, vamos abrir mão da sacanagem de simplesmente ir jogando ingredientes a esmo no meio do texto, e vamos fazer uma listinha com tudo o que você precisa ter em mãos pra preparar uma boa feijoada.<br />
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<div style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px;"><br />
Hora do prejuízo. Prepara o pelego, monta no pangaré e dirige agora essa carcaça surrada até o supermercado mais próximo. Pegue um carrinho grande e senta que lá vem a história.</div><br />
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<ol><li>Esquece o bacon defumado. Compre uns 400g de barriga de porco, aquela crua mesmo;</li>
<li>Se não tiver arroz na sua casa, compre. Feijuca sem arroz é como mulher na TPM: não adianta o quão você se esforçar, você não vai conseguir comer;</li>
<li>1kg de feijão preto;</li>
<li>Salsa;</li>
<li>Alho;</li>
<li>Umas 4 cebolas grandes;</li>
<li>Um maço de couve-manteiga, que não tem nada de manteiga, mas assim foi denominada;</li>
<li>Uma peça de costela de porco de uns 2kg;</li>
<li>1/2kg de carne de charque, um tipo de carne seca;</li>
<li>Duas orelhas de porco, daquelas salgadas;</li>
<li>Um rabo de porco, igualmente salgado;</li>
<li>Um pé de porco, salgadinho, salgadinho, só no sapatinho [/só pra contrariar];</li>
<li>Uma linguiça portuguesa defumada;</li>
<li>Uma linguiça calabresa também defumada;</li>
<li>Dois paios, defumadinhos defumadinhos, só na fumacinha [/bob marley];</li>
<li>Um codeguim, seja lá o que isso signifique, mas já chegamos lá;</li>
<li>1kg de bisteca de porco em fatias;</li>
<li>1/2kg de farinha de mandioca;</li>
<li>6 limões;</li>
<li>Pimentas diversas, se vira;</li>
<li>Colorau;</li>
<li>Umas folhas de louro;</li>
<li>Azeitonas.</li>
</ol><br />
Já deu pra perceber que isso aqui vai dar trabalho, não é? Assim como já deu pra perceber que o preju aqui vai ser grande, não é? Pois é, mas isso aí serve pra alimentar um pelotão. Portanto, se você pretende alimentar um pelotão, siga os procedimentos e leve o prejuízo.<br />
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O primeiro passo é lavar 1/2kg de feijão preto. E como lava? Mete num pote, abre a torneira e deixa passar água. Parceiro, meu lado ogro me diz que esse negócio vai ferver tanto, mas tanto, que você nem precisa se preocupar com bichos ou agrotóxicos. Chora, Doutor Bactéria, que dessa vez a gente vai levar os anticorpos da galera ao limite!<br />
<br />
Lavado ou não, pegue o 1/2kg de feijão e mergulhe na água. Pega um pote bem grande, joga o feijão e manda água pra dentro. Sabe aquele lance que a gente chafurda na cerveja e fica todo inchado? Então, acontece o mesmo com o feijão. Então, pensa num pote grande, porque os grãos vão crescer bem. E enche bem de água. Deixa isso quietinho e vai acender a churrasqueira.<br />
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Churrasqueira??? O mais sensato dos leitores certamente vai pensar que este blogueiro está viajando na maionese, na mostarda e no catchup, mas não: eu não estou viajando.<br />
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Vamos por partes, já diria o jack estripador, embora eu prefira muito mais o jack daniels.<br />
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<b>Pé, orelhas charque e rabo do porco</b><br />
Como lidar com essa verdadeira carnificina suína salgada e depilada que tá aí na sua frente? É, essas partes são meio bizarras quando cruas, mas não tem jeito: você tem que meter a mão nesse trem aí. Abre a torneira, lava bem pra tirar o sal e chafurda numa bacia grande, cheia de água. Você tem que fazer isso pra tirar o sal dessas peças.. Se deixar do jeito que tá, a sua feijoada vai ficar mais salgada que o mar morto. Se não entendeu a piada, vai pro goooooogle. É importante deixar de molho umas 5 ou 6 horas, trocando a água de hora em hora. Fica atento no silvio santos, passou o resultado da tele-sena, troca a água.<br />
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<b>Costela e barriga</b><br />
Você acendeu a churrasqueira, certo? Então joga um salzinho em cima da costela e coloca na churraca, de maneira que as labaredas não encostem na costela. Nem na sua e nem na do porco. Se você sabe o que fazer com a barriga, <strike>empurra com ela</strike> fatia ela em pedaços da espessura de uma caneta e coloca ela na grelha. Mas coloca beeem longe da labareda, porque a barriga perde muita gordura, que faz as labaredas ficarem encapetadas. Pra evitar um incêndio, deixa a barriga longe, de maneira que ela asse, mas demoradamente. De vez em quando, dá uma passada na churraca e tira as peças quando elas estiverem bem assadas, com cara de bem passadas. Quando a costela estiver OK, use uma faca e separe as costelas no osso, como se fosse servir. E tira esse olho gordo e essa mão boba daí, senão vai faltar costela na sua feijoada. Deixa isso tudo bem guardado num buraco na periferia de jalalabad.<br />
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Pensa no timing da coisa: você colocou as coisas na churraca, e não vai ficar ali de bobo do lado dela esperando ficar pronto enquanto tem uma trabalheira te esperando lá na cozinha, vai? <strike>Sim, vai</strike> Não, não vai, né? Então pensa que o procedimento abaixo pode ser feito durante o procedimento anterior. Uma verdadeira confusão, mas vai por mim que no fim dá certo.<br />
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<b>O couve, parte 1</b><br />
O couve é meio esquisito, mas é assim que a couve se chama. O couve. Nos tempos modernos, quando rapaziada muda de roupa, muda de time e valdemar vira valdirene, relaxa e chama a couve de o couve. O que importa realmente é que você precisa lavar esse treco aí. Abre bem, separa as folhas, mete numa bacia cheia de água e com um gole de vinagre. Deixa lá por uma meia hora e vai fazer outra coisa. E não é playstation, é trabalho, merrrmão!<br />
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Por falar me trabalho, vamos inaugurar os trabalhos? Corra o mais rápido que puder até a sua geladeira, abra uma latinha de cerveja e fique mais feliz.<br />
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<b>A farofa</b><br />
Você deve cortar meia cebola em rodelas, o que é bem fácil. Nem vou te contar como fazer isso, você vai saber. Aproveita essa levada toda de picotar as coisas em rodela, e picota umas 5 azeitonas em rodela, se lembrando de retirar os caroços antes, sob pena de causar sérios danos à lâmina da sua faca. Picota também uns 3 dentes de alho, de qualquer jeito. Não precisa ficar muito bonitinho não, desde que esteja pequeno.Corra na churrasqueira e retire umas 2 fatias de barriga, mesmo que elas não estejam prontas. Picota a fatia em pedaços do tamanho de uma ervilha.<br />
Pronto, agora vamos pra panela. Jogue uma golada de azeite na panela, bote pra esquentar. Na sequencia, jogue lá dentro os pedaços de barriga, e uma folha de louro. Mexa com uma colher de pau, senão as barrigas grudam no fundo da panela, e nós não queremos isso. Quando achar que tá ficando bacana, jogue também as cebolas e azeitonas em rodelas. O cheiro já começa a ficar complicado de segurar.. Mexe até que as cebolas comecem a ficar amarelinhas. Na sequencia, jogue o alho e mexa, até que o alho comece a escurecer um pouco. Agora, jogue a farinha, e mexa muito, sem parar. Por uns 20 segundos, depois você deve desligar o fogo. A farofa queima muito rápido, portanto é bom desligar. Experimente um pouquinho, e se achar que deve colocar mais sal, adivinhe: coloque mais sal. Feito isso, pode guardar a farofa num esconderijo numa mansão no paquistão.<br />
<br />
<b>O feijão, parte 1</b><br />
Bom, vamos começar a cuidar do feijão, afinal de contas, isso aqui é uma feijoada e nós não estamos aqui pra enganar ninguém com uma feijoada sem feijão. Jogue o feijão todo numa panela de pressão, com o pé de porco, a orelha, o charque e o rabo, que já devem ter passado por todo aquele procedimento de lavagem. Ponha água até o limite de segurança da sua panela, feche e mande pro fogo por uma meia hora.<br />
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<b>O couve, parte 2</b><br />
Enquanto o feijão tá levando muita pressão [/bonde do tigrão], enxágue as folhas do couvão, junte todas, enrole e comece a cortar fininho. Entendeu como faz? Você tem umas folhas grandes e precisa fazer aquilo ficar como um macarrão, que é o jeito que o couve fica quando vai pra mesa. Usa a cabeça que você vai entender. Feito isso, picote uns 2 dentes de alho. Numa panela, jogue mais uma golada de azeite, e comece a fritar o alho. quando ele começar a mudar de cor, manda lá pra dentro todo o couve feito em tirinhas. Mexa bastante, e frite até ficar escuro e molenga. se precisar, manda mais azeite pra dentro. Quando escurecer e amolecer, jogue um pouco de sal e guarde nas cavernas do afeganistão.<br />
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<b>A bisteca, parte 1</b><br />
Num pote, esprema (JAMAIS inverta o P e o R de lugar, sob sério risco de acabar com a receita. Se fizer isso, nem me chama pra comer essa bomba) um limão, picote um dente de alho e dê uma colherada pequena de colorau, com umas pitadas de sal. Misture todo esse treco e mergulhe as bistecas.. feche o pote e chacoalhe como se não houvesse amanhã. Pensando bem, uma pitada de pimenta do reino deve ajudar essa mistura aí. Deixe descansar, por mais que o porco já esteja morto sem a menor necessidade de descanso. Enfim, você entendeu.<br />
<br />
Nesse tempo, se a meia hora do feijão já passou, tudo bem. Deixa todo mundo fechado dentro da panela e segue os procedimentos.<br />
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<b>O feijão, parte 2</b><br />
O procedimento é abrir a panela tomando todo o cuidado do mundo com a pressão que tá rolando lá dentro. O ideal agora é você transferir tudo pra uma panela realmente grande, que caiba o dobro do feijão que você tem, ao menos. Feito isso, deixe a panela aberta no fogo médio até o final da receita toda. O lance da pressão é que ela ajuda a amolecer um pouco o feijão, mas todo o resto fica melhor em panela aberta. Põe bastante água nesse feijão e mexe de vez em quando, pro feijão não colar no fundo da panela.<br />
O tempero do feijão é simples. Tenha em mãos, mas não necessariamente NAS mãos, uma cebola picotada, 4 dentes de alho picados, duas folhas de louro e o resto todo da barriga de porco cortada em pedaços pequenos. Numa outra panela, jogue uma golada de azeite e deposite ali as barrigas todas com as folhas de louro. Siga a sequencia das cebolas, alho e pronto. Quando todo mundo estiver bem fritinho, jogue na panela do feijão, com azeite e tudo.<br />
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<b>Pescaria</b><br />
Pode largar a varinha e a minhoca (ui), o lance agora é dar uma olhada no meio do feijão, e tentar resgatar o pé do porco. Isso porque ele tem muito osso, e nós não queremos que aquela tia bacanuda que gastou vinte mil reais na sua prótese detone a lustrosa dentadura com um pedaço de osso, certo? Portanto, é legal pescar o porco pelo pé, retirar toda a carne possível e jogar o osso fora.<br />
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<b>O arroz</b><br />
Ah, esse post já tá muito longo e eu não vou ensinar ninguém a fazer arroz. Pelo menos não agora. Dá seus pulos aí, parceiro, e prepara um arroz<br />
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<b>Feijão, linguiças e costela</b><br />
Com a panela aberta, você mexendo toda hora e aquele caldo começando a engrossar, hora de descobrir onde enfiar toda aquela linguiça. E antes que o leitor utilize o lado negro dessa mente putrefacta, as linguiças todas devem ser depositadas na panela do feijão, sem furar, sem abrir, sem fatiar. Linguiça inteira, compana. Manda pra panela, elas devem ficar pelo menos uma hora lá dentro. O mesmo pras costelas. Aliás, a costela tem uma tendência a desmanchar, e você pode deixar desamanchar mesmo, ou separar metade das costelas pra colocar só na hora de ir pra mesa.<br />
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<b>O molhinho de pimenta</b><br />
Essa parte fica em aberto. Muita gente põe a pimenta sozinha na mesa, muita gente faz um molho usando o caldo do feijão, mas eu vou ensinar um molhinho que eu acho porreta, receita da vovó (claro, né). Bom, picota meio maço de salsinha, espreme uns 6 ou 7 limões, e adiciona um pouco de pimenta vermelha. Só isso. Esse molhinho, quando jogado em cima do prato de feijoada, faz o palhaço chorar.<br />
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<b>A bisteca, parte 2</b><br />
Tamos quase lá, rapazeada. Tá acabando a trabalheira e tá chegando a hora da comilança. Aqui não tem segredo, é só fritar as bistecas até ficar bem passada. Na hroa de servir, joga em cima dela um pouco de salsinha e põe limão cortado na mesa.<br />
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Pronto, pessoal Acabou a saga. Agora é tirar tudo o que estava escondido por aí, colocar todo mundo na mesa e lavar a alma. O resultado é esse aqui:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-WL4VdVv_r7g/Tci9ZbMXapI/AAAAAAAABOE/eHM9uGgd5nE/s1600/SAM_1894.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="http://1.bp.blogspot.com/-WL4VdVv_r7g/Tci9ZbMXapI/AAAAAAAABOE/eHM9uGgd5nE/s640/SAM_1894.JPG" width="640" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-ovQITTfmaoM/Tci9bdfr_eI/AAAAAAAABOI/vG93sKuoCN8/s1600/SAM_1903.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="640" src="http://1.bp.blogspot.com/-ovQITTfmaoM/Tci9bdfr_eI/AAAAAAAABOI/vG93sKuoCN8/s640/SAM_1903.JPG" width="446" /></a></div><br />
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<b>Custo:</b> Ah, é caro. Dependendo de onde você vai comprar, dá pra gastar mais de R$60,00 com esses ingredientes.<br />
<b>Tempo de preparo:</b> Demora muuuuito. Só o feijão, fica no fogo umas 5 horas, fora o tempo pra tirar o sal do porco, churraca, enfim. Se você ficar bebendo cerveja o tempo todo, vai servir a feijuca em coma alcoólico. Toma cuidado com esse pé de cana aí, parceiro.<br />
<b>Rendimento:</b> Dá pra uma galera. Já fiz feijoada pra 16 pessoas com esse volume de ingredientes.<br />
<ol></ol>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com47tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-69710797892902464462011-04-12T16:43:00.000-03:002011-04-12T16:43:54.228-03:00Drops de Churrasco - Ed. 10Um salve aí para o mais saudoso dos leitores! Pois é, caros amigos, a vida anda mesmo judiando deste velho e maltrapilho escriba. Vida loka, já diria o motoboy. E já começamos logo com uma torta na cara, segura que essa vem quente.<br />
<br />
Num dos últimos posts escritos nesta espelunca, encontrava-me eu respondendo pelo status de semi-deschurrasqueirado, aquele que está quase sem uma churrasqueira. Pois é, mas quando você acha que o bicho vai pegar, o bicho vai comer e é o bicho, é o bicho, vai te devorar, crocodilo eu sou [/gerasamba], lá vem o bicho e PAU: te pega mesmo. Dentro daquele conceito louco que diz que se ficar o bicho come, se correr o bicho pega, economize tempo e dinheiro e pule logo dentro da boca do bicho. Creio que o leitor padrão deste blog, que responde por um Q.I. sempre superior a 100, queima seus neurônios mas não entende bulhufas do que eu tento dizer aqui. E essa é a tonica da parada por aqui: eu escrevo desgovernadamente, ninguém entende nada e no final a gente dá risada. Porque, afinal, quem ri por último ri melhor. Resumindo: se antes eu era um semi-deschurrasqueirado, agora estou completamente deschurrasqueirado. Não tenho mais aonde deitar o meu gato, sou praticamente um sem-terra das churrasqueiras. Portanto, peço ao nobre leitor que entenda que passo por momentos da mais absoluta abstinência, e diante de tais fatos, faremos aqui, neste blog, uma larga sessão de receitas de panela, que eu ainda me reservo o direito de manusear. Agradecido e vamos à próxima.<br />
<br />
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Ando meio cabreiro com uma situação. Todos os leitores aqui sabem que dentro de uma caixa de cerveja, encontramos sempre 12 pequenos invólucros repletos da mais absoluta alegria e sapiência. Os leitores que não sabem, deveriam saber. 12 latas numa caixa de cerveja é um número cósmico, que só serve pra nos confundir na hora de calcular o preço da caixa. Já percebeu que você sabe que a Brahma custa R$1,45, mas não sabe o quanto custa a caixa? Então, faz parte da magia. Se tivessem 10 cervejas, tava fácil, mas os caras colocam 12. Só que eu tenho sentido uma pisada na bola <s>e meldels, um pisão nas bolas deve ser extremamente doloroso</s>, de forma que curiosamente as últimas caixas de Itaipava que tenho comprado em diferentes supermercados do Seu Abílio, o Tio Bilhão, têm vindo com uma das latinhas furada. Isso mesmo. Não sei se a Itaipava tá querendo economizar, se o Tio Bilhão tá querendo me fazer beber menos, mas esse é o fato: comprei, nas últimas semanas, diferentes caixas de cerveja Itaipava em diferentes supermercados do Tio Bilhão e, invariavelmente, uma lata estava vazia. A maior pegadinha do malandro que poderia existir. De deixar o ivo holanda no chinelo. O fato me injuriou, e escrevi o ocorrido para o site da Itaipava. Há mais de uma semana, sem sucesso. Gente, eu nem quero meu dinheiro de volta, nem quero cerveja pra me ressarcir. Só quero ter a certeza de que vou comprar uma caixa de cervejas e levar as 12 latinhas pra casa. Cheias.<br />
<br />
Aqui nesse blog a gente já causou chachota naqueles caras que fizeram picanha com sorvete, lembra? Pois é, atiramos no calabouço a apresentadora matinal plastificada, que serviu farofa gelada com maçã e bacon, e costumamos mesmo apontar o dedo na cara de gente que se esquece que a comida serve mesmo é pra comer, e se eu quer ver obra de arte eu vou mo museu, mas.... dessa vez, rapazeada se superou. Extrapolou os limites, surpreendeu, já diria a propaganda do banco. Sente o drama. Ao mais desprevenido dos leitores, eu aviso: pra ler as palavras que vem por aí, é preciso ser forte. Strong, macho man. Forte como um cavalo. Isso mesmo, porque o lance aqui é do cavalo, e quando falamos de comida, se vem do cavalo, ou é bosta, ou vai dar bosta. Mas o lance aqui é tão ruim, que recomendo que fique na esperança de <b>ser</b> bosta. Porque, infelizmente, não é. Deu bosta.<br />
A questão é que lá na Nova Zelândia, onde batem alegremente as ondas da oceania, algum cabra da peste decidiu ordenhar o cavalo, e percebeu a égua dá leite e o cavalo dá coisa muito pior, e não contente em fazer um papelão desse, ainda recolheu o produto extraído do pocotó, lavou as mãos (espero eu) e fez um milk-shake. Isso mesmo: não mais leite no milk-shake dos neozelandeses, a brincadeira agora é filhote de cavalo. <a href="http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4951683-EI17616,00-Festival+gastronomico+servira+milkshake+de+semen+de+cavalo.html">Veja com seus próprios olhos</a>.<br />
<br />
Por fim, voltamos com toda a fanfarrice e alegria que nos motiva com mais uma charada. Quero ver quem vai desvendar os mistérios da nossa próxima receita aqui no DGG. A primeira dica tá fácil.<br />
<br />
<ul><li>É receita de panela. Mas eu faço mezzo panela / mezzo churraca;</li>
<li>Keep Walking, Johnny Walker;</li>
<li>Muitos ingredientes. Muitos.</li>
</ul><div>Hasta la vista, babe, já diria o exterminador. Ou o amigo dele, eu não vi o filme.</div>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com47tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-83649440651462620492011-03-24T22:21:00.002-03:002011-03-24T22:26:19.667-03:00Deitando o cachorro na grelhaCaros amigos, isso aqui não é um post típico do DGG. Hoje, nós não vamos falar de nenhuma receita, nem nada relacionado a churrasco. Quer dizer, até que a nossa personagem aqui se dá bem nos churrascos de casa. Afinal, a costela tem osso, e quando a gente come a carne, é preciso dar um fim pro osso, né? E hoje falamos de uma exímia comedora de ossos.<br />
<br />
Pra quem não conhece, eu apresento aqui a Preta. Preta, manda um oi pra rapazeada ae.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-4-LPO9tIOac/TYvrRPvRwBI/AAAAAAAABNk/l6MD-rSRH6I/s1600/SAM_2294.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://lh5.googleusercontent.com/-4-LPO9tIOac/TYvrRPvRwBI/AAAAAAAABNk/l6MD-rSRH6I/s640/SAM_2294.JPG" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">au.</span></i></div><br />
Se você, em tempos de politicamente correto, se arrepiou com o fato de eu te apresentar alguém que responde pela alcunha de Preta, é porque você ainda não conheceu a figura. E vem comigo conhecer, você não vai se arrepender.<br />
<br />
A Preta é, na realidade, uma cachorra. Uma vira-latas daquelas, orgulho da raça. Ou da falta de raça. Ou do excesso, sei lá. Vira-latas são o produto final de uma verdadeira farra da miscigenação baseada na irresponsabilidade. Na putaria, falando claramente. Vira-lata não tem critério na escolha de parceiros, não tem bonito ou feio, nada disso. Vira-lata não tem nota de corte, não tem critério de desempate. Latiu, é parceiro. Abanou o rabo, tou dentro! Esse é o pensamento. No campeonato da evolução viralática, todo mundo é campeão e todo mundo cai pra segunda divisão ao mesmo tempo.<br />
<br />
Vira-latas levam consigo a carga genética de um sem-número de outros cachorros, com seus defeitos e qualidades. E, que me perdoem os barões quadrúpedes de apartamento, mas os vira-latas tendem a levar consigo o melhor da genética disponível. E assim é a Preta: uma cadela geneticamente privilegiada, abençoada pelos caprichos do aleatório. Inteligente, esperta, viva, moleca, detentora da eterna gratidão e carência que só tem que já sofreu na rua.<br />
<br />
Vi a Preta pela primeira vez numa gaiolinha da Cobasi. Aquele bichinho pretinho, acuado e com olhos vibrantes me cativou na hora. Ah, pra quem não conhece, a Preta fala com os olhos. Mais um vestígio de genialidade genética, tenho em casa um cachorro telepata. E o que aqueles olhos me disseram foi "<i>vai, patrão. Me leva pra casa, eu tenho tudo pra ser um bom cachorro, você não vai se arrepender!</i>". Eu não pude deixar de concordar com um cachorro que entende de telepatia, e decidi levá-la para casa. Quintal razoavelmente grande, crianças, churrascos, ossos depois dos churrascos... tinha tudo pra dar certo.<br />
<br />
Uma breve analisada nas suas patas grossas, e me veio um questionamento. Perguntei à moça da Cobasi: "Moça, será que ela cresce muito?". A resposta, brilhante, foi: "Vira-lata é loteria".<br />
<br />
Bom, parece que eu acertei as seis dezenas. A Preta cresceu, e se tornou um grande, forte, belíssimo e vistoso vira-latas. Bem tratada, limpa e alimentada, parece até cachorro de raça. Se não fosse a ponta do rabo branca denunciando a ausência de pedigree, diria que se trata de um cachorro valioso quando, na verdade, vale o mesmo que uma colherada de margarina. Rasa.<br />
<br />
Barata no valor econômico e caríssima no sentimental, a Preta fez valer cada segundo dos quase 3 anos em que ocupa o quintal lá de casa. Muito carinhosa, inteligente, malandra como todo vira-lata tem que ser, e sem nunca ter dado o menor indício de violência. Fato impactante pra quem tem crianças em casa. Boazinha, essa é a alma da Preta.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh5.googleusercontent.com/-IWGTvot9gwk/TYvrSWAM-xI/AAAAAAAABNo/9IQrZyi1OGc/s1600/SAM_2296.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://lh5.googleusercontent.com/-IWGTvot9gwk/TYvrSWAM-xI/AAAAAAAABNo/9IQrZyi1OGc/s640/SAM_2296.JPG" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;">-<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"> gente, olha a minha cara de gente fina.</span></i></div><br />
Bom, o problema com a loteria é que ela se tornou, na realidade, o meu grande dilema. Explico. Ela cresceu. Muito. Do alto dos seus 3 anos de idade, a Preta virou um vira-lata forte, da altura de um doberman, pesando seus trinta e poucos kg.<br />
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Eu moro em prédio. Mas não pense que eu prendo um cachorro grande nos poucos metros quadrados de um apartamento, não. Por um milagre da arquitetura lúdica, no meu apartamento eu tenho um quintal generoso, e posso garantir que a Preta não passa aperto, não.<br />
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A questão é que, antes da Preta, já era proibido manter cachorros grandes no prédio. Mas eu não sabia o quanto ela cresceria, e ela cresceu, e eu ignorei solenemente a regra. Bola pra frente.<br />
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Acontece que vivemos em sociedade e, ao contrário dos vira-latas, que dedicam suas vidas civilizadamente ao exercício da malemolência, nós somos uns tapados e não conseguimos compreender os limites aceitáveis das coisas. Pra isso, fazemos leis e as seguimos.<br />
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Alguns vizinhos, que não necessariamente moram num apartamento com quintal e não tem espaço pra manter um cachorro grande, começaram a encher o condomínio com animais de grande porte, aprisionados em apartamentos de 80 metros quadrados. Esses cachorros ficam sozinhos, latem, fazem algazara, fazem sujeira. Eles são cachorros, ora. E devem mesmo fazer as coisas assim. Mas não num espaço confinado. Não num espaço que é compartilhado com outros. E isso incomodou, justamente, os outros.<br />
Que reclamaram, e agora exigem o cumprimento da regra. Regra esta que, embora injustamente, precisa se aplicar a mim, e precisa se aplicar à Preta.<br />
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Semana passada recebemos um comunicado. Todos os apartamentos que mantivessem cachorros de médio e grande porte, deveriam se desfazer dos mesmos, cumprindo a lei número qualquer coisa do estatuto blablabla do edifício condomínio jardins.. sei lá, da Babilônia.<br />
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O fato é que eu estou errado e preciso obedecer. A genética foi generosa com a Preta, que cresceu e virou um belo, alegre e saudável cão. Mas foi traiçoeira com uma vira-latinha que saiu das ruas, foi acolhida pela ong que trabalha com a Cobasi, e posteriormente ganhou uma família, com casa, comida, crianças, alegria, amor e carinho. E agora precisa perdê-la.<br />
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Vou manter a Preta no meu quintal, desafiando o condomínio, até que comecem a chegar as multas.<br />
Aí, não poderei mais lutar. Até lá, tenho o desafio de arrumar um novo lar pra ela. Gente que goste de cães, que tenha espaço, que possa dar a ela uma vida boa, como a que ela tem hoje. Gente que eu saiba que não vai soltá-la numa rua desconhecida quando chegar a viagem de férias, gente que vai alimentá-la com o mesmo zêlo, que dê carinho e assistência pra ela. Pra que ela possa continuar a alegre existência dela com a malandragem e felicidade que se a gente só vê nos olhos de um vira-latas.<br />
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<blockquote>Na verdade, esse texto foi escrito há alguns meses, e deixei a coisa andar. Até que o cerco apertou, e a situação está se tornando mais difícil. De forma que aqui estou, pedindo àqueles que tem melhores condições de cuidar dela, que se apresentem. Infelizmente, este blog nem está aqui pra isso, mas tenho que recorrer. Agradeço.</blockquote>Bom, agora que já falamos da parte ruim, sente o paparazzo da moça:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-rl6JaGPElNA/TYvrPqECAPI/AAAAAAAABNc/3fe93BAm4yM/s1600/SAM_2275.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://lh4.googleusercontent.com/-rl6JaGPElNA/TYvrPqECAPI/AAAAAAAABNc/3fe93BAm4yM/s640/SAM_2275.JPG" width="640" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh3.googleusercontent.com/-xSTo30-dt0A/TYvrQYPqYzI/AAAAAAAABNg/VtOIEvqJeg4/s1600/SAM_2293.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://lh3.googleusercontent.com/-xSTo30-dt0A/TYvrQYPqYzI/AAAAAAAABNg/VtOIEvqJeg4/s640/SAM_2293.JPG" width="640" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://lh4.googleusercontent.com/-CDbSquhZaak/TYvrS3xhCFI/AAAAAAAABNs/C7p9XO89r1c/s1600/SAM_2297.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="https://lh4.googleusercontent.com/-CDbSquhZaak/TYvrS3xhCFI/AAAAAAAABNs/C7p9XO89r1c/s640/SAM_2297.JPG" width="640" /></a></div>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com32tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-58945772053436798212011-03-10T23:40:00.004-03:002011-03-13T13:06:59.429-03:00Especial Churrasqueiras: o semi-deschurrasqueiradoComeçamos este fatídico post logo de cara comunicando aos nobres leitores a ocorrência de um prejuízo. Zica, catimba, chulé, chame como quiser, mas a verdade clama, e é com as calças na mão que nós somos obrigados a admitir que <i>Houston, we have a problem</i>, porque a partir de agora, eu sou um semi-deschurrasqueirado. Pernas pra que te quero e salve-se quem puder!<br />
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Antes que você possa dizer Adeus, mundo cruel, o escriba aqui castiga as pedras do teclado pra elucidar ao mais enigmático leitor o que é um semi-deschurrasqueirado. Comecemos, ora pois, pelo começo.<br />
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Semi é aquele que é quase. Semi-Deus é um cara quase Deus. Semi-analfabeto é um cara que quase não sabe ler, e semitério é o lugar pra onde eu vou, se continuar maltratando o português só pra encaixar o trocadilho. Ou seja, o semi é aquele que chega perto mas não leva. Não leva a medalha de ouro, não vai pro pódio, não tem pedigree, não deixa cheiro e não solta as tiras [/havaianas feelings]. Rubinho Barrichelo é um semi-piloto, por exemplo.<br />
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Então você entendeu que eu estou quase em alguma coisa, certo? E essa coisa que eu estou quase é deschurrasqueirado. Vem comigo desvendar mais essa fanfarrice morfológica da nossa linda e pulsante língua portuguesa de desportos. O "Des" sempre lembra a perda. O curintia, recentemente, foi DESclassificado da copa Libertadores 2011 pelo Tolima kkkk.<br />
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Quando a gente coloca o ado/ada no final da frase, estamos dando um sentido de posse àquela expressão. "Mamãe, estou gripado". Significa que eu tenho, sob minha posse, uma gripe. "Muita cerveja me deixa mamado", significa que eu, após a ingestão de quantidades industriais de cerveja, adquiro mamas. E, como subsequente, nelas mamo, ficando mamado. Não, não mamo nas minhas próprias mamas, mas você entendeu o que eu quis dizer.<br />
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Esse é o sentido da coisa. O cara semi-deschurrasqueirado, no caso, EU, está quase sem churrasqueira. <br />
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Vou contar a história da minha churraca. <br />
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Há alguns anos atrás, eu morava num apartamento muito bacana, que tinha uma sacadinha modesta. Era uma casa muito engraçada, aquela coisa toda, e não me interessava se ela não tinha teto, não tinha nada, ou se as pessoas não podiam fazer xixi. O que importava era a sacadinha. Além da sacadinha, eu tinha uma churrasqueirinha de alumínio, que me acompanhava todo santo final de semana, corajosamente desafiando as leis do condomínio e periculosamente esfumaçando as retinas dos meus vizinhos. <br />
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Até que surgiu uma oportunidade e eu fui morar em outro apartamento, este com regras de condomínio mais flexíveis, e no lugar da sacada, um quintal. Pois é, um apartamento com quintal é tão paradoxo quanto uma moto com airbag, um avião com bote salva-vidas ou um tanque de guerra com cd-player e ar condicionado. Mas, se os publicitários vendem carro fazendo propaganda com um cachorro-peixe, eu me dou o direito de morar em apartamento e ter quintal. E, garanto, tem cachorro. Mas não tem peixe. Enfim, vida que segue.<br />
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E, como de bobo eu não tenho quase nada (ou tenho quase tudo, vai saber), antes mesmo de mudar já fiz questão de meter uma churraca no quintal. Fiz tanta questão que meti os pés pelas mãos, pisei no tomate e entrei pelo cano. E o resultado é esse: Meu nome é Daniel, eu sou um semi-deschurrasqueirado e só por hoje, eu ainda não fiz nenhuma lambança. Só por hoje, mas naquele dia, eu fiz.<br />
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Assim que a notícia do apartamento novo surgiu, os amigos, no sorrateiro silêncio do msn messenger combinaram que me dariam uma churraca de presente. E não me contaram isso. Eu, com a ansiedade e o auto-controle de uma manada de búfalos em fuga, só conseguia pensar em rechear aquele recinto com uma churrasqueira, fosse ela qual fosse. Os amigos, na sabedoria milenar que só a amizade é capaz de proporcionar, serenemente confabulavam: "t<i>omara que aquele idiota não meta qualquer churrasqueira no quintal, enquanto procuramos a melhor churrasqueira do mundo pra dar pra ele</i>". E, Murphy salva, lá foi o idiota aqui desgovernadamente rumo ao leroy merlin mais próximo, adquirir QUALQUER churasqueira que coubesse no porta-malas do meu automóvel.<br />
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Avisados pela minha prestativa senhora, os amigos se uniram às pressas e correram ao meu encontro para, pelo menos, assinar o cheque e me prover tal iguaria. No fim das contas, eu havia escolhido uma churasqueira que não era aquilo que eles queriam me dar, mas deram porque senão eu ia comprar. Coisa de gente equilibrada e serena. Eu sou assim, pode perceber.<br />
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Era uma churrasqueira pré-moldada, daquelas de concreto. A churraca em si é uma boa churraca. Mas fica reservada às limitações de um produto de concreto, sem qualquer proteção, depositada ao relento, trabalhando sob chuva e sol (literalmente, por acreditar).<br />
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E, tal e qual acontecido com suzana vieira, hebe camargo, cláudia raia, fafá de belem e outras tantas beldades que o tempo enrijeceu, minha churraca sucumbiu ao caminhar do tic-tac. Pela primeira vez, me arrependi por não ter seguido os sábios conselhos da madrinha deste blog, a apresentadora matinal que encheu a face, os seios e sei mais o quê de botox e silicone buscando a juventude eterna; optei por não pintar, e nem recobrir a minha churraca, o que, assim como no caso da apresentadora, poderia representar algum photoshop na sua decadência.<br />
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E o fato é que, passados bons 3 anos de trabalhos forçados, comunico que a minha churraca não morreu, mas tá na rampa. Pra morrer, só falta deitar. Fiz churrasco no frio, ela trincou. Choveu, ela encharcou, eu botei fogo de novo, e a trinca aumentou. A sujeira de centenas, milhares de churrascos impregnou nas suas entranhas, que agora não tem nem mais cor. E chegou a hora de adquirir uma nova.<br />
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Logo, nada mais justo do que reviver a saga "Especial Churrasqueiras" aqui do blog, registrando a minha busca pela churraca, desta vez, ideal.<br />
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Assim sendo, torçamos para que a minha brava companheira não decrete a auto falência múltipla dos próprios órgãos, enquanto eu procuro uma nova.<br />
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Aceito dicas, sugestões, palpites e todo tipo de críticas a respeito da minha insuportável falta de controle emocional. Afinal, se tivesse deixado os amigos fazerem o seu trabalho, eu JÁ teria a churraca que estou agora procurando.Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com28tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-56106275639163201062011-02-16T01:00:00.003-02:002011-02-16T01:09:31.585-02:00Churrasqueira de tijolo roubado 2Eu moro em São Paulo. Sou paulistano mesmo, de comer pastel na feira com caldo de cana e pegar 170km de engarrafamento pra chegar em casa achando isso normal. Falo "ô loco", chamo os amigos de "meu" erro compulsivamente o plural das palavras. Saio na minha sacada e vejo 8 mil janelas. Isso é ser paulistano. Mas uma coisa que você talvez não saiba é que eu tenho um pezinho na praia. Um pezinho não, tenho até a canela enterrada num pequeno pedaço de areia litorânea que responde pelo singelo nome de Bertioga.<br />
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Minha família é de Bertioga, meus amigos são quase todos de Bertioga, meus pais se conheceram em Bertioga, provavelmente me conceberam em algum ponto daquela areia toda (aliás, eu prefiro não tocar nesse assunto, credo!). Conheci a minha esposa lá em Bertioga, e não adianta que não conto o que aconteceu em algum ponto daquela areia toda (ela deu bronca, esquece esse ponto). O nome da rua da minha casa é o nome do meu avô... Aposto que o primeiro português que pisou em Bertioga saboreou algum chucrute lá na casa da minha bisavó, que, pasme, tinha um metro e meio, mas era alemã. Dona Mina, o nome dela.<br />
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Eu já falei dessa minha bertioguice aqui no blog uma vez. Na vez em que eu esclareci alguns procedimentos sorrateiramente adotados pela população local. Procedimento este ao qual também aderi, como apresentado no post sobre a <a href="http://deitadonagrelha.blogspot.com/2009/03/churrasca-de-tijolo-roubado.html">churraca de tijolo roubado</a>.<br />
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Pois, depois de alguns anos distante, preparei o corpo e a alma pra passar novamente um ano novo em Bertioga. Os acontecimentos foram, como de praxe, insólitos.<br />
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O chuveiro queimou, básico. Quando consertamos o chuveiro, a água acabou, básico de novo. Fui descalço pular 7 ondinhas e cortei o pé, básico. Um rojão não subiu e causou pânico na praia, básico. O anelzinho da minha lata quebrou sem que eu conseguisse abrí-la, básico. Um bêbado podraco tentava abrir minha lata com um pedaço de lixo enquanto eu bebia a pinga dele no bico, básico. Ele conseguiu e nos abraçamos como irmãos, básico de novo. Assim é Bertioga. Um lugar onde tudo acontece. Os acontecimentos acima citados são absolutamente verídicos, aconteceram num curto espaço de tempo e, acredite, em Bertioga, não são exceção: são regra. E o pior de tudo; isso é legal DEMAIS!<br />
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Bom, assim que entramos em 2011, lembramos que o professor sempre nos ensinou que o que importa são os 3 pontos e decidimos dedicar nossa existência a um único e improvável objetivo: obter sucesso com um churrasco onde ninguém tinha tomado banho, a ser realizado na famosa casa da Rua Manoel Gajo, que não por acaso, foi meu avô. E, já que o corpo tava sujo, decidimos também sujar a alma, a mente e a nossa pouco valiosa reputação.<br />
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A questão mais importante era que nós tínhamos cerveja, gelo, carne e carvão, mas.... não tínhamos uma churrasqueira. Seu Manoel Gajo, o engenheiro da casa que, do alto do mais lusitano bigode que o sobrenome possa denotar, fez de tudo na residência, mas não construiu uma churrasqueira.<br />
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Pois eu, contrariando o ditado que diz que <i>uma geração constrói e a outra destrói</i>, decidi construir uma churrasqueira na casa. A singela contribuição da minha geração para com as próximas, num imóvel que já abriga a quarta geração luso-germânica que compartilha daquele habitat.<br />
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O detalhe é que, tal e qual o costume local, nossa construção seria provisória, e feita sob os mais imorais pilares da construção civil: furto e gambiarra.<br />
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Vai ter copa e olimpíada no Brasil logo, logo. Abre o olho pra esse post, porque ainda vem muita gambiarra seguida de furto por aí. Mas isso é assunto pra outro post. Vamos aos fatos que nos permeiam neste momento: eu estava na casa da família, com tudo pra fazer um belo churrasco, menos uma churrasqueira.<br />
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Lembrei da obra realizada no barracão há pouco, e perguntei à minha tia sobre os tijolos que haviam sobrado dali. Foram roubados, foi a resposta.<br />
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Diante dos fatos, a malufice se apossou da minha alma, e decidi: vou roubar os tijolos. O mais beato dos leitores, seguidor de todos os dez mandamentos, pode abandonar o blog neste momento, porque os fatos que irão seguir ferem mortalmente a moral, os bons e até alguns maus costumes. Vem comigo, prepare o seu habeas corpus, porque a gente ainda vai roubar muito tijolo nesse mundo.<br />
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Começando do começo, todo bom ladrão precisa de uma quadrilha. Isso nos coloca alegremente no artigo 288 do código penal, antes que me pergunte. Não se preocupe, você terá direito a um telefonema e advogado, e tudo o que disser poderá ser usado contra você num tribunal!<br />
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Olhei em volta e sussurei com certo sarcasmo: "precisamos de tijolo. quem tem coragem?". Antes que você possa discar 190 e fazer uma denúncia anônima, dois cabras da peste se alistaram: Brunão e Fernando da boina. Uma quadrilha que tem um descendente de português, um Brunão e um cara de boina tem periculosidade garantida. A menos que o português faça alguma lambança, mas nós sempre contávamos com a sorte da probabilidade a nosso favor.<br />
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Formado o bando, só faltava uma diligência. Pois prontamente surgiu um alazão, fazendo menos de 6km por litro no álcool, e quem faz menos de 6 na cana, merece respeito, parceiro. Aposto que tu dá PT consumindo desse jeito.<br />
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Diligência, bandidos, álcool, bandidos dentro da diligência, álcool sendo consumido a 6 por km, lá vamos nós procurando uma obra para, educada e matematicamente, subtrair temporariamente os objetos necessários para a construção da faraônica churraca da casa da rua Manoel Gajo. Tenho certeza que vovô ficaria orgulhoso de mim.<br />
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Avistada uma obra, a diligência dirigiu-se ao local mais adequado para tão vil prática. Em questão de segundos, uma pilha de tijolos havia misteriosamente se movido pra dentro da diligência.<br />
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Foi quando, de repente, não mais que de repente, um zelador aparece esbravejando contra a diligência que, do alto dos seus cento e poucos, muito poucos, cavalos, desligou o ar condicionado pra ganhar mais um tico de potência, engatou a primeira <s>e quase morreu porque o porta-malas tava cheio de tijolo e pesado pra caramba</s> e dali evadiu-se, de portas abertas e arrastando os meliantes, que, na tentativa de explanar ao zelador todas as boas intenções de seus atos, acabaram por evadir-se. A cena com o pessoal pendurado fechando as portas enquanto descíamos da calçada fez inveja a bruce willis, fez corar angelina jolie e deixou de tanga froxa o governator, alrnold swchrtzeamsncsjnkjndfksndf. o nome é difícil, você entendeu.<br />
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O fato é que chegamos em casa munidos de tijolos pra construir uma casa popular, e tudo o que nos faltava ali era brincar de lego. Além do Lego, bastava lançar mão de toda a gambiarra disponível e voilá! Habemos churraca!<br />
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As fotos falam por si só. Piso de ardósia, carrinho de feira e grade do forno da vó foram parte integrante dessa verdadeira lambança. Tudo milimetricamente calculado.<br />
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Em tempo: todos os tijolos foram, conforme a expectativa, roubados por outrém na segunda semana de 2011. Por isso que eu amo esse lugar. Não há pecado em Bertioga.<br />
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Na tela:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-PUVQUDqO8yM/TVs6KXeYcbI/AAAAAAAABKI/1e1aorjWC1k/s1600/SAM_2171.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-PUVQUDqO8yM/TVs6KXeYcbI/AAAAAAAABKI/1e1aorjWC1k/s400/SAM_2171.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Sente só a intensidade de engenharia alternativa aplicada. Gambiarra, se preferir.</span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-wV2tJhySAp0/TVs6Lvii-7I/AAAAAAAABKM/BeRX3KGYGfQ/s1600/SAM_2172.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://3.bp.blogspot.com/-wV2tJhySAp0/TVs6Lvii-7I/AAAAAAAABKM/BeRX3KGYGfQ/s400/SAM_2172.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Ainda tinha esse probleminha com o tijolo que pendia pro lado, por conta da grelha.</span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-8XtqBsHevBo/TVs6PWN03qI/AAAAAAAABKg/nkmXonaS6fY/s1600/SAM_2177.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-8XtqBsHevBo/TVs6PWN03qI/AAAAAAAABKg/nkmXonaS6fY/s400/SAM_2177.JPG" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><i> Como resolver? Gambiarra, claro!<br />
Um pedaço de lajota com cimento coloca tudo no seu devido lugar. Tudo muito seguro!</i></span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-CZ8tccLk8rE/TVs6MeNFDZI/AAAAAAAABKQ/wSRnkKybkJQ/s1600/SAM_2173.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-CZ8tccLk8rE/TVs6MeNFDZI/AAAAAAAABKQ/wSRnkKybkJQ/s400/SAM_2173.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Agora sim! Já dá pra deitar uma costela de 5,5kg com a grelha do fogão, com toda a segurança.</span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-Xo_tolVCr_4/TVs6NFOuRwI/AAAAAAAABKU/VAEix2iB3hY/s1600/SAM_2174.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://2.bp.blogspot.com/-Xo_tolVCr_4/TVs6NFOuRwI/AAAAAAAABKU/VAEix2iB3hY/s400/SAM_2174.JPG" width="400" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"> Quéops, quefrem, miquerinos e a churraca de bertioga. Patrimônio da humanidade!</span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-AOKNgov8X5E/TVs6Oypg4ZI/AAAAAAAABKc/afAV6NYiFdA/s1600/SAM_2176.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-AOKNgov8X5E/TVs6Oypg4ZI/AAAAAAAABKc/afAV6NYiFdA/s400/SAM_2176.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><i>O carrinho de feira segurava a lajota de ardósia, que segurava o calor dentro da churraca.<br />
Tudo meticulosamente calculado.</i></span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-eNnXgExyzz8/TVs6Nr-egiI/AAAAAAAABKY/Vu8QCNYAyGM/s1600/SAM_2175.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://1.bp.blogspot.com/-eNnXgExyzz8/TVs6Nr-egiI/AAAAAAAABKY/Vu8QCNYAyGM/s400/SAM_2175.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><i>Carrinho, você nunca foi tão útil na sua vida! Esquece o alface, teu trabalho é escorar a costela, parceiro!</i></span></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-Af91dg8CLAY/TVs6QucB5DI/AAAAAAAABKk/zbIGjbiy624/s1600/SAM_2178.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-Af91dg8CLAY/TVs6QucB5DI/AAAAAAAABKk/zbIGjbiy624/s400/SAM_2178.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Meteu fogo, nada caiu. Mais um empreendimento de sucesso da Gato na Grelha Inc.</span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://4.bp.blogspot.com/-bW5KjjqJBGk/TVs6RGgK4mI/AAAAAAAABKo/WBCWcRybSng/s1600/SAM_2179.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="266" src="http://4.bp.blogspot.com/-bW5KjjqJBGk/TVs6RGgK4mI/AAAAAAAABKo/WBCWcRybSng/s400/SAM_2179.JPG" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Em pleno funcionamento. Recomendo aos incautos que protejam também a frente.<br />
Esse buraco queimou a minha coxa. Mas pra quem não tinha churraca, o que é uma passada de hipoglós?</span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br />
</span></i></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-_rkkNrnYmV0/TVs9IDN0qqI/AAAAAAAABKw/JbHIzdJLr7Q/s1600/SAM_2180.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="426" src="http://1.bp.blogspot.com/-_rkkNrnYmV0/TVs9IDN0qqI/AAAAAAAABKw/JbHIzdJLr7Q/s640/SAM_2180.JPG" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">malandro é o gato que já nasce de bigode. Na minha terra, malandrage tira foto contra a luz pra não deixar B.O. compana. </span></i></div>Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com39tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-20658920926845739132011-01-15T14:49:00.000-02:002011-01-15T14:49:44.851-02:00Receitas de panela: Filé ao molho chateaubriandtComeço este post num lindo dia de verão perguntando ao nobre leitor porque diabos essa receita tem um nome tão emboiolado?<br />
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Respondo: Porque o nome emboiolado no caso não pertence, necessariamente, à receita. Mas sim ao nada pacato cidadão que a inventou. Peçamos ajuda à wikipedia, que nos fará as devidas apresentações.<br />
<blockquote><i>"Figura polêmica e controversa, odiado e temido, Chateaubriand já foi chamado de Cidadão Kane brasileiro, e acusado de falta de ética por supostamente chantagear empresas que não anunciavam em seus veículos e por insultar empresários com mentiras, como o industrial Francisco Matarazzo Jr. Seu império teria sido construído com base em interesses e compromissos políticos, incluindo uma proximidade tumultuada porém rentosa com o Presidente Getúlio Vargas."</i></blockquote>Na verdade, a wikipedia conta muito mais coisas a respeito, mas vamos combinar: essa é a parte que a gente mais gosta da história.<br />
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Resumindo: nosso herói aqui era um verdadeiro canalha. Cachorro, safado, vagabundo, já diria a cantora de axé. E se é isso que temos pra hoje, bora comigo nessa receita que, embora tenha origens inescrupulosas, pode lhe trazer inúmeras vantagens.<br />
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Imaginemos uma situação absolutamente hipotética. Imaginemos que você é não é um vagabundo. Não é um cachorro, safado, sem vergonha. Você não gasta, e nem gostaria de gastar, 100% dos seus rendimentos em cerveja, sinuca, pay-per-view e mulher da vida. Nada disso. Você, na nossa imaginação, é um cara centrado, tem uma garota que faz esse seu coraçãozinho de frango palpitar, e tudo o que você precisa nessa vida é convencer essa garota imaginária a juntar as cuecas com você e (mudando irresponsavelmente o tempo verbal só pra caber) foram felizes para sempre. Ou seja, vamos usar a canalhice do nosso herói a nosso favor.<br />
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Oka. Temos uma garota e um cara querendo pegar essa garota. Tudo o que precisamos é de uma estratégia para fazer a <s>nossa caça entrar na arapuca e CRÉU</s> linda e doce garota encontrar o amor da sua vida diretamente na sua pessoa.<br />
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A estratégia consiste em convidar a garota para um jantarzinho sem compromisso, e mandar a receita que nosso canalha inventou. Na tela:<br />
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Bota 1litro dagua pra ferver, com um bloquinho de caldo de costela dentro. Pode ser caldo de picanha, caldo de carne, enfim. Particularmente, o caldo de costela foi o que melhor se adaptou a essa receita até hoje. E olha que eu já fiz esse prato muitas vezes. Todas para a minha esposa, antes que o mais mente suja dos leitores pense mal a respeito deste que vos escreve.<br />
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Quando ferver, joga lá dentro meia garrafa de vinho tinto seco. O ideal é comprar um vinho barato, porque ele vai pra receita. Mas não, necessariamente, um vinho vagabundo. Porque pode ser que você não jogue todo o vinho na panela, e nesse caso, aposto um rim como você vai beber o tal vinho. E se ele for muito vagabundo, quem compromete o rim é você.<br />
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Na sua geladeira deve ter um pote escrito "manteiga". Vai por mim, é isso que tá escrito lá e tem uma pasta amarela dentro. Dá uma olherada generosa naquele negócio e joga dentro da panela. E não me venha com aquela doriana que isso aí é coisa de gente doente. Manteiga, feita de leite de vaca, cheia de colesterol, é disso que eu tou falando. Se não tem manteiga, desliga o fogo e vai comprar. NÃO JOGUE MARGARINA EM COMIDA BOA, isso tá entendido?<br />
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Enquanto ferve, dê uma golada no vinho e picote uns 100gr de champignon. Picote, não. Fatie. O cogumelo fica bonitinho fatiadinho na receita. Recomendo veementemente que compre o cogumelo correto no mercado, e não vá pro mato buscar o seu, sob sério risco de pegar um cogumelo alucinógeno e mandar pras cucuias toda e qualquer possibilidade de se dar bem com a garota. Pensa no lance dos hippies. Não queremos ver você assim, ok?<br />
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Aproveita, descasca e corta umas 4 batatas, joga um caldo de carne dentro, cobre com água e bota pra ferver. Deixa lá e continua com a receita. O único trabalho é se certificar de que a água não secou. Se precisar, completa o tanque de vez em quando. O seu com cerveja, o das batatas com água.<br />
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Quando ferver, prepara ae que tá chegando: Pega um copo, coloca umas 5 colheradas desse molho fervente que tu ta fazendo. Coloca mais uma golada sarada de vinho. Caldo quente + vinho frio = conteúdo morno no copo. Disso que você precisa, de conteúdo morno.<br />
<br />
Beleza, agora pega farinha de trigo e manda umas 3 colheradas dentro do copo, e mexe rapidão pra não empelotar. Na real, vai empelotar um pouco sim, mas o que importa é fazer o melhor que você puder. E aqui, nós acreditamos no potencial dos nossos leitores. O lance do morno é importante pra mexer farinha. Se estiver fervendo, cozinha a farinha e empelota geral. Se estiver frio, não mistura.<br />
<br />
Mexeu? Agora manda pra panela, mexendo rapidão de novo pra não empelotar de novo. Mete o fogo no máximo, ajuda a não empelotar pela terceira vez. Mexe a cadeira. Vai mexendo bonitinho, gostosinho, rebolando até o chão [/banda de axé].<br />
<br />
Beleza, quando não tiver mais nenhuma pelota, manda lá pra dentro o pote inteiro de champigon. Com água e tudo, vai na fé.<br />
<br />
Baixa esse fogo aí. Vai pras carne, parceiro. Ir pras carne é sempre uma coisa legal, entenda como quiser. Mas eu sei que você gosta.<br />
<br />
O trabalho agora é fritar alguns filés. Pode ser filé mignon, ou um contra-filé, alcatra, desde que bem limpinhos, ou seja, sem nervos. Encarna o zezé de camargo e luciano e manda nele o seu tempero favorito [/é o amooooooooooor].<br />
<br />
Enquanto a panela fica engrossando aquele caldo que você fez com o vinho, vai fritando os bifotos e mandando um por um pra dentro da panela. Mexe e deixa lá no fogo baixo. Vai notar que o seu molho começa a ficar marrom, quando antes ele era vermelho. É a carne começando a perder o seu suco pro molho. No frigir dos ovos, embora nesta receita não vá ovos, é que carne perde suco pro molho, que perde molho pra carne e vira tudo uma grande suruba. Mas, se o teu objetivo era derrubar a garotinha, vai nessa linha que o caminho é esse mesmo.<br />
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Bacana, tá quase pronto. Lembra daquelas batatas que ficaram na panela? Pois é, aquilo deve estar uma verdadeira moleza. Espeta uma com um garfo, se ela desmanchar, tá no ponto. Desliga a panela, joga a água fora e amassa bem. Use instrumentos, você vai saber qual o mais adequado pra amassar batatas. Uma colherada de MANTEIGA dentro ajuda a ficar mais legal. Tá pronto.<br />
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Ponha a mesa com toda a elegância que eu sei que você não tem, come de boca fechada, não arrota e não fala com comida na boca. Faz teu prato e janta tudo junto: vinho, purê, bife, molho e garota. A garota pode ficar pra depois. <br />
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Um rango que pode mudar o seu estado civil, te ajudar a pegar a mulher dos teus sonhos e deixar o zé mayer no chinelo.<br />
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<i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">PS: eu sempre fotografo os pratos que eu faço. Este, eu já fiz mil vezes. E acabei de descobrir que não tenho uma foto sequer dessa iguaria. Mas assim que fizer, posto aqui.</span></i><br />
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<b>Custo: </b>É caro, vai vinho e carne boa. Mas pensa nisso como um investimento. Só faça se a garota valer a pena.<br />
<b>Tempo de preparo:</b> Umas 4 latinhas. Ou o tempo de você matar a meia garrafa de vinho que sobrou. Não seja estúpido de estar embriagado na hora de... enfim, você entendeu.<br />
<b>Rendimento:</b> Controverso. Se você casar com a garota, seus rendimentos estarão comprometidos pro resto da vida. Definitivamente, uma receita que pode te levar à falência :-)Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com64tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-57660630018936350162010-12-24T10:56:00.003-02:002010-12-24T15:03:02.913-02:00Receitas de boteco: Frango à passarinhoÉ natal! Época de celebrar, época de felicidade, de alegria, não é mesmo, caro leitor? Época de encher a cara de rabanada e champanhe vagabunda. A gente gosta muito disso, mas aqui na suntuosa redação do DGG, o motivo da comemoração é outro. Aqui não tem vez pra presentinho, não tem bom velhinho barbudo com roupa vermelha de frio no calor e muito menos jingle bells. <br />
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O real motivo da comemoração aqui é a vitória intelectual imposta aos nobres leitores, através da última charada, que NENHUM, absolutamente NENHUM leitor conseguiu acertar. Conforme a tradição, nós mandamos 3 dicas, e aguardamos os sabichões, que sabiamente costumavam desvendar os mistérios da produção alimentícia em frações de segundos. Mas desta vez foi diferente, e seja pela inebriável malemolência da proximidade das férias de fim de ano, ou seja pela igualmente inebriável lactência do álcool advindo da festa da firma, do happy hour ou do amigo secreto, a verdade é que nossa charada foi simplesmente indecifrável. Te cuida, Dan Brown, que de enigma aqui a gente entende.<br />
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A receita de hoje é, além de figura do indecirável, um verdadeiro teste de lógica. Frango à passarinho, frango à passarinho... Não cabe, não cola, não combina. Dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, já diria o lógico leitor. Como que eu vou fazer um frango virar um passarinho? É como passar um camelo pelo buraco de uma agulha, como passar o elefante pelo buraco da fechadura, como passar uma girafa pelo desfibrilador. Ok, desfibrilador não tem nada a ver, mas eu gosto da palavra e acho que poderia ser legal dar uns trancos na girafa. Melhor, faz o seguinte: esquece que eu escrevi isso aí e foco no frango e no passarinho. <br />
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Vamos tratar de passarinho. De passarinho você entende, certo? Na hora de bater aquela foto, sempre tem um que manda um "olha o passarinhô!". Quando o zíper da calça escorregava, a mãe sempre mandava um "o passarinho tá querendo fugir", enfim. O fato é que o passarinho faz parte da vida da gente. Agora pensa no frango.<br />
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Ao contrário do passarinho, que faceiro e feliz sempre ilustrou nosso imaginário, o frango nunca teve papel relevante em nossa existência. Frango, pra gente, sempre foi comida. Acorda, come milho, engorda, morre e vai pra panela. Vida dura, essa do frango. Salvo a possibilidade de você morar numa granja, aposto um rim como você já viu umas cem vezes mais frangos mortos do que vivos, certo? Isto posto, façamos um dois em um e mandemos esqueleto adentro um frango, à moda do passarinho. O grande do jeito do pequeno, já diria a charada (que ninguém acertou DURMAM COM ESSA, SABICHÕES).<br />
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Comecemos pela parte violenta da brincadeira. Como fazer um frango ficar todo picado, parecendo uma carnificina de passarinhos? Simples, temos duas opções. A primeira é comprar um frango e picotar desgovernadamente. A segunda é pedir ao açougueiro (ou granjeiro, ou jason, ou o chuck norris) que o faça. A menos que tenha problemas sérios, muito sérios em relação à sua taxa de colesterol, recomendo veementemente que não retire a pele do frango. É lá que mora a maior parte da alegria de consumir tal iguaria. <br />
<br />
O tempero do frango é a primeira parte da nossa aventura. Para 1/2kg de frango, você deve picotar uns 3 dentes de alho, e jogar todo mundo <strike>no mesmo balaio</strike> numa bacia ou pote, onde você possa operar uma verdadeira lambança posteriormente.<br />
<br />
Jogue ao frango e ao alho, uma mãozada moderada de colorau. O colorau é um pó vermelho, feito à base de semente de urucum, levemente apimentado. Vai na fé e manda uma mãozada moderada lá. A mãozada moderada é aquela medida de dosagem, onde você mete e mão e manda pra dentro, mas sem, necessariamente, encher a mão. Afinal, você está fazendo um frango a passarinho, e não um colorau a passarinho.<br />
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Pra completar a festa, jogue junto uma golada de azeite. Lembrando que não é necessário encher a boca de azeite para depois cuspí-lo no frango, sob pena de graves consequencias intestinais no caso de ingestão acidental. Apenas tenha em mente o quanto seria uma golada, e despeje diretamente da garrafa para o frango.<br />
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Adicione uma porção de sal. Você é um cara sabido, já temperou a própria salada naquele restaurante por quilo, e sabe quanto de sal é necessário pra fazer o seu frango ficar temperado. Não deixe sem sal, não salgue demais. Tenha comedimento nessa sua alma de ogro, eu sei que você consegue.<br />
<br />
Agora, feche a tampa do pote, misture bem. Pra misturar, mande uma macarena naquele rádio velho e comece a chacoalhar o esqueleto segurando um pote cheio de frango. Direto da série "coisas que provam o quanto você é doidão". Misturado, deixe ele de lado. Não, necessariamente <b>de</b> lado, poderia derramar o tempero sobre a pia. Apenas deixe ele <b>ao</b> lado de algum outro objeto à sua escolha. Você entendeu.<br />
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Próximo passo: alho frito. Precisamos de alho frito, muito alho frito. Você pode comprar o alho já em tais condições, ou fritar o seu próprio alho, o que sempre garante um toque de qualidade a mais na sua vida [/propaganda de margarina]. Vamos pelo caminho mais longo e tortuoso, fritemos nosso alho.<br />
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Picote uns 5 dentes de alho. Sabe quando tem uma pedra no seu sapato? Então, cada tequinho de alho tem que ficar mais ou menos daquele tamanho. Do tamanho de uma pedra de sapato. <br />
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Isto posto, pegue a menor frigideira que você tiver. Eu tenho uma pequeninha pra fazer hamburger que é perfeita pra isso. Dê uma pequena golada de azeite nela, e coloque no fogo baixo. O alho queima muito rápido, então você tem que ser ligeiro no gatilho. Jogue os alhos <strike>no seu sapato e saia pelo mundo com o pior chulé do mundo</strike> na frigideira, e mexa um pouco com uma colher. Um minuto depois, tá todo mundo pronto. Quando eles começarem a ficar marronzinhos, tá no ponto. Você precisa tirá-los dali e colocar todo mundo sobre um guardanapo, ou algum papel que ajude a secar a gordura. Assim, o azeite escorre, e o alho fritinho fica bem seco e crocante. Só isso aí já é um quitute. Um quitute que dá bafo, que dá azia e que te faz transpirar alho por horas. Conforme a charada, destrói relações (CHOREM). Depois de comer alho frito, não beije a sua mãe, não beije o seu pai, não beije a sua namorada... Por favor, não beije ninguém. Nós sabemos que nessa época de natal até o mais viril dos leitores fica cheio de amor pra dar, mas... Amor e alho não se combinam, entenda isso.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TRTIdJNwQsI/AAAAAAAABIo/q884suSiIQM/s1600/frango_passarinho_alho.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="360" src="http://1.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TRTIdJNwQsI/AAAAAAAABIo/q884suSiIQM/s640/frango_passarinho_alho.png" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><i>amor aos pedaços</i></span></div><br />
Abra uma cerveja. Isso é absolutamente necessário para o bom funcionamento do resto dos procedimentos. Beba e seja feliz. Continuemos com a receita.<br />
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O trabalho agora é fritar o frango, que a essa altura, já absorveu bem o tempero. Cuidado, isso faz barulho, faz furdúncio na frigideira, espirra, explode, uma lambança. Na charada, fazia bolha (essa foi fácil. Francamente, viu...). Tenha em mãos uma frigideira funda, com uma boa quantidade de óleo bem quente. Existem umas tampas pra frigideira que te ajudam a fazer muito menos lambança. Se tiver, use. Se não tiver, prepara o pinho sol que a limpeza amanhã vai ser pesada.<br />
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Bom, o trabalho de fritar, creio eu, não precisa ser lá muito explicado, não é? Quero acreditar que você já imaginou que basta jogar os pedaços de frango no óleo quente, e deixar lá até que pareçam com um frango à passarinho. Quero acreditar que você já comeu um frango à passarinho. Ou que pelo menos viu um. Uma boa dica é observar a pele, que deve ficar bem crocante. Não a sua, a do frango, parceiro.<br />
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Quando chegar nesse ponto, tá pronto. O frango fica bem douradão, com a cor da Juliana Paes. Isso, quando estiver da cor da juliana paes, tá no ponto. Basta arrumar um prato coberto com papel gordura que, ao contrário do nome, não vem cheio de gordura. Jogue lá todo o frango, jogue o alho sobre o frango e seja feliz.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TRSXLl5rX3I/AAAAAAAABIY/oF5C4cro6vU/s1600/julianapaes.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://3.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TRSXLl5rX3I/AAAAAAAABIY/oF5C4cro6vU/s320/julianapaes.jpg" width="249" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><span style="font-size: xx-small;"> - tô no ponto!</span></i></div><br />
Se a juliana paes tá no ponto, o nosso frango não faz por menos. Na tela:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TRTI6LKraNI/AAAAAAAABIs/rnIiJAo_xVQ/s1600/frango_passarinho.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="358" src="http://2.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TRTI6LKraNI/AAAAAAAABIs/rnIiJAo_xVQ/s640/frango_passarinho.png" width="640" /></a></div><div style="text-align: center;"><i><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">eu vô.</span></i></div><br />
<b>Custo: </b>1/2kg de frango picotado e com pele custa uns R$5,00<br />
<b>Rendimento: </b>Uns 10 pedaços. Dá pra umas duas pessoas.<br />
<b>Tempo de preparo:</b> duas brejas na preparação, uma na fritura. Sirva contente.Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com144tag:blogger.com,1999:blog-3652319058858197808.post-9629792682320855912010-12-19T23:55:00.001-02:002010-12-19T23:56:37.706-02:00Drops de Churrasco - Ed. 9Hoje me dei conta de que o último post gerou, até o momento, 138 comentários. Além de me dar uma sensação de satisfação muito bacana, o fato me leva, mais uma vez, à conclusão de que, nesta espelunca, os comentários valem mais do que os posts. Me leva também à conclusão de que os ilustres, letrados e lustrosos leitores deste blog andam produzindo muito mais conteúdo que eu. E, como conclusão pouca é bobagem, brilhantemente concluo aqui que, definitivamente, preciso melhorar a frequencia de publicação no blog. Porém, como posso concluir, os sapientes leitores aqui concluirão que não abandonei o blog: apenas estou trabalhando no comércio na época de natal. O couro tá comendo, a coisa tá fedendo e o bicho tá pegando. Mas essa semana eu vou surpreender todos vocês: vou publicar dois posts até o natal. Este e mais um outro. Vai contando.<br />
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E já que este é um deles, vem comigo nessa longa estrada da vida, que tem um drops de churrasco aqui prontinho querendo sair da minha cabeça oca direto pras linhas desse mal-falado blog.<br />
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<b>Prejuízo à vista</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TQ6gfzN871I/AAAAAAAABIE/SdaNgfLIVC4/s1600/Acidente-Corcel-x-Ferrari1-e1289880334830.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="149" src="http://1.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TQ6gfzN871I/AAAAAAAABIE/SdaNgfLIVC4/s200/Acidente-Corcel-x-Ferrari1-e1289880334830.jpg" width="200" /></a></div>E, já que estamos começando, vamos começar mal. Começamos falando de prejuízo. Já tomaste um prejuízo? Preju é quando o dinheiro que deveria estar na sua carteira, na sua conta bancária ou no seu colchão sai de tal local inerente à sua vontade. É a representação mais clara e possível do "perdeu playboy". E o que mais tem acontecido com o preço da carne nesse final de ano é perdeu playboy. O preço da carne anda muito, muito alto. Ontem mesmo vi uma peça de fraldinha custando 39,90/Kg, quando antes não passava de 18. Uma picanha comum tem custado mais de R$65,00/kg. Ou seja: não anda sendo um bom negócio comprar carne bovina. E porque isso acontece? Sinceramente: não sei. Mas ouvi uma coisa essa semana que me deixou de orelha em pé. O açougueiro do pão de açucar me contou que os frigoríficos tiram muita carne do mercado nessa época de propósito, em função da maior procura pelas outras carnes, fazendo com que o preço suba absurdamente, mantendo o faturamento em dia mesmo vendendo menos. Será que isso procede? Não sei se esse papo é verdade, mas na última semana, comprei cordeiro e salmão pagando menos que carne de segunda. Atenção, senhor dono do boi: tenha piedade dos bolsos destes pobres churrasqueiros!<br />
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<b>Moço, tem uma vaca no seu telhado</b><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TQ6hhtQH40I/AAAAAAAABII/0Wl8yx1yzPo/s1600/vaca_telhado.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="151" src="http://3.bp.blogspot.com/_um-UlQx-uZw/TQ6hhtQH40I/AAAAAAAABII/0Wl8yx1yzPo/s200/vaca_telhado.jpg" width="200" /></a></div>E eis que ao longo da semana passada aconteceu um acidente no qual eu adoraria estar envolvido. Com o preço da carne nas alturas, um cidadão de Ipatinga MG, teve a singular oportunidade de ter uma vaca caindo do céu. Diretamente no telhado da sua casa. A vaca tava ali no barranco, comendo capim, abanando mosca, peidando e detonando a camada de ozônio, quando pisou em falso e catapimba: rolou barranco abaixo até cair no telhado da casa do cidadão. Eu não chamava nem o bombeiro, mandava logo uma brasa debaixo da mimosa. Ia ser uma fanfarrice buscar a carne do churrasco de escada. Amigô, se cair aqui em casa, vira festa. <a href="http://terratv.terra.com.br/Noticias/Brasil/4194-336999/Vaca-vai-parar-no-telhado-de-uma-casa-de-Minas-Gerais.htm">Veja com seus próprios olhos</a>.<br />
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<b>Promoção compre e perca</b><br />
E, já que estamos falando de coisa errada, seja com preço alto de sacanagem, seja de vaca rolando barranco, vamos falar de uma determinada "promoção" que tá rolando por aí. Uma churrascaria que cobra a bagatela de R$85,00 por pessoa no rodízio, resolveu sacanear duas vezes os seus pobres consumidores. Sim, sacanear duas vezes, porque eu acho uma verdadeira safadeza cobrar R$85,00 por pessoa nun rodízio, fora as bebidas. Enfim, o gênio do marketing resolveu colocar num desses sites de compra coletiva, a benevolência de vender o seu rodízio a R$10,00. Até aí tudo bem, não fosse o fato de que a benevolência só seria válida, caso o comprador estivesse acompanhado de outra pessoa... pagando R$85,00. Ou seja: você economiza setenta e cinco reais, e continua levando um prejuízo. Bacana, né? É o tipo da promoção <i>oba, tou fora!</i>. A dica foi do leitor Markito Mesquita, via twitter. Valeu, broda!<br />
O link é <a href="http://br.groupalia.com/index.php/prazeres-da-carne.html/?___store=saopaulo_br">esse aqui</a>.<br />
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<b>O que é, o que é?</b><br />
E, se aqui tem drops de churrasco, tem que ter também o nosso já conhecido "teaser". Uma charada metida a besta, na realidade. Pra quem tá chegando agora, nós, eu e os leitores do blog nos juntamos numa grande alegria, onde eu dou 3 pistas sobre o próximo post, tentando ludibriar os leitores, que sempre mostram toda a sua volumosa intelectualidade e rapidamente desvendam o mistério, acabando imediatamente com a minha graça. Pois hoje tento, mais uma vez, enrolar-vos com 3 pistas que mostrarão qual a próxima receita desse blog. Vamos a elas:<br />
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<ol><li>É o grande, do jeito do pequeno;</li>
<li>Faz bolha;</li>
<li>Destruidor de relações.</li>
</ol>Quero ver se dessa vez algum espertinho vai conseguir.Daniel Rodrigueshttp://www.blogger.com/profile/17344033057020843821noreply@blogger.com57