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Como fazer o seu próprio catchup

Ultimamente, eu vinha sendo incomodado por uma equação. Na verdade, desde a quinta série, equações me incomodam, mas não é destas, exatamente que estou falando agora. Estou falando daquela equação que acontece na vida real, quando um grupo de fatores acaba influenciando, de alguma maneira, na sua vida. E você percebe que a influência vem do conjunto desses fatores, e não de um isolado.

Pois é, quem vem tirando o meu sono nos últimos tempos é a razão que existe entre a quantidade absurda de catchup que meus filhos consomem, o preço impagável do único catchup bom do mercado e o abismo de qualidade que há entre esta marca e as outras, mais baratas.

Imagina a situação: Se eu corto o catchup das crianças, terei filhos tristes, e isso não é legal. Se eu compro o melhor catchup, gasto muito dinheiro e aí triste fico eu, isso também não é legal. Se eu compro o catchup mais barato, meu x-salada fica menos gostoso, e aí fica todo mundo triste, e eu não quero deixar pessoas tristes.

Sacou a equação? Chama o Aristóteles e pergunta pra ele se tem matemática que resolva isso. Nem precisa, eu já chamei e ele disse que conta assim não dá pra resolver nem usando método kumon, ábaco ou calculadora científica.

Se já não fosse o bastante a gente ter que se preocupar com qual estádio vai sediar a abertura da copa de 2014, com a minha operadora de celular que agora me dá minutos em dobro quando eu preferia a conta pela metade, e com a cor da lata da nossa cerveja que é branca e a televisão fica me dizendo que deveria ser vermelha (??), agora me vem esse dilema do catchup querendo atrasar o meu lado.

Eu não podia deixar uma situação como essa ficar me atormentando, e decidi cortar o mal pela raiz: decidi que era hora de mandar o imperialismo ianque procurar a sua turma e preparar o meu próprio catchup. Assim procedi, mandei os ianques go home e chora, tio heinz, a coisa aqui vai ficar feia pro teu lado.

Seguinte, você vai precisar de tomates, uns 5. Se quiser facilitar um pouco o processo, pode comprar uma tal "massa de tomate" no mercado. Um pimentão vermelho pequeno. Um dente de alho.

Aí joga os tomates, metade do pimentão e o dente de alho, todo mundo picadinho numa panela com umas 3 xicaras de água, bota no fogo e tampa a panela. De vez em quando, dá uma abrida ali e dá aquela mexida básica, e completa com água, se necessário. Tem que deixar cozinhar mesmo, a idéia é que tomates e pimetão derretam. Não tenha dó, deixa virar uma pasta mesmo.

fiz a rapa nos tomates da geladeira, tem todo tipo deles aí.
Ei, tira o olho da sujeira no fogão!

Quando cansar de esperar, ou quando achar que tá legal, você tem que passar a coisa toda na peneira. Uma peneira grossa mesmo. Aproveita que esta provavelmente vai ser a única oportunidade que terá de liberar aquele garimpeiro que existe dentro de você. Sinta-se na Serra Pelada e manda todo mundo pra peneira. Recomendo veementemente que não confunda a serra pelada com o Serra pelado, isso aí deve ser uma visão do capeta, capaz de azedar qualquer tomate.

Ok, esqueçamos o político desnudo e passemos aquilo tudo na peneira, com a ajuda de uma colher. Esfrega a parada, o que vai sobrar na peneira é só casca de tomate e pimentão, uns tecos feiosos, enfim. Ah, não é isso que vai na receita, você precisa mesmo é da outra parte, aquela que PASSOU pela peneira, ok? Então não esquece de colocar uma panela embaixo antes de começar a peneirar. Dali, vai sobrar aquele molho forte de tomate, certo? O que sobra na peneira é casca e semente, taca no lixo sem dó.

Tamos quase la'

Aí você pega uma outra panela e põe pra ferver uma xícara de vinagre branco, uma folha de louro, um pedacinho de pau de canela, uns dois cravos e... um pedação de rapadura. Pode ser açucar mascavo, mas como tinha rapadura sabe-Deus-por-que na minha geladeira, tirei um pedaço dela e mandei pra panela.

A idéia é deixar ferver (sempre mexendo) até a rapadura se desfazer.

Agora manda o molhão do tomate lá pra dentro. A coisa já vai começar a cheirar bem.

Deixa ferver um pouco pra dar aquela reduzida. O legal é o catchup ser consistente.

Dá uma colherada, seu instinto animal vai te dizer o que falta. Vai adicionando um pouco mais de sal, ou um pouco mais de vinagre, ou açucar.. você acaba achando o ponto.

Um detalhe: catchup quente engana, por conta da canela quente. Se possível, deixe uma colherzinha fora da panela, coloca na geladeira, dá um jeito de esfriar quando for experimentar. Aí é só corrigir as coisas e manda brasa.

Quando eu fiz, eu coloquei num potinho fechado e mandei pro freezer, pra ele esfriar antes de usar.

Vai na fé, parceiro, é facinho de fazer e numa boa.... anota aí: deixa o heinz no CHINELO. Por um detalhe bem simples: Os ingredientes são frescos (ui!), e coisa fresca é sempre melhor, né?

sente a consistência do bichano. pura matemática!

A dica é fazer pouco (coisa de 3 ou 4 tomates), e consumir no dia seguinte, ou assim que esfriar. Como você não está usando nenhum produto químico pra conservar, ele estraga em três ou quatro dias, mesmo na geladeira.

Como preparar um sanduíche de pernil matador

Olha, não sei aí onde você mora, mas aqui na minha terra, esse sanduba é um verdadeiro clássico, capaz de fazer a gente rodar kilômetros enfrentando um trânsito do capeta, índices de poluição chineses e motoboy chutando espelhinho só pra saborear um verdadeiro Sanduíche de Pernil.

Pra quem não é daqui, eu dou a dica: aqui em São Paulo, temos o tal Mercado Municipal. Mercadão, como chamamos por aqui. Aliás, paulistano tem uma mania irritante de mudar o nome das coisas pro aumentativo. Um dia ainda mudo o nome desse blog pra Deitando o Gato no Grelhão.

Voltando ao mercadão: é um local da mais absoluta divindade no que tange comilança e bebelança. O mercadão é como uma feira, só que fica num ambiente fechado. Cada comerciante tem sua barraquinha, porém os produtos vendidos ali são a nata do que tem de bom pra comprar em termos de comida em SP. São temperos, carnes especiais, frutas exóticas, peixes, vinhos, queijos, condimentos, uma infinidade de coisas boas pra se comprar. Tudo com qualidade TOP. E tem, também, algumas lanchonetes famosas, principalmente, por dois motivos: O sanduíche de mortadela, e o sanduíche de pernil.

Se um dia vier à nossa caótica capital, não deixe de passar por lá, vai por mim. Vais comer o pão que o diabo amassou pra chegar, porque o mercadão fica no centro da cidade, e pra conseguir posicionar o esqueleto debaixo daquele teto, terás que suplantar todos os obstáculos anteriormente citados, além de outras bizarrices da nossa cidade, como moleque fazendo malabarismo com limão no farol (há! só paulistano chama sinal de farol), motoqueiro sendo recolhido pelo SAMU, mendigo com a camisa do corinthians (hahahaha zuei) e travesti na esquina usando biquini. Mas garanto que vai valer a pena. O sanduíche, não o travesti, ok?

Pois é, mas eu moro aqui, e não tenho a menor disposição de enfrentar isso tudo só pra comer um sanduba. E assim decidi fazer o meu próprio sanduíche de pernil. E senta-que-lá-vem-a-história, porque esse post é longo. Por um único motivo: a receita é complexa. Complexa, mas não difícil. Ou seja: você vai ter muito trabalho e vai demorar, mas não precisa ser um chef engomadinho e saber em quanto tempo a jaca verde da tunísia pega liga, basta ter paciência e um mínimo de cuidado que você vai conseguir.

Essa é uma receita muito louca, vai no forno, na panela e na geladeira. Você começa a preparar hoje, e só vai comer amanhã, vai comprar vinho vagabundo e ainda por cima ficar feliz com isso. Ah, uma maluquice só. Vem comigo fazer glu-glu e bora pra dentro dessa doidera.

Comecemos pela compra do pernil. Dirija sua carcaça ao supermercado mais próximo. Ou açougue. Ou qualquer lugar que seja capaz de vender um pernil decente. Abre essa sua mão de vaca e compra logo uma peça de pernil de porco, de aproximamente 1kg. Isso, nem precisa ser muito, 1kg dá pra encher vários sandubas.

Aqui tem um detalhe importante: tem partes do pernil que são mais secas, outras tem mais gordura. Prefira uma peça que tenha um pouquinho a mais de gordura. Isso não significa que você deva escolher uma peça que seja SÓ gordura, usa a cabeça e lembra que você não está fazendo sabão, está fazendo um delicioso sanduba de pernil.

Legal, então vamos fazer a caminha pra ele nanar. Procura um pote / frasco / refratário / tupperware ou seja lá o nome que se dá a isso, e joga o pernilzim dentro. Pense num pote (vamos chamar de pote) que caiba o pernil e mais um pouco. É importante deixar um espaço porque você vai jogar um monte de coisas pra nanar com ele, maaas.... é importante também não deixar muito espaço de sobra. Já, já eu explico porque, e você vai me dar razão.

Pro bichinho não ficar sozinho durante o soninho, corte uma cebola em rodelas e deita lá no pote. Nem precisa picotar, pode ser em rodelas mesmo. Só não seja ogro, gaste um tempinho nisso e faça direito, nada de cortar a cebola em 4 e dane-se.

Agora, uns 4 dentes de alho picotados. Sem segredo: pega o alho, descasca, picota, joga lá dentro e gol do Brasil.

Prepare as suas maracas que é hora da salsa, muchacho. Hombre que é hombre picota um maço de salsa e cebolinha e manda pra dentro do pote coçando o bigodón e arrumando o sombrero. Seja hombre, maricón, mira la salsa e manda pra dentro!

Não se esqueça do sal. Com comedimento. Olhe bem pro pernil, depois olhe bem pro sal, concentra essa mente abilolada e manda sal lá pra dentro. Não se esqueça que o sal deve apenas salgar, e não destruir o seu pernil. Então, guarda essa colher de sopa e salgue com cuidado. Tou confiando em você. Pode jogar um pouquinho daquela pimentinha que eu sei que você gosta, mas, de novo: tenha comedimento, isso aqui não é comida mexicana.

Agora vamos entender o porquê do tamanho do pote. Recapitulando: você pegou um pote, jogou pernil, cebola, alho, salsa e cebolinha, sal e pimenta, certo? A essa altura, o referido recipiente já deve estar cheio até a boca e você se pergunta: Mas que diabos, o que mais eu tenho que enfiar aqui dentro, se não cabe mais nem uma azeitona? Eis que então você se responde: Macacos me mordam, ainda cabe algum líquido aqui dentro. Isso, vamos encher de líquido. Mas calma aí, não estamos falando de qualquer líquido.

Estamos falando de vinho. Vinho branco. Vinho branco seco. Vinho branco seco vagabundo. Vinho branco seco vagabundo, mas nem tanto.

Captou?

Não?

Pensa comigo: o que você está fazendo é um marinado. Ou seja, a carne precisa ficar submersa em líquidos e condimentos. O líquido é vinho. Além de marinar a carne, o vinho ainda pode marinar a sua alma. É pra isso que ele serve, pra trazer alegria aos nossos embriagados coraçõezinhos, não?

Portanto, se você pegou um pote muito grande, vai precisar de muito vinho pra submergir a carne. Se você usou um pote do tamanho certo, vai precisar de menos vinho. E vai poder beber o que sobrou, com exatamente o mesmo efeito prático sobre a sua carne. Por isso o vinho tem que ser vagabundo, mas nem tanto. Porque você vai desperdiçar um tanto na carne, mas vai beber o resto. Um liebfraumilch de $7 resolve bem o problema. Meia garrafa no porco, meia garrafa na mente e tá feita a felicidade.

Olha lá, o pernil debaixo do tempero todo

Acabamos a primeira parte. Fecha bem o pote (esqueci de falar, ele tem que ter tampa), chacoalha como se não houvesse amanhã e bota a criança pra dormir no aconchego da sua geladeira.

Boa noite, já diria o cid moreira. Mas hoje em dia ele prefere falar jabulaaaaaaaaaaniiiiii. Vai dormir e amanhã a gente continua.

Acordou? Limpa essa remela e vai lavar essa cara. Bora pras panelas que o dia vai ser longo.

A primeira coisa que a gente vai fazer é mandar o nosso marinado pro forno. Despeja todo mundo numa bandeja, coloca um copo d'água pra fazer volume, cobre com papel alumínio e olha pro relógio. Faz a conta, você vai tirar aquilo do forno umas 2 horas depois. Tempo suficiente pra você preparar o resto das coisas, porque, te falei, essa receita dá um trabalho do cão.
Obs: O pernil tem que ficar no forno 2h. Mas isso depende do seu forno, por motivos óbvios. A partir da primeira hora, vale a pena abrir o forno de vez em quando pra avaliar. Se o líquido secar, joga mais água na bandeja. O pernil fica pronto quando você não aguentar mais o cheiro maravilhoso que sair do seu forno, digo, quando você espetar ele com o garfo, e parecer que está espetando uma manteiga derretida. Ele fica macio pra caramba.
Enquanto ele tá no forno, picote mais uns 3 dentes de alho, e guarde num pires. Corte mais umas 2 cebolas médias em rodelas, guarde numa xícara. Praticamente um chá, mas recomendo não beber cebola e alho no café da manhã.

Picote um tomate grande, dois pequenos ou um médio e meio, tanto faz. Faça as contas e tenha tomate picado, que você pode colocar num pratinho.

Pimentão, você vai precisar de bastante pimentão. Três, pra ser mais exato. Um de cada cor. Se você não sabe, as cores são vermelho, amarelo e verde. Picota os 3 e deixa num pote qualquer.

Confere como está o pernil. Se ele estiver macio e o cheiro estiver te enlouquecendo, o pernil está pronto. Retire ele da bandeja sem, necessariamente, jogar fora o líquido que sobra. Pega uma faca e tenha juízo nessa sua cabeçona, picotando o pernil sem comer tudo antes da hora e sem cortar esse dedão peludo.

Hora do refogado. Sabe o que é um refogado? É a base de um moooonte de pratos que você come e acha gostoso. Basicamente, uma fritura de cebola, alho e mais um monte de coisas.

Comece escolhendo uma panela grande, pense que você vai ter que colocar tudo isso que você preparou dentro dessa panela. Deite um pouco de azeite extra-virgem (já falei mil vezes que existe uma diferença gritante entre um azeite bom e aquele óleo que você jogava no tanque da mobilete, não preciso repetir, certo?) na panela e manda pro fogo.

Alguns segundos depois, jogue lá toda a cebola. Vai começar a fazer barulhinho, cheiro gostoso na cozinha, aquela coisa toda. Misture um pouco com uma colher de pau.

Sempre que eu faço refogados, costumo jogar uma folha de louro na hora da cebola. Ajuda a ficar mais bacana, pode confiar.

Assim que a cebola começar a murchar e ficar meio amarelinha, jogue o alho picotado. Essa é A HORA.  O cheiro é coisa de louco. Mexa um pouquinho pro alho dar aquela queimadinha bacana, e jogue todo o resto: pimentões e tomate.

O seu trabalho daqui pra frente é, basicamente, mexer essa coisa. Fica mexendo até os pimentões ficarem meio molengas. O pimentão é o ingrediente mais rígido da receita toda, quando ele estiver mole, todo o resto já tá sabendo que a pipa do vovô não sobe mais.

- ritmoooooo.... ritmo de feestaaaa...

Lembra do pernil? Já comeu tudo, ou você conseguiu segurar a gula? Jogue o que sobrou dentro da panela, picado pequeninho. Aproveite e mande pra panela também aquele resto de líquido que sobrou na bandeja. Aquilo é cebola, alho, vinho, caldo do próprio pernil... Não tem como ficar ruim, né?

Bacana, agora basta mexer até misturar bem, deixa ferver um pouquinho todo mundo junto, o recheio do sanduíche não pode ficar muito líquido, você deixa ferver até reduzir um pouco. Tá quase pronto, finalmente.

Recomendo roubar um pedacinho da panela, embora eu duvide veementemente que ainda não o tenha feito. Nesse momento, você pode corrigir o sal, se for necessário.

Enquanto ferve, mande alguém buscar pão fresco na padaria. Mande o dinheiro contado, você vai esquecer de pegar o troco, eu te conheço. Tome uma cerveja enquanto ferve, ainda não havia lembrado disso.

Pronto. O pessoal voltou da padaria, abra um pão, jogue o pernil lá dentro e seja feliz.

chora, ruth lemos: isso que é sanduíche-iche.

Rendimento: um monte. Dá pra fazer uns 10 sandubas fácil, fácil.
Tempo de preparo: um monte. Vire um escravo da sua própria cozinha.
Custo: O pernil vai custar uns $12. O pimentão é caro pra dedéu, você vai gastar uns $12 de pimentão, acredite. Cebola, tomate, alho e afins devem somar mais uns $5. Vinho vagabundo custa $7. Fora o pão. Pense que vai gastar umas 30 pratas, mas vai alimentar um monte de gente.

Drops de Churrasco - Ed. 2

Lá vamos nós pra mais uma edição dessa catástrofe literária chamada deitando o gato na grelha. Acerte o seu aí que eu arredondo o meu aqui, segura no apito do árbitro que vai começar a peleja, e te prepara que nós vamos chutar pra cima de você informações rápidas e diretas, acerca do cotidiano sem sal, sem açúcar e sem escúpulos desse mundo do churrasco e demais iguarias.

E por falar em chutar, lá chegou o Dunga chutando bunda de vaca (opa, aí não), chutando o pau da barraca, chutando o balde e chutando pra longe a chance da gente se divertir durante a copa. Olha, acho que nem o lazaroni foi capaz de convocar uma seleção tão cheia de jogadorzinho pereba. Fuja da bicuda, amigo churrasqueiro, e te prepara pra caprichar no churrasco durante os jogos, porque alguma coisa aí tem que ficar boa, e não vai ser o futebol.
Praticamente uma pegadinha do mallandro. Isso me lembrou da vez que o Sergio mallandro me perguntou uma informação na rua, mas isso é pra outro post.

E, já que estamos falando de seleção, tá fazendo o maior fordúncio aí a propaganda da seara com o neymar, o robinho e o ganso. Tá, a coreografia é ok, a música é legal, bla bla bla. Mas eu espero ansiosamente que o caríssimo, letrado e versado leitor tenha atentado para pequenos fatores que, pra mim, fazem desta uma das mais cagadas invenções que os nossos criativos e inventivos publicitários já vomitaram da telinha da tv para a sala da nossa casa. Pensa comigo: Temos ali 3 jogadores de futebol com uma camisa do Brasil. Porém, só um deles está convocado #FAIL. Estou, até agora, tentando imaginar que cacetas fazem 3 marmanjos na televisão fazendo coreografia de uma música chamada single LADIES numa propaganda de linguiça????? Será que os meninos da vila se deram conta do mico? Parece que sim, note a cara de constrangido do Ganso ao longo do comercial, só no sorriso amarelo. Shame on you, nizan guanaes!!!!

Ontem eu inventei uma verdadeira gambiarra. Uma gambiarra que deu certo e, então, foi promovida a invento. Agora, além de palmeirense, churrasqueiro e blogueiro, eu sou também inventor. Chique demais. Mas pra que serve essa invenção? Uma das carnes que eu mais gosto é a costela bovina. Acho que é a carne que eu mais gosto, mas prefiro não falar alto assim porque as outras carnes também têm coração. Inclusive o coração. Só a costela que não tem coração, porque a costela tem osso. Assim como o ofício, que tem o osso do ofício. Não confundir com orifício. Mas o que tem a ver o orifício com o invento? Melhor começar de novo.



Ontem eu inventei uma gambiarra bacana. Eu gosto muito de costela, e já tinha feito de duas maneiras. Uma no celofane, que funciona muito bem. Outra direto no fogo, que funciona bem, mas depende de vários fatores, e nem sempre eu tenho isso na minha churraca. Isso porque eu fui uma anta na hora de escolher a localização dela, mas isso não vem ao caso. Afinal, eu sou o inteligentão que inventou uma parada aqui, rapaziada. Mas inventou o que? pergunta-se o aflito leitor. Inventei uma gambiarra, respondo. Uma gambiarra pra fazer costela no bafo. Cuma? perguntaria o Didi. eu explico, negadis, responderia o mussum.

Uma lata de heineken, daquela de 5 litros, devidamente e deliciosamente esvaziada que, após aberta em um dos orifícios (sabia que isso ia ser útil pra alguma coisa), levou uma dezena de furos, de maneira que eu consegui um respiro no alto, e 4 buracos nas laterais, por onde passa um espeto. Ao passar pelo meio da lata, o espeto leva uma costelada, digo, a costela leva uma espetada e... bom, você entendeu. O espeto vara a lata, e dentro da lata, espetada, fica um pedaço de costela. Aí você põe sobre a grelha e esquece que aquilo existe, por mais que possa parecer estranho uma lata de cerveja gigante com um espeto na sua churrasqueira. Vai parecer que está assando uma cerveja espetada, mas não é. É uma costela. Faça como eu: desbanque a sua mulher e faça uma costela de lavar a alma, porque a patroa vinha tentando me desmoralizar enquanto eu fazia os furos. Elas sempre falam que não vai dar certo, e no final, dá. GPS pra quê? A gente sempre acha.

Aí eu fui no mcdonalds ontem, experimentar o tal do McBrasil. Não tenho palavras pra descrever. Aliás, tenho uma: ruim. Não experimente essa porcaria, é caro, seco, feio, chato e bobo. A melhor coisa do lanche é a cocacola de 750ml que, desculpa aí, é uma cocacola e vende em qualquer lugar. O lanche tenta ser um sanduíche de pernil, e começa bem, muito bem. Contrariando toda a filosofia da culinária mcdônica, o hamburger de pernil estranhamente tem gosto de pernil. Imaginei que fosse como os outros hamburgeres da rede, onde a carne tem o mesmo gosto da embalagem, mas não. Acontece que nada mais no lanche é bom. O pão, achei seco demais. A salada, pra variar, ficou toda na caixinha. O queijo, nem notei e tinha um molho lá dentro que tava apimentado. No final, tirei o hamburger de dentro do pão e comi só o hamburger. Quer uma dica? economiza 15,50 e não come esse treco. Lanche ruim, de fazer o palhaço chorar.

Sabe quando você mete o pé na jaca, enche os cornos e fica bêbado como uma lhama? O instituto de pesquisas tecnológicas Gato na Grelha apurou que 9 entre 10 bêbados, no dia seguinte prometem que não vão mais beber. E 9 entre cada 9, furam essa promessa. E, num desses dias, nos quais o fígado passa o dia alojado em algum lugar obscuro e impronunciável do corpo, entre o branco do olho e o tendão de aquiles, descobri um santo remédio pra curar a ressaca e colocar o corpinho novamente em funcionamento. E essa descoberta tem fundamento científico, não é chute e não foi a mãe dinah que me deu a dica. Foi o Terra, mesmo. Vai lá ver, descubra o que um sanduíche de bacon pode fazer pela sua alma e nunca mais se sinta um pedaço de estopa vagando encharcado pelo mundo à espera de um transplante.

Enfim, era isso. Tenho novas receitas na mente, mais trabalho do que eu consigo fazer e uma falta de habilidade ímpar com as palavras que me fazem gastar uma hora inteira pra escrever aqui no blog, mas aguardem, quem espera sempre alcança. Ou dança? ou cansa? como era mesmo o velho ditado? ou seria um velho deitado?

melhor parar. bom final de semana.

Molhinho da vovó

Não tenho como saber em qual dia e horário você estará lendo este post, mas eu posso te garantir que eu sei em que dia e hora estou escrevendo. E te digo: hoje é segunda-feira, e já passamos de meia-noite. Informação esta que me coloca numa saia justa, porque eu garanti que seria segunda, mas na verdade já passou da meia noite, transformando automaticamente essa segunda numa terça.

Ok, segunda ou terça, tanto faz. O que nós podemos concordar é que, salvo feriados ou aqueles dias da mais absoluta lambança, segunda ou terça não são exatamente os melhores dias da semana pra fazer um churrasco, não é?

Somando a isso o fato de que eu abusei da prerrogativa de ser carnívoro neste final de semana e devo ter comido, entre sexta e domingo, uma vaca inteira. Vaca, daquela que muge e come mato, de quatro patas e rabo abana-moscas. Limpe essa sua mente ruminante e decrete comigo: hoje não vamos falar de churrasco.

E tira a mão desse agrião aí, moleque.
Um adendo importantíssimo a respeito do agrião, que eu já vou te avisando agora, pra você não estranhar na hora: eu ainda vou escrever um post aqui sobre o agrião. Já notou como é gostoso comer agrião tomando cerveja? Sério, pára tudo e experimenta. Bom, tá avisado. Qualquer dia eu vou escrever sobre as propriedades embriagadoras da dupla agrião e cerveja, e não quero você fazendo beicinho (ui) e nem olhando feio pra mim. Tá avisado.
Onde eu queria chegar? Ah, aqui, na minha vó.

Vó é o maior barato, sou fanzaço da minha. Provavelmente da sua também. Porque casa da vó é sinônimo de comer bem. Taí a Dona Benta, fazendo bolinhos de chuva pro menino Pedrinho, lá no Pica-pau amarelo. E vou te falar: Perdeu, Narizinho, porque se a tua vó faz bolinho de chuva, a minha faz comida. E comida boa, não é qualquer bolinho, não. Dona Ivette, a nonna, manda bem até quando passa manteiga no pão.

E foi numa dessas que eu aprendi a fazer um verdadeiro manjar, uma maravilha da culinária Donivética, que você pode preparar na sua casa, aproveitando pra fazer amigos e influenciar pessoas.

Comida na casa da vó, mesmo que durante a semana, costuma ser almoço. Ela prepara com carinho, faz o show que ela bem sabe e serve aquele almoção fantástico.. Mas teve uma vez, que o combinado foi diferente, e acabamos marcando um jantar. Lanchinho, segundo ela.

Na hora marcada, chegamos, batemos um papinho e fomos pro lanchinho. Vovó vai pra cozinha e volta com um pão francês cortado ao meio, recheado com alguma coisa maravilhosa que parecia queijo+presunto derretidos, mas não era bem isso.

Não era bem isso, mas ao mesmo tempo era, então perguntei à nonna como é que ela conseguia fazer um simples sanduíche de queijo e presunto ficar tão bom, ela me respondeu e te prepara pra fazer o melhor lanche da história do pão francês.

O primeiro passo é picotar uma cebola. Uma cebola das pequenas, não queremos fazer um sanduíche de cebola, ok? Prepara uma faca afiada, engole o choro e liberta o Jason que há dentro de você. Queremos essa cebola bem picotada, pra você não sentir nacos de cebola no seu lanche futuramente, ok? Guarda a cebola picotada num pote.

Aproveita o embalo e picota, muito pequeninho, uns 2 dentes de alho pequenos. Não precisa colocar muito alho, mas se você não pô-lo, vai fazer falta. Seja comedido, picote e guarde em outro pote.

Isso, suje louça mesmo. Dê um migué e peça pra alguma garota lavar depois. Comigo, sempre funciona.

Agora, os tomates. Picote em pedacinhos, uns 2 tomates médios. Na verdade, esses tomates não precisam ser tão pequenos como a cebola e o alho, mas vale ter um certo cuidado.

O principal da receita é o queijo e o presunto, não? Então, picote uns 300g de presunto. Se você comprou fatiado, ponto pra você. Rapaz astuto! Fica mais fácil picotar, você deita todas as fatias na tábua, e faz um tabuleiro de xadrez sobre ela. Assim, ainda pode retirar alternadamente e arrumar uma diversão enquanto cozinha.

O queijo, por motivos óbvios, você não precisa picotar. Se não entendeu ainda, fica aí o mistério no ar. Mas confia em mim, não precisa picotar o queijo. Até pode, mas não precisa.

Seguinte, o preparativo é bem facinho, e tudo o que você tem a fazer é meter todo mundo na panela, respeitando minimamente uma certa ordem. Vamos a ela:

Deite, numa panela, umas 2 goladas de azeite. Mais ou menos o suficiente pra cobrir o fundo da panela. Não precisa por muito, animalesco leitor. Lembre-se que o queijo vai derreter, e ele já tem muita gordura. Pense na sua coronária e seja comedido no azeite.

Aqueça o azeite no fogo. Ou você também não entendeu porque colocamos o azeite na panela? Quanto mistério... Já sacou porque não precisa picotar o queijo?

Quando o azeite estiver quente, jogue toda a cebola picotada. Sempre digo que esse é o começo da mágica. A cebola faz barulhinho, fica bonita e cheirosa, quando frita no azeite. Coisa linda.

Alguns segundos depois, a cebola começa a parecer meio transparente, fica meio molenga. Essa é a hora que você pode encher o peito, e fazer todo mundo ouvir do Ipiranga às margens plácidas: A cebola tá fritaaaaaaa!!!

Joga o alho lá pra dentro, mistura. A coisa começa a ficar supimpa dentro da panela.

Na sequencia, hora do tomate se juntar aos seus amigos fritantes. Mexendo sempre. O tomate começa a dissolver, e fazer daquela fritura um verdadeiro molho. Parabéns, nesse momento você entendeu o que é fazer um refogado. Mas continuemos, estamos perto do fim.


Perto do fim.

Nessa hora, aposto que você já comeu a rainha branca, alguns peões e corre porque o cavalo preto tá vindo aí, e manda o tabuleiro de presunto pra dentro da panela.

Como o presunto é meio borrachento, ele vai ajudar a destruir os tomates. Vai mexendo.

Agora é o fim do mistério: Joga o queijo, picotado ou não, pra dentro da panela. Ele vai derreter com o calor, o que faz com que não importe nada, se ele estava picotado, fatiado ou com uma escultura de michael jackson. A única informação que você precisa ter é que ali existem 300 felizes gramas de queijo mussarela.

Só pra dar um agrado, você pode jogar uma colherada de orégano lá dentro. Tem tomate, tem queijo, tem presunto? Joga orégano, que esse é da turma.

Assim que derreter o queijo, é só cortar o pão no meio e rechear. Tou aqui, no aconchego do meu lar, confiante de que você sabe como fazer essa parte.

Divirta-se. Encha o bucho. Vá pela sombra.

Custo: Somando todos os ingredientes, deve sair uns 10 cruzeiros. Bem barato.
Rendimento: Bastante coisa. Sendo generoso na hora de rechear os pães, essa quantidade rende uns 10 sanduíches.
Tempo de preparo: Umas 3 latinhas, rapidinho e vale a pena.

Receitas dos leitores: Churrasquinho turbinado, por André Gebaile

Olha, se tem uma coisa que a gente curte muito é pagodeiro dando entrevista. A cada 4 palavras, rapaziada manda umas de humildade. Beleza que o cara tá coberto de ouro, numa limusine bmw laranja conversível e coloca na letra da música que tem um casaco de bisón (kkk), mas a humildade é o que pega, certo mano? E eu simijo com essas paradas aí. Jogador de futebol, charlie brown junior, pleno ou senior é tudamemamerda. O cara ficou rico e metido, mas continua com o mesmo discursinho besta de humildade.

A verdadeira humildade, segundo Deus, está transcrita nas linhas abaixo:
Humildade vem do Latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão.
Sacou? Pois então sejamos fracos, modestos, pobres, reverentes e nos curvemos ao cara que nos mostrou que Yes, We Can e um churrasquinho com queijo pode se tornar muito mais do que um simples churrasquinho com queijo.

André Henrique Pacheco Gebaile é um cara que quebra as regras, é um cara que chuta bundas, um cara que sabe das coisas e, pasmem: André Gebaile sabe onde está o Belchior!!!

E, do alto da sua sapiência, André Gebaile leu o post sobre o churrasquinho com queijo e mandou a dica do século. Leia as sábias palavras com seus próprios olhos:

E conforme havia falado, o how-to do churrasquinho com queijo plus advanced ;)

1) Pegar um pão francês, abri-lo ao meio, e passar um pouco de requeijão em ambas as fatias.
2) Fritar o bife de Contra-Filé ou Patinho, ao ponto. Quando estiver quase pronto, colocar 3 fatias de queijo prato sobre o bife e jogar um pouquinho de água (uso 2/3 duma tampinha de garrafa d'agua como medida) na frigideira para facilitar o derretimento do queijo.
3) Na fatia da parte de cima do pão, acomodar algumas folhas de alface (cerca de 3 ou 4) e algumas rodelas finas de cebola e duas de tomate. Temperar com orégano, pimenta do reino, um tiquinho de azeite.
4) Após o queijo estar derretido, acomodar o bife no pão, fechar o sanduíche e correr para o abraço.

O requeijão desempenha um papel fundamental nesse sanduíche e convido vcs a saborear a receita. É assaz =D

abraços,
André
E foi assim que procedi, com minúsculas diferenças no procedimento, em relação à receita original. Tão minúsculas que sequer vou postar aqui, deixando ao nobre leitor a oportunidade de experimentar, como bem disse o autor, assaz iguaria.

Se você não entendeu que pica é essa de botar alface e requeijão no churrasco é porque não entendeu o espírito da coisa. Churrasquinho com queijo é um sanduíche, composto de pão, contra-filé na chapa, queijo e outro pão. O link pra receita original está aqui.

E, como nada nessa vida é de graça, deixo o parágrafo abaixo com a responsabilidade de ilustrar o nobre homem que elevou o churrasquinho com queijo a uma categoria intergaláctica dos lanches tradicionais. Com vocês, André Henrique Pacheco Gebaile, por ele mesmo:

André Gebaile, 22 anos, webdesigner da Spinelli Corretora de Valores e do investBolsa Home Broker, e freelancer nas horas vagas, fala sobre o ponto de vista pseudo-abstrático da metafísica quântica das coisas no seu twitter ( @pachecogebaile ), e também pode ser achado no email pachecogebaile@gmail.com

Mas.. e o Belchior, hein?

Churrasquinho com queijo

Quando eu era moleque, eu simijava com os Mamonas cantando o Vira. Aliás, sempre achei o humor daqueles caras muito foda. Tem certas sutilezas em robocop gay, por exemplo, que são impagáveis. Prestenção nos backing vocals, na próxima vez que ouvir. Aliás, na próxima vez não, prestenção AGORA:




Então, mas onde a gente quer chegar com essa conversa mole? Ah, então, os caras mandavam muito bem no Vira, que me lembra do seu Manuel da padaria, que me lembra que ontem eu almocei lá (na padoca) e que a patroa pediu um churrasquinho com queijo, que me lembra que eu fiquei morrendo de vontade de comer aquilo, e que tudo isso me lembra que sim, eu me lembro do que eu almocei ontem! E que foi uma coxa-creme e tava terrível, ao contrário do churrasquinho com queijo da patroa, que parecia delicioso. Só não me lembro se eu assumi a minha porção neanderthal e tomei o quitute da mão dela ou se apenas fiquei olhando e babando, mas isso não tem a menor importância. Fato é que aquele churrasquinho com queijo ficou me atormentando o resto da tarde.

Se você não sabe o que é um churrasquinho com queijo, eu ajudo a ventilar essa sua mente. Pegue uma cerveja (o ativador cerebral do homem moderno. ou nem tão moderno assim) e escuta o que eu vou te falar: Churrasquinho com queijo é um lanche. Composto por um pão francês, que os gaúchos (ou cariocas, não lembro bem), virilmente chamam de "cacetinho", recheado com um bifão de contra-filé coberto com queijo derretido. Sacou? Simples assim.

Então, ao adentrar o conforto do lar, depois de um dia de trabalho cascudão, com esse sanduíche me perseguindo o subconsciente, eis que abro a geladeira e encontro uma Itaipava. Não, não era isso (acho que tá na hora de ir pra casa, a mente já tá engasopando), eis que eu abro a geladeira e encontro um belíssimo pedaço de contra-filé. Uma peça mesmo, que eu havia comprado no dia anterior. Tava resolvido o caso do sanduíche que me dominava: faria eu mesmo o meu churrasquinho com queijo. Little Barbecue with Cheese, como dizem os ianques, entre um hamburger e outro.

Tratei de convencer a minha doce esposa a comparecer à padaria, em busca de pães e queijo mussarela. Fui bem-sucedido nessa investida, apesar da má vontade com que ela executou a tarefa. Mas o que importa é que ela saiu tarde e no frio pra comprar pães e eu fiquei no quentinho preparando os bifes (querida, te amo, vc sabe que isso aqui é brincadeira, né?).

E como preparei os bifes pro churrasquinho com queijo? Na verdade, pra fazer churrasquinho você não precisa nem temperar, basta por sal. Mas, como eu cheguei do trabalho depois das 9 da noite e minha alma só se salvaria se eu comesse algo REALMENTE gostoso naquele momento, decidi fazer um agrado no contra-filé.

Cortei 4 fatias de contra-filé, com um pouco menos do que uma salsicha de espessura (wow, acabei de inventar uma medida excelente pra espessura! Todo mundo sabe o quanto tem uma salsicha, não tem como errar). Joguei um pouco de orégano nos bifinhos. Adicionei sal fino e uma pitada de nada de pimenta do reino. Só pra dar o agrado, mandei uma pimenta biquinha picotada lá dentro. Um gole de azeite e tá feita a arte. O cheiro da carne, somado à quantidade de horas decorrentes desde a minha última refeição já seriam o suficiente pra abocanhar aqueles bifes crus mesmo, mas preferi o auto-controle e deitá-los na frigideira.

Ok, isso é um blog de churrasco e esse negócio de frigideira é coisa de fritador de batata, e isso a gente não é, pensa o nobre leitor nesse momento. Mas explico: se você mora em São Paulo e, como eu, está sofrendo com a massa de ar polar que os argentinos mandaram pra gente, creio que consegue entender que usar o quintal (e a churrasqueira, por consequencia) nesses dias pode causar o congelamento de certas partes do corpo que eu prefiro manter quentinhas. Portanto, mandei-os pra frigideira. Mas, se você quer arriscar, recomendo acender a churraca e usar uma chapa de ferro pra fritar o bife.

Na hora de fritar os bifes, é bom lembrar de não colocar óleo, manteiga, azeite, nada na frigideira. Afinal, você já deu uma golada de azeite nos bifes, lembra-se? Além disso, o contra-filé tem bastante gordura, que derrete e lubrifica a frigideira.

Daqui pra frente não tem segredo. Deixa o bifinho ali deitando fazendo barulhinho por um tempinho, vira ele, joga o queijo em cima, e quando derreter, corta o pão, põe tudo no meio, fecha e come.

E, finalmente, o churrasquinho com queijo da patroa parou de me atormentar, e fomos felizes para sempre.

Tempo de preparo: Muito rápido, só 2 brejas. Tome umas 5 antes e sirva bêbado.
Rendimento: Cada bife vale um pão, uai.
Custo: Uns R$5,00 de carne e mais uns R$4,00 de queijo e pão renderam 4 sandubas. Beeem barato.

Hamburger de fraldinha: O X-salada

Nas novelas no tempo de criança, no primeiro bloco tinha um retrospecto dos últimos capítulos, e no último, uma prévia dos próximos.  Vou começar este post com o retrospecto, ok? Voz de cid moreira aí, DJ!!

Os capítulos anteriores, nosso intrépido churrasqueiro demonstrava todo o seu apreço à sua amada, a fraldinha. Carinhosamente, ele moeu seu corpo e temperou com cebola, ovos e pimenta. Invejoso, o churrasqueiro declarou seu ódio ao Sr. Hellmans, e decidiu fazer a sua própria maionese. Cruelmente, ainda convidou seus comparsas para partilhar da sua carne amada...

De maionese e hamburger em mãos, bastava preparar o famoso e saboroso x-salada, o nosso objetivo final. E, como esse blog fala de churrasco e você deve estar de perguntando máqueporraééssadexissalada, preparei os hamburgeres na churraca. Há! 

Acendi a churraca e, no lugar da grelha, utilizei uma chapa de ferro, a mesma que uso pra fazer picanha no rechaud. Fazer direto na grelha não ia rolar, pois o queijo fatalmente escorreria ali promovendo a lambança completa e irrestrita. Com a diferença que preparar na churraca evitaria um furdúncio na minha cozinha, porque hamburger espirra e muuuito.

Além do fator social. Preparar comida na cozinha e levar até a sala é meio chato, vc fica sozinho trabalhando. Na churrasqueira é outro papo, você fica cercado de gente, as pessoas comem ali mesmo. É a inclusão social do churrasqueiro :-)

Bom, compramos muitos pães de hamburger, alface, tomate fatiado e... bacon. Ah, o bacon.. Diferentemente do McDonalds que tem aquele bacão redondo, esquisito e com um gosto bizarro que só o mcdonalds é capaz de proporcionar, decidi comprar bacon cru fatiadinho pra fazer junto com os x-saladas. 

Passei um pouquinho de manteiga na chapa e deitei o primeiro hamburger. Coidiloco aquele barulhinho de sshhhhhshshshshshhsshs dele fritando, não é? 

O que se sucedeu foi uma sequencia de 18 hamburgeres pra 8 adultos, 2 duas crianças e nenhum monstro do pântano, de maneira que cada pessoa comeu 2 sandubas, e as crianças comeram apenas um. 

Confesso que estava com medo de ter errado o tempero, ou ficar ruim ou sei lá o que. Sempre que eu vou inventar uma carne nova, ou algo que nunca tinha feito, geralmente eu faço para um público pequeno, e se ficar bom faço depois pra geral. Dessa vez, não. Então tava meio tenso. Mas o resultado foi mega positivo, os convidados adoraram! Ah, como eu trato bem essa gente, viu! 

Os x-saladas foram montados com pão, maionese, hamburger, queijo pratou ou mussarela, alface americana, bacon e tomate, nada de milho ou outras merdas que vemos por aí. Foi o xissa, simples como tem que ser.

A maionese: ficou maaaaaster, a receita da dona vó foi tudo de bom. Os amigos voaram que nem mosca na merda e acabou num minuto. Se você fizer um kg de hamburger de fraldinha, recomendo que dobre a receita.

O pão: foi usado pão de hamburger normal, comprado no supermercado. Recomendo deixar dentro da churraca, num lugar bem reservado, pois ele vai esquentando com o calor, e fica mais gostoso mesmo.

O hamburger: ficou muito, muito gostoso. Dá pra fazer num churrasco normal. O foda é você encher a churrasqueira de hamburger porque vai ficar parecendo americano, que chama os amigos pra um churrasco, acende uma churrasqueira feita pela nasa e enche a máquina de hamburger, salsicha e nugget. Vai entender esse povo, né?

Uma boa dica em relação ao hamburger veio de um dos convidados. Sinceramente, senti falta de uma ervinha no hamburger. E antes que você dê o meu telefone pro Gabeira, eu estou falando da salsinha. Acho que vale a pena colocar um pouco de salsinha na massa do hamburger.

O bacon: foi da patroa a idéia de ouro. Bastava deixar ele ali, deitadinho na chapa que a coisa acontecia sozinha. Quando tinha um hamburger pronto, outro bacon saía na mesma hora. Acho que eles combinaram. O melhor de tudo foi que eu não precisei pedir um Bacon sem bacon pra mim mesmo (se você não entendeu a piada, leia o post com a receita do hamburger). 

A salada: ah, fala sério, compana.. você não quer que eu fique aqui falando de salada, não é? Ah, manda uma mulher lavar a salada, enfia no sanduba e come, porra.

Hamburger de fraldinha: Preparando a maionese

Como disse no post anterior, os hamburgeres não seriam comidos ontem, mas sim hoje. Calma, eu não mudei os planos. Quer dizer, mudei um pouquinho. Decidi chamar a galera pra experimentar o hamburger de fraldinha, e ainda preparei o resto da fralda moída (leia o post anterior, você vai entender). Agora temos 1kg de hamburger que eu fiz, mas não comi. E ainda chamei os amigos pra experimentar. Putz, tomara que esse treco tenha ficado bom. 

Passei o dia decidindo se fazia a maionese ou comprava na lanchonete do seu Osnir, aqui na região. Aliás, se você passar por perto da Praça da Árvore, em são paulo, pare tudo o que está fazendo e mande um sanduba no Osnir, na esquina da jabaquara com a rua das rosas. Voltando ao assunto, deixe-me explicar o motivo da indecisão.

Assistiu "60 segundos"? É assim, os caras tem que roubar uns carros bacanas, mas tem um carro que o ladrãozão do filme nunca consegue roubar, porque acontecem coisas estranhas com a relação entre ele e o carro. Se você levar em consideração que ele pega a Angelina Jolie no filme, eu ia estar me lascando pra relação com o carro e ia me preocupar muito mais com a relação que envolve tão formosa garota. Mas como eu não roubo carros e não pego a Angelina Jolie, o meu drama é mais simplório, digamos assim: eu não consigo acertar uma maldita maionese. Sempre vira uma pia de porco, desanda, fica feia e mal-cheirosa. Mas dessa vez eu decidi encarar o desafio e pedi ajuda à cozinheira master desse mundo, capaz de preparar comidas que até Deus duvida, e como ela não cozinha pra Ele, e sim pra gente, continuará duvidando. Estou falando da nonna desta família, dona Ivette em pessoa.

Telefone em punho, enchi o pulmão e liguei pra ela. Em cinco minutos de conversa, nos atualizamos sobre as notícias da família, me convidei pra um almoço amanhã e anotei a receita da maionese que, na verdade, parecia ridiculamente simples. Aliás, simples pra ela que é capaz de cozinhar qualquer coisa. Mas tá valendo, se tudo der errado, já descolei um almoção pra amanhã.. 

Seguindo os ensinamentos de tão nobre senhora, botei 3 ovos pra cozinhar. O primeiro ovo já estourou logo de cara. Tirei da água e resolvi usar só dois. Ok, cozinhados os ovinhos, bora preparar seguindo a cartilha. 

Abri os ovos e retirei apenas as gemas cozidas. Assim disse Dona Ivette: 

- Use apenas as gemas dos ovos cozidos.
- Mas, vó.. O que eu faço com as claras que sobram?
- Ah, dá pras crianças, ué.

Simples, ela. Porém, das duas crianças da casa, uma dormia e outra estava fora. Achei uma alternativa razoável comê-las eu mesmo. Assim o fiz. 

O próximo passo, adicionar duas gemas cruas, desta vez dispensando completamente as claras. Olha, destacar a gema da clara de um ovo cru é uma atividade para poucos. Nojento que só. Despejei o conteúdo do ovo na palma da mão, com os dedos levementes entreabertos, de maneira que a clara nojentamente escorreu entre eles, ficando apenas ali a gema. Repeti o processo e joguei as duas gemas cruas às duas gemas cozidas. 

Pra dar um agrado, piquei um dente de alho bem pequeno, mas bem pequeno mesmo. Adicionei sal e misturei. Ah, começou a ficar com uma cara de maionese. Mas ainda faltava o azeite. Aí começaram os meus problemas.

Quando disse que usaria a batedeira pra mexer a maionese, dona Ivette caçoou de mim. "Bate na mão, dani" foram as palavras dela. Como ela tem 79 anos e eu 32, acho que ficaria difícil conviver com a minha consciência se eu não batesse aquele troço na mão. Comecei. 

Seguindo as recomendações da nonna, fui adicionando o azeite aos poucos. Ou seja, bate um pouco, adiciona azeite. Bate até pegar textura, depois põe mais um pouquinho. E assim por diante.

O resultado foi bom, e ruim ao mesmo tempo. Bom porque eu não peguei a Angelina Jolie, mas acertei a maionese. E ficou gostosa, até. A parte ruim ficou por conta do meu aspecto físico. Depois de bater a maiô no garfo, seguindo as recomendações de vovó, meu braço está pegando fogo. Não tenho forças pra levantar a minha cerveja. Parece que eu acabei de jogar uma partida de boliche. De 3 horas de duração.

Agora é esperar o pessoal chegar e começar a preparar os x-saladas. Torçam por mim, porque eu posso ter acertado a mão, mas posso ter errado o hamburger, a maoinese ou os dois :-(

Amanhã, a terceira e última parte deste especial: o x-salada e o resultado dessa baderna.

UPDATE: Não costumo fazer updates aqui, mas esse é importante: No domingo, quando almocei na casa de vovó, ela me disse que esquecera de um detalhe importante: na hora que misturar os ovos, sal e o alho, pingue algumas gotas de limão. Isso ajuda a maionese a não desandar. Embora esta não tenha desandado.

Hamburger de fraldinha: Te cuida, Ronald McDonald!

Uma das primeiras histórias bizarras que a internet ajudou a difundir foi aquela maluquice do hamburger de minhoca do McDonalds. Na época, eu trabalhava numa empresa que era a assessoria de imprensa da lanchonete do palhaço Ronald. E eu vi o trabalho que eles tinham em desmentir aquela bobagem mundo afora. Se você não sabe, a assessoria de imprensa é a empresa responsável por pautar a imprensa sobre o que será falado sobre determinada empresa. Ou seja, se aparece em algum lugar que a empresa XYZ é bacana e tá doando a renda do ano inteiro pra comunidade dos anões de Vladivostok, quem contou isso pra imprensa foi a assessoria. E se você ouvir alguém espalhar que o dono da empresa ABC congelou a vó no freezer da empresa, é a assessoria de imprensa que vai ter que desmentir isso aí, sendo mentira ou não. No caso da minhoca do Ronald, era claro que era mentira. Mas admitamos que era engraçado, vai...

E hoje, na hora do almoço, me dirigi a uma de suas lanchonetes pronto pra degustar uma refeição com nome de número. Gosto muito do número 1, mas gosto também do número do McBacon, e era esse em quem eu queria enfiar a dentadura. Eu não lembrava o número dele e chamei de Número do McBacon. Isso é bastante esquisito, pois é uma refeição com nome de número, e se eu não lembro o número, vira refeição com nome de número... de nome. Mas bastante esquisito mesmo é a fatia de bacon grande e redonda que vem no McBacon, que encaixa direitinho no sanduba. Sabemos que não vende bacon assim no mercado, e que no porco, o bacon não tem esse formato. Então me vem à idéia que os caras fazem esse bacon aí no photoshop, o que me leva ao inevitável: "Moça, me vê um número do McBacon sem bacon?". Ridículo, mas é isso que eu faço. Aí ela finge que não achou isso esquisito, dá um gritinho lá pra dentro "Bacon sem bacon!!" e a coisa acontece. Milagrosamente, aparece na minha bandeja um McBacon, sem o tal bacon. 

Em algum momento do almoço, me voltou à mente aquela história da minhoca. Acho que foi na hora que eu dei a primeira mordida e não senti o gosto da carne. Ou talvez na hora que eu dei a última mordida e ainda não tinha sentido o gosto da carne. Não importa, o que vale é que a gente gosta de ir no mc pelo evento que é, e se gostar do lanche, é pelo pão / molho / batata, etc, mas sabe que a carne é meio esquisita. Porque se for pra comer carne, lá não é o lugar não. Desculpa aí, palhaço Ronald, mas essa sua carne é uma fanfarrice.

E tive a idéia de fazer hamburger. Isso, comprar carne, temperar e fazer eu mesmo as minhas pequenas bolachinhas do prazer.  

Atenção: este é um post de receita em andamento. Explico: eu fiz os hamburgeres, mas só vou comer amanhã. Explico de novo: com a textura que eles ficaram, eu acho que seria uma boa idéia congelar antes de fritar, pra não fazer meleca na frigideira. Além disso, queria fazê-los na chapa de ferro lá na churrasqueira, mas hoje tá chovendo. E mais além disso do que isso, eu ainda não decidi se faço a maionese caseira ou meto uma hellmans mesmo. Portanto, preparei os hamburgeres que, neste exato momento, estão no freezer, ficando geladinhos pra ir pra churraca amanhã. 
Resumindo: Eu nunca fiz hamburger, não tenho a menor idéia se isso vai ficar bom, e só saberei amanhã. Preparar esta receita é por sua própria conta e risco. Mas garanto que posto amanhã mesmo o resultado, bom ou ruim. E, olha... eu acho que vai ficar bããão...

Voltando, vamos à receita. Nunca fiz hamburger, mas admito que recorri a Deus Google pra, no mínimo ter idéia de como fazer. E não me olha feio porque você tá aqui fazendo justamente o mesmo :-)

E, diante de Deus, Ele me falou que se usa fraldinha, patinho ou picanha pra fazer hamburger. Cliquei num link patrocinado e Deus se foi. Fiquei meio cabreiro com Ele, porque eu não gosto nem de dar cerveja pra carne, imagina se eu ia deixar MOER uma picanha. De jeito nenhum, isso seria um sacrilégio. Patinho eu não conheço, pois não é carne de churrasco. Mas sei que não tem uma fama das melhores, não. Mas a fraldeta é legal. Barata, gostosa e não vai me matar vê-la entrar formosa e sair uma paçaroca da máquina de moer carne. Assim procedi. 

Saí do trabalho tarde e com o saco na lua, mas ainda reuni forças para empurrar o esqueleto até o supermercado mais próximo. Pedi ao compana do açougue que moesse, duas vezes, uma peça de 1kg de fraldinha. Levei-a bora cá comigo. 

Como meu sogro faz um kibe cru nervosíssimo, imaginei que seria fácil preparar um nervoso eu também: bastava ligar pra ele e perguntar e ae parceiro como é que faz a parada. Sendo assim, separei a carne em duas partes: 0,5kg do kibe cru e 0,5kg pros hamburgeres, o personagem desta saga.

Chegando em casa, acalentei-me. Se eu me sentia moído, bastava olhar pra carne e avaliar quem é que tava na pior. Então, coberto do mais nobre sentimento de piedade pelo boi que acabara de pedir que moessem, decidi que faria uma caminha bem temperada para que a carne passasse a noite. Mas e aí, como fazer esse treco?

Uma amiga havia comentado sobre uma receita com ovos e sopinha de cebola, daquelas de pacote. Dispensei a sopinha, mas achei que o ovo seria útil, pra dar a tal liga. Assim, taquei um ovão lá dentro. 

Se eu dispensei a sopinha, continuei acreditando na presença da cebola no hamburger. Piquei meia cebola. Mas é legal picar a cebola bem pequeninha, com paciência. Assim ela pega um gosto na carne, e frita bem junto do hamburger. Deve ser meio broxante morder uma carne e sentir um tecão de cebola, não? Então, deixa a cebola na tábua e vai picando ela com a faca até virar quase uma pasta.

Tá ficando legal, mas ainda falta tempero. Ah, antes que eu esqueça: dois punhados de sal e seja o que Deus quiser (nesse caso Deus mesmo, e não o Google). Pra temperar, uma espirrada de pimenta do reino preta. Mesmo sem misturar, o cheiro começou a ficar bom.

Foi então que eu abri a geladeira e quebrei um paradigma. Uma verdade: não sou fã de pimenta, não gosto de pimenta. Mas antes que você questione a minha coerência, pimenta do reino não é pimenta, é tempero. É que nem o cachorro-quente, que não é cachorro, é comida. Coisas do português, ora pois. 

Pois voltemos ao ponto do paradigma. Abri a geladeira e encontrei um vidro de uma pimenta que tava bonitinha, brilhando ante a luz fria da geladeira. Abri o pote e senti o cheiro, meio com aquela cara de nojo de quem tá cheirando a bunda do coisa-ruim. Mas o cheiro era coisa boa. O nome? Pimenta baianinha. Olha, desde a carla perez, a Bahia sempre nos mandou saborosas pimentinhas, então pensei que seria uma boa lançar mão desse artifício. Tirei do vidro uma única bolinha, picotei bem picotadinha e joguei no meio da carne, ovo, sal e pimenta do reino. Pra dar um gosto que toda carne temperada merece ter, mandei uma golada sarada de azeite. Pra engrossar, farinha de trigo, uma pequena mãozada, tímida.

Comecei a misturar com uma colher de pau, e logo notei que aquela pasta não ia pegar formato de hamburger de jeito nenhum. Tava muito mole. Pra dar uma liga naquilo? A solução foi uma mãozada nervosa de farinha, umas 4 vezes mais potente do que a última. Isso significa que eu devo ter colocado uma xícara inteira de farinha de trigo.

Funcionou, porque a textura começou a ficar legal, virou um bolo de carne. E com um cheiro animal. Confesso que dei uma pequena garfada e, mesmo cru, o sabor tava demais!

Aí eu percebi que não ia ter aquela boiolice de não querer sujar a mão, porque a colher de pau não tava dando conta do recado. Apertei o botão foda-se e enfiei a mão na tijela, mexendo pra valer. Aí sim, misturei tudo e virou uma massa homogênea, consistente. Hora de fazer as bolachinhas.

Peguei uma mãozada da massa, deitei na tábua. Tal qual fazemos no jardim da infância, enrolei a massinha pela tábua até virar uma bolinha. Uma vez bolinha, bastou apertar com a palma da mão pra fazer o primeiro hamburguinho. Repeti o processo até o fim da carne. 

A receita deu 9 hamburguinhos altos, mas pequenos. Isso porque os pães de hamburger que a gente acha nos mercados por aí são pequenos, e não adianta você ter um hamburger de 8759352352 gramas e não caber no pão. Separei numa bandejinha, cobri com papel filme e foi todo mundo pro freezer. 

Aqui acaba a nossa epopéia, porque eu não experimentei. Apenas congelei e eles estão lá, tremendo na sibéria do meu freezer. Skavurska, Ronald McDonald!!! E até amanhã.

UPDATE: No terceiro post da série sobre o x-salada, eu comentei o resultado final dessa hamburgada. Uma das coisas de que senti falta foi um pouco de salsinha no hamburger. Portanto, se você pensa em preparar essa receita, mete um pouco de salsinha picada no meio que fica animal.

Custo: o kg da fralda custou 12 cruzeiros. mas como usei meio kg, pense em R$6,00. O resto (cebola, pimentas e afins tem custo irrisório).
Tempo de preparo: dá pra tomar umas 4 brejas, mas o tempo não é tão aproveitado, porque você suja a mão e não dá pra segurar a latinha durante grande parte do processo :-(
Rendimento: 9 hamburgeres altos, mas pequenos. Quer que eu desenhe?