Há quem diga que uma imagem vale mais do que mil palavras. Há quem diga que escreveu e não leu, o pau comeu. E há quem diga que água no imbigo, sinal de perigo.
Cada qual com o seu digamos.
Então eu aproveito o reflexivo momento para ressuscitar o comandante Amilton e PÕE NA TELA essa churrasqueira muito louca aí:
Base madeira sobre base de telha.
Se isso não é viver perigosamente, eu não sei o que é
Nem precisa lembrar, eu te conto aqui mesmo. Neste mesmo blog velho de guerra, nós já fizemos churrasco em churraca de tijolo roubado. Em churraca elétrica. Em churraca responsa, e pode acreditar: Até em churrasqueira de papel a gente já queimou gato.
Tá duvidando? Então toma essa, malandrão: https://deitadonagrelha.blogspot.com/search?q=churrasqueira
Não me volte aqui enquanto não ler tudo hein?
Vai lá que o pai espera.
Então, essa churrasqueira da foto é a churraca da minha casa. Ou o melhor que eu consegui fazer no quesito pessoas-não-entendidas-de-engenharia-praticando-engenharia.
Ludicamente e flertando alegremente com a água no imbigo, fui montando a churrasqueira com tudo o que me apareceu pela frente.
Deu nisso aí.
Porque ela tá em cima da tela de amianto? Não sei.
Porque tem telha de amianto em cima da casinha do cachorro? Pra tampar o cachorro, essa tá fácil.
Porque eu fiz uma base de pallet? Não sei.
Porque eu deixei o pallet manco? Pra tentar nivelar o desnível do telhado da telha de amianto da casa do cachorro.
Porque não ficou nivelada? Porque não sei. Mas sei que sempre damos um jeito, por isso nivelei com pezinhos de tijolo.
Mas porque diabos a base de madeira? Isso não pega fogo?
Pega. As marcas embaixo dela são as cicatrizes de uma idéia mal sucedida num churrasco que tive que apagar na base do desespero. Mas sem estragar a carne e sem os convidados perceberem.
Vou dar uma pausa nessa obra de arte de fazer Niemayer chorar na pia pra contar essa do fogo.
Fazia muito tempo que eu não fazia um churrasco. Eu não tinha uma churrasqueira e tinha sobrado uns tijolos em casa, fruto de uma obra que acabou.
Então o gênio do Tetris aqui achou que era só sair empilhando tijolo como antes e a churrasqueira simplesmente se materializava. Antes funcionava assim.
Mas eu tou ficando velho, meu geriátrico leitor. E não sei nem mais jogar Ludo, quanto mais montar uma churrasqueira.
Então eu achrei esse pallet perneta na oficina (sim, eu tenho uma oficina!! invejem-me hahaha) e achei que seria uma boa idéia colocar em cima da casinha do cachorro.
O que tem me deixado deveras preocupado, porque bebado é capaz de montar churrasqueira até no berço do bebê se precisar. Mas eu não posso mais beber por conta do transplante, mas continuo fazendo merda. Agora sem a bebida pra botar a culpa.
Uma vez posicionado o pallet e montado o origami de churrasco em cima, eu vi toda aquela madeira no fundo e realmente achei que não ia ser uma boa idéia simplesmente tacar fogo ali. Então, brilhantemente, decidi colocar lá uma lajota dessas de piso, oriundas de sobras da mesma obra.
Porque pedreiro nunca acerta na quantidade de material hein? Ou eles avaliam pra menos e ficam de braço cruzado esperando vc se virar pra comprar mais, ou te mandam comprar tijolo pra contruir o taj mahal, quando você só quer cobrir uma fossa.
Enfim, cobri com as lajotas e meti fogo na bomba. Sucesso.
De repente, escuto uma explosão PÁ dentro da churrasqueira.
Todos os convidados olharam, eu disse que foi um sal que caiu na brasa (um sal do tamanho de um abacate, só se for) e enganei todo mundo.
Mas eu sabia que aquele barulho tinha sido alguma cagada que eu fiz. E foi.
Minutos depois do estouro, começa a sair uma fumaça por debaixo da churrasqueira. Era o pallet entrando em inevitável combustão.
Convidados assustados e o churrasqueiro desesperado tentando dizer que tava tudo certo, que era um eucalipto que eu tinha colocado lá só pra dar um cheiro. Mas era o pallet mesmo.
Pinus queimando. Pinus cheio de tratamento anti cupim, anti infiltração, anti isso e tudo que é anti saudável subindo pra carne dos amigos.
Amalacadamente, peguei um regador de plantas, daquele tipo Flit, enchi de água e fui controlando o incêndio.
Me senti na rede globo. Incêndio controlado, tou pronto pra virar dublê. SQN.
Bom, o churrasco acabou, todo mundo comeu muita carne com veneno, conservante, verniz marítimo e tudo que não presta.
Ninguém morreu.
Bom, o fato é que neste final de semana a churraca voltou a funcionar. Desta vez, eu cobri o fundo dela de areia e pedrinhas, mais uma vez, fruto da total falta de noção do pedreiro.
Sem incêndio. Saiu costela bovina, costela suína, linguiça cuiabana, espeto, queijo coalho.
Sem fumaça, sem gosto de Matox, sem perigo e sem glamour.
Agora que esta espelunca voltou a funcionar, além dos amigos, os gatos e a sogra se darem bem, sinto que vou precisar de uma churrasqueira nova.
Um dia ela vem. Por enquanto, continuamos adicionando emoção à vida dos participantes dos meus churrascos com a combinação telha-madeira-fogo e muita emoção.
Alguém conhece uma loja ou fabricante em promoção?
O joelho de porco é massa!!!
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