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Drops de Churrasco - Ed. 6

Como bem diria o intrépido herói chapolim colorado, sigam-me os bons em mais uma versão do seu periódico churrasquístico, criado exatamente para distrair essa sua mente lépida em mais um dia cinza, nublado e batendo índices olímpicos de poluição. Aí o mais distante leitor imediatamente retruca: Mas qual nada, amigo blogueiro, que piada! Se escreves sob a névoa da fuligem do caminhão, saiba que de minha janela observo um tuiuiú, dois suricatos e um berbigão. No que o blogueiro, como num repente emenda: Amigo leitor, amante da brasa e do calor, churrasqueiro de Bagé, se tua cidade não é poluída, tenho certeza de que tua mente o é.

E assim vamos adiante, mostrando que nem só de carne e carvão vive um churrasqueiro. A gente também entede de rima ruim.

Picanha com sorvete
E por falar em ruim, te prepara que essa receita é simplesmente de embrulhar o estômago. Sabe aquela história de que a primeira impressão é a que fica? Pois é, o cidadão em questão começou mal, e conseguiu terminar ainda pior. Sente o drama:
Minha esposa hoje me acordou, dizendo que havia recebido um spam de um tal site de churrasco. Pô, spam é mancada, mas fiquei curioso, peguei o computador e comecei a navegar. Nada de muito especial, mas bastante didático, vídeos bem feitinhos e tal, até que... De repente eu me deparo com uma daquelas lambanças gastronômicas tão bizarras, mas tão bizarras, que eu perdi o apetite. Coisa de gente grande, de deixar a farofa de bacon com maçã da ana maria braga parecer normal. Tudo começou com uma picanha. O camarada fatiou a picanha, colocou na grelha com sal grosso, virou, tirou no ponto certo e picotou. Pronto, pensei eu, agora é só comer. Que nada, o nosso querido "gourmet" achou que ainda podia ficar melhor e inventou a "picanha com sorvete". Veja a foto ao lado e tire suas próprias conclusões. Não vou dar o link e nem o nome do cidadão que estragou uma picanha e uma taça de sorvete. Use o google, você não vai errar. Pra fazer uma lambança dessas, só tem um.


Carvão São José é 10!
Gosto muito de empresa séria, e quando me deparo com alguém que preste um serviço bacana, não posso deixar de falar aqui.
Semanas atrás, comprei um saco de 4kg de carvão São José pra receber uma galerinha em casa.
Ao virar o saco de carvão dentro da minha churraca, ouço um barulhão seco, "POW". Gente, carvão não faz pow, certo? Pois é, no meio do carvão, havia um pedaço considerável de tijolo. Fiquei bastante decepcionado, pois num saco de 4Kg, havia um tijolo de 1Kg. Guardei a embalagem e o tijolo, imaginando a chateação que teria posteriormente com suporte, 0800 e outras mazelas do atendimento ao consumidor neste país lindo de gente honesta.
Aí começa uma verdadeira saga do atendimento, um épico do suporte, orgulho do PROCON.
Precisamente às 11:47 do dia 30 de julho, enviei um e-mail ao site deles, sem me apresentar como blogueiro nem nada. Apenas relatando o acontecido. Antes que eu pudesse dizer Paranapiacaba não tem otorrinolaringologista, e sei lá porque eu diria isso, meu e-mail foi respondido às 12:17. E não era nenhuma respostinha automática, não. Era a solução do problema, sem delongas, sem xurumelas. Mais rápida que um 747, a atendente Vanessa, o Ayrton Senna do churrasco, me solicitava o endereço de casa e explicava rapidamente que o tijolo pode se desprender das paredes do forno, enfim. Às 12:27, enviei o endereço, agradeci a explicação e fiquei feliz com os dois sacos de 4kg de carvão que me foram ofertados pela atendente.
Fui almoçar. Ao voltar da esbórnia alimentícia a que me submeti, recebo mais um e-mail da eficiente Vanessa, o Usain Bolt das carvoarias, enviado às 14:46, me perguntando se haveria alguém em casa, pois eles gostariam de realizar a entrega ainda naquele dia. Nesse momento comecei a procurar o ET no meu guarda-roupa, porque não existe atendimento como esse neste planeta. Cadê a musiquinha? Porque não questionaram nada? Não perguntaram nem o tamanho do tijolo? Nem meu CPF, RG, tamanho do sapato, nada??? Esquisito....
Enquanto me questionava porque diabos não havia mafagafinhos salvaguardados em araçariguama, eis que o veloz motorista do Carvão São José posiciona o MIG 29 no estacionamento de visitantes do meu prédio e me entrega 8Kg do mais puro e belo carvão, precisamente às 15:30. Ou seja: em menos de 4 horas, meu problema foi solucionado com uma eficiência inacreditável. Por isso estas palavras são o meu mais sincero agradecimento ao carvão mais rápido do oeste: Carvão São José, muito obrigado!


O que vem por aí?
Tenho várias receitas maneiras aqui na manga, pena que não tenho como publicar tudo de uma vez. Num dia de fúria, mandei pra churraca 5,5kg de costelão. Só que convidei apenas 6 pessoas para apreciar tal iguaria, que sobrou aos montes. No dia seguinte, foi transformada numa maravilhosa Vaca Atolada. Não sabe do que se trata? Olhe a foto à sua esquerda e aguarde a receita, amigo.
Já comeu frango de televisão de cachorro? Aquele, que fica na padaria, rodando no forno engordurado, que parece nojento, mas todo mundo come? Pois é, inventei uma traquitana (mais uma gambiarra.. não sei como a minha esposa ainda me suporta), para que possamos realizar tal experimento na nossa própria cozinha. Tenho fotos e tudo mais!
Semana que vem, teremos uma promoção maneiríssima aqui no blog. Pode começar a aquecer esse cabeção aí, que o prêmio é muito bom (sim, o prêmio é de comer), mas você vai ter que gastar muito neurônio para colocar os seus dentes no prêmio que vamos dar. Aliás, não é apenas um prêmio. Serão 3 felizes ganhadores, fiquem atentos!!

As carvoarias e o trabalho escravo - final

Aqui não tem datena, milton neves nem alborghetti, mas o nosso compromisso é com a verdade. E foi por isso mesmo que fomos lá cutucar o pessoal do Carvão São José, por conta daquela tal lista do trabalho escravo que o Ministério do Trabalho divulgou na internet.

Se você perdeu as cenas dos últimos capítulos, fazemos logo abaixo um resumão da coisa:


  1. Descubro uma lista da MT com empresas pegas com trabalhadores em escravidão;
  2. Acho na lista o nome "Carvão São José", homônimo ao carvão que mais compro pros meus churrascos;
  3. Confiro o CNPJ divulgado com o existente no saco de carvão - não são iguais;
  4. Pergunto ao Carvão São José, aquele que eu costumo comprar, se são eles mesmos;
  5. Recebo a resposta.
Pois é, recebi a resposta do pessoal do Carvão São José. Confesso que me deu um frio na barriga quando o e-mail pingou aqui na minha caixa de entrada. E foi com o focinho baixo que abri a mensagem e comecei a ler o texto.

Foi quando os sinos tocaram, o céu se abriu e abriram-se as portas da esperança: eu recebi a resposta que, honestamente, eu esperava.

A resposta foi rápida e esclarecedora. Trata-se de uma infeliz, muito infeliz coincidência. O Carvão São José que conhecemos nada tem a ver com tal carvoaria homônima e sem-vergonha no que tange o trato com os trabalhadores. O Carvão São José que conhecemos produz seu carvão no interior de SP há mais de 50 anos, e todo o processo que acontece desde a sementinha de eucalipto até a brasa vermelhinha debaixo da nossa carne ocorre dentro do script das coisas mais batutas e bacanas.

Tirando a parte do "debaixo da nossa carne", porque você pode ter lido uma receita de picanha com figo no site da ana maria braga, e aí, amigo... o carvão vale mais que a carne.

Fica aqui nosso mais sincero agradecimento ao José Roberto de Freitas Veríssimo, que nos prestou o devido esclarecimento em nome do Carvão São José.

Fica, também, registrado o nosso alívio. Afinal, Carvão São José, nós gostamos de você.

Abaixo, o e-mail que recebi com a reconfortante resposta:

Daniel,boa tarde


Com certeza,trata-se de uma infeliz coincidencia,pois nossa produção de carvão esta localizada no interior de São Paulo há mais de 50 anos,onde trabalhamos apenas com floresta de eucalipto sustentável e não damos empregos à menores de idade.


Agradecemos a preferencia pelo nosso produto e desculpa pela demora da resposta,um abç



José Roberto de Freitas Veríssimo

Sendo assim, o Repórter na Grelha finaliza mais essa história com um final feliz.

Acesse: www.carvaosaojose.com.br

As carvoarias e o trabalho escravo - 2 parte

Não vou ficar me alongando muito neste post, pois este está aqui apenas pra registrar que, até agora, não obtive nenhuma resposta do pessoal do Carvão São José.

Fico realmente receoso com este silêncio, que me leva a crer que:
1 -  O Fale Conosco do site deles não presta, pois o e-mail chega, e não tem ninguém pra responder;
2 - Os caras não tem uma resposta pra me dar, o que me entristece demais.

Continuo acreditando que se trata de uma infeliz coincidência. Mas, se a empresa não se defende, não sou eu que vou botar a cara a tapa e fazer qualquer tipo de defesa.

A pulga tá atrás da orelha. E no domingão tem o aniversário de 4 anos do meu filhote, com churras em casa. Ainda não decidi se vou comprar carvão são josé ou não.

As carvoarias e o trabalho escravo

Olha, não tem sacanagem maior que se pode fazer com um trabalhador, do que escravizá-lo. Você tem aí o seu emprego, tem patrão, responsabilidades, méritos e deméritos? Pois é, eu também. Com a exceção do patrão que eu realmente não tenho, mas tenho clientes e olha: eles dão trabalho. Chega a me dar saudades do patrão, viu? Enfim, o que importa é que todos aqui temos relações de trabalho.

Mas o que rege essa relação? Uma coisa bem simples chamada troca. Funciona bem assim: Você dá a sua força de trabalho em troca de dinheiro. Grana, bufunfa, cascalho, dindin e daí por diante. O motorista do trator pilota o bicho pra dentro do buraco em troca de algum dinheiro. O piloto de jato aperta botão, move alavanca e fala com a torre de controle em troca de dinheiro. Até aquelas donzelas acaloradas que acham todo mundo bonito também dão a sua força de trabalho em troca de dinheiro. A força de trabalho e mais alguma coisa, mas isso não vem ao caso.

Mas tem gente nesse país (aliás, nem só neste, porque a safadeza faz parte da natureza porca humana) que não curte muito essa coisa de pagar pelo trabalho dos outros. E não tou falando de chefe muquirana, não. Você ganha pouco, tá insatisfeito com o teu salário? Pode ser uma situação ruim, mas você aceitou aquele acordo, e, enquanto teu salário tá sendo pago, existe um acordo em curso, sendo cumprido por ambas as partes. Você pode exercer o direito de pular fora e trabalhar na horta do vizinho, que é sempre mais verde :-) ou tem o direito de ficar vendo TV em casa. Assim como tem o direito de fazer corpo mole e tomar uma justa causa. Tá tudo na regra.

Acontece que não é desse tipo de relação estamos falando. O assunto aqui é trabalho escravo, aquele que o empregador não te paga nada, te esfola, te prende e você ainda fica endividado. Essa é uma das maiores sacanagens humanas, e, infelizmente, tem bastante gente por aí que ainda tem a mentalidade retrógrada de achar que tem o direito de sair por aí escravizando gente simples, pobre e que não tem recursos culturais ou intelectuais pra se defender.

Aí o mais astuto dos leitores me pergunta: "Mas meu caro, o que esse papo de escravo tem a ver com as nossas saborosas carninhas na grelha?" e eu respondo: "Meu caro leitor, já parou pra pensar de onde vem o carvão que nós alegremente depositamos em nossas churrasqueiras?".

Fiquei sabendo, hoje, que o Ministério do Trabalho havia criado uma lista, chamada Lista Suja, onde eles divulgam aqueles que foram pegos mantendo trabalhadores em situação de escravidão. Belíssima iniciativa, não? Pois fui lá eu, curioso como uma marmota (?), averiguar a tal lista.

Foi quando levei um susto, daqueles de borrar a cueca, arrepiar o cabelo e doer a cárie do dente: figurava na lista o nome de uma carvoaria, cujo nome é idêntico a uma das melhores marcas de carvão que conheço: o Carvão São José.

Mas como?? Não conseguia acreditar, até que me lembrei que eu tenho, neste exato momento, um saco de tal carvão aqui. Conferi e tenho algumas observações a fazer:

  1. O CNPJ descrito no saco do carvão não é o mesmo que consta na lista. Pode não ser a mesma empresa, como pode ser. Uma empresa pode ter um CNPJ para a matriz, e outro para a filial;
  2. A lista está aqui;
  3. São José é um nome deveras comum, não acham? Podemos ter aí uma injusta e infeliz coincidência;
  4. No site do MT, não fica muito claro se as empresas foram somente autuadas, ou se foram julgadas e condenadas. Portanto, muito cuidado ao fazer juízo delas;
  5. O MT atualiza a lista com frequencia, inserindo e retirando nomes e empresas. Vale a pena conferir a lista sempre.
Bom, seguindo o mesmo comportamento que nos levou a descobrir que as carnes Maturatta, da Friboi, são mesmo maturadas, aproveito este nobre momento para despir-me do avental de churrasqueiro, largar a cerveja e adentrar a cabine telefônica mais próxima para me transformar no super-herói dos churrasqueiros oprimidos, o invencível REPÓRTER NA GRELHA!!!

Pois assim procedendo, enviei um e-mail ao Fale Conosco do Carvão São José que nós conhecemos solicitando um esclarecimento, e abrindo este canal de comunicação para a empresa.


O e-mail que enviei foi este aqui:


Olá!




Escrevo regularmente num blog sobre receitas de churrasco, além de ser consumidor voraz do carvão, que considero um dos melhores à venda na minha região (São Paulo).
Porém, numa conversa via e-mail com um dos leitores, fiquei sabendo da "lista suja" do Ministério do Trabalho, que cita uma empresa chamada "Carvão São José" como acusada de se beneficiar do trabalho escravo no município de Brejo Grande do Araguaia, PA.
Como consumidor do produto e simpatizante da marca, me assustei com a informação, e corri para tentar averiguá-la. Com um saco do carvão em mãos, pude notar que o CNPJ não é o mesmo que consta na lista do MT.
Minha dúvida é: trata-se de outra carvoaria com o mesmo nome, ou o Carvão São José é a mesma empresa que consta na lista?
Gostaria de levar a informação aos meus leitores de forma isenta porém informativa, seja ela qual for. Creio que, ao se tratar de uma infeliz coincidência, esta pode ser uma ótima oportunidade de esclarecer os fatos.
Muito obrigado Daniel Rodrigues http://deitadonagrelha.blogspot.com



Vamos aguardar a resposta, esperando, sinceramente, que se trate de outra empresa. Sou um voraz consumidor do carvão São José, seria muito triste receber uma notícia negativa deles.

Fogo na bomba: como acender a churraca

Quando você chega num churrasco e vê ali aquela fumaceira, ossos e outros lixos na mesa, gente alegremente bêbada caída pelos cantos e toda aquela atmosfera tipo "o capeta passou por aqui" que fica depois de um churrasco, você, o curioso leitor, se pergunta: Meldels, mas como é que isso foi começar?

Eu te respondo: o churrasco começa, oficialmente, quando mete-se fogo no carvão. É como o tiro pro alto nos 100 metros rasos, o "atenção emissoras da rede globo para o top de 5 segundos", ou a luz verde na fórmula 1 que, tirando o rubinho, bota os pilotos pra correr, o willian bonner pra falar e as nossas queridas e saborosas carninhas pra assar. Risca o fósforo, 1 2 3.. Valendo!

E essa hora de acender a churraca é especialmente peculiar. Cada churrasqueiro tem uma técnica milenar. Algumas interessantes, outras bizarras. Vou comentar aqui algumas, que já vi pessoalmente:
  1. O famoso túnel de jornal: Funciona assim: o camarada pega uma garrafa de cerveja, faz um rolinho com o jornal, enrola na garrafa. Depois tira a garrafa, e coloca aquele negócio na churraca. Joga uma golada de álcool, e despeja o carvão em volta, deixando o meio oco. A técnica é interessante porque utiliza bem a passagem do ar no túnel, mas tem seus pontos fracos. O primeiro é que dá trabalho enrolar a parada, apoiar os carvões e o escambau. O segundo é que usa papel. Acho uma grande bobagem acender o fogo com jornal. Pensa comigo: a fumaça é expelida pra cima, certo? Aí, o caderno de TV queima os resumos de novela, a ana maria braga e o louro josé de uma só vez, e vira uma espécie de fuligem, certo? E o que tem logo acima do fogo, geralmente é a sua carne, certo? E aí essa fuligem gruda na sua carne e você pode aproveitar pra ler as notícias encrustradas na sua picanha. Show!
  2. Uma certa vez, um animal que não me recordo quem era, usou uma técnica qualquer, e na hora de acender, jogou no carvão a bituca do cigarro que ele tava fumando. Não interessa a técnica, se você for porco assim, quem merece ser queimado é você, e não o churrasco. Não se esqueça de que a sua churrasqueira é um local pra fazer COMIDA, e não uma lata de lixo.
  3. A terceira técnica é bastante interessante, o rodapé de latinha. Funciona assim: você pega uma faca e destrói a latinha, de maneira que você consiga retirar apenas o fundinho dela. Aí você joga um pouco de óleo de cozinha no fundinho, acende e monta um predinho de carvão em cima. Olha, essa é uma técnica muito legal, porque o fogo do óleo é muito mais duradouro, vai pegar no carvão de qualquer jeito, mesmo que ele não esteja muito seco. O único probleminha é a perícia metalúrgica necessária à execução. Primeiro você tem que destroir a latinha com uma faca. O que pode, além da latinha, destruir o fio da sua faca. Se você fizer isso com a minha faca, perdeu a amizade, isso é um fato. O segundo problema é que, além de destruir a latinha e, eventualmente, o fio da sua faca, você ainda corre um sério risco de destruir a sua mão. Principalmente se foi você o folião que entornou aquela latinha. Mais ainda se você enxugou aquela latinha e mais algumas iguais a ela. Ou seja: com aquele alumínio fininho e a sua delicadeza de parafuso de trator, corre o risco de se cortar feio antes do churrasco começar, e passar o churras todo na base do band-aid. Mico na certa. Essa técnica é só pros bons. Se tu é tosco, esquece essa.
  4. O incinerador maluco: Essa é pra você descontar aquela raiva extra. Funciona assim: Joga todo o carvão que conseguir carregar dentro da churraca. Depois, empunhe o vidro de álcool (por favor, nada de álcool gel ou outras franguelices. Estou falando de álcool 96 graus, coisa de gente grande). Ok, encharque o carvão. Assim mesmo, sem critério, sem carinho e sem perdão. Agora é só encarnar o Nero e acender o fósforo. Recomendo tomar uma certa distância, pois essa costuma mandar Roma pelos ares. É a técnica preferida dos mais sem-noção, mas admitamos que funciona. Se o objetivo é pegar fogo, essa pega.
  5. A minha preferida: Pão velho. Eu sempre guardo pão velho aqui em casa. Tem uma gavetinha na fruteira onde eu vou guardando os restos de pão. Sempre que preciso acender a churraca, pego um tequinho, jogo um pouco de álcool, coloco no fundo da churraca, cubro com carvão e mando um fósforo, tomando o cuidado necessário pra acender o pão. Cabou-se. O pão demora um tempinho pra terminar de queimar, isso é o suficiente pra pegar no carvão. Além disso, o cheiro do pão queimando é bem mais legal do que jornal ou óleo, né?

Técnica muito utilizada pelos exércitos pretos em Omsk, no Aral e no sul da Dudinka.
Compreende segurar cartaz do bigodudo, jogar álcool sobre o próprio corpo,
acender o fósforo e pular na churrasqueira.

Eu acho que todas as técnicas são válidas, desde que respeitem um certo índice de limpeza. Não utilize jornal, querosene, gasolina, essas coisas. Não esqueça que a sua carne vai ficar muito perto desses ingredientes, e qualquer cheiro ou gosto adicional na carne é bobeira.

No final das contas, o que interessa mesmo é conseguir acender. Uma vez acendida a churraca, tá dado o start no seu churras e daí pra frente é só alegria.

E você? Qual a sua técnica milenar pra botar fogo na parada?

Carvão é um saco

O carvão é o apetrecho mais injustiçado da história do churrasco. Isso porque, a menos que você utilize uma churrasqueira elétrica, a gás, ou queime as cadeiras da sala da sua mãe, você, invariavelmente, precisa de carvão pra fazer um churrasco. O problema é que ninguém se importa com o carvão, a menos que ele falte.

Carvão é coisa séria, parceiro. Você sabia que, nos idos de mil-novecentos-e-vovó-mocinha, usava-se o carvão como combustível para trem? Isso mesmo, o carvão que vai na nossa churrasqueira é capaz de mover um trem. Praticamente uma churrasqueira ambulante. E se ele é capaz de mover um trem, imagina o que ele é capaz de fazer com uma picanha?

Tem indústria que usa carvão pra aquecer seus fornos, tem gente que usa o carvão pra desenhar, e a gente, que não é maquinista, nem metalúrgico e nem artista, mete fogo na parada e bota o carvão mesmo é pra torrar na churrasqueira. Vamos ao mercado, voltamos com o famoso saco de papelão, inserimos as pedrinhas da alegria na churrasqueira, um teco de álcool e pronto: tá feito o inferno na sua churraca e agora é só deitar a sua carne. Sua não, a da vaca, no caso.

Pois é, mas ultimamente, esse carvãozinho no saco de papelão só tem me dado tristeza. Vocês também tem notado como caiu a qualidade do carvão? Pelo menos aqui em são paulo, comprar um carvão bom virou uma atividade dos infernos.

Você vai no mercado e compra as carnes, sal, cerveja e carvão. Sai de lá portando um churrasco inteiro com você. Aí você chega em casa, abre o saco de carvão e percebe que ali tem uma ou outra pedra grande, e o resto é, literalmente, só o pó, uma espécie de farofa de churrasco. E você até consegue acender a churraca com esse pó, mas depois de aceso, basta jogar a maldita farofa de carvão sobre o fogo pra apagá-lo. Mas porque diabos os fabricantes não colocam apenas as pedras grandes no saco? Ora, seus fabricantes, olhem direito para os vossos sacos!!

Pois pode preparar a vinheta das Organizações Tabajara, porque os seus problemas acabaram!! Vou te dar a dica que me deram (sic) e resolver os seus problemas carvorais. Desde que você more em são paulo, claro. Desde que tenha disposição pra se mover até a avenida Tancredo Neves, claro. E desde que tenha 30 cruzeiros nesse bolso furado. Portanto, se você não conseguiu cumprir os 3 requisitos mínimos para continuar lendo este post, lamento, parceiro, mas você vai continuar chorando sangue, suor e cerveja a cada vez que abrir um saco de carvão.

O nome da solução mágica responde ao nome de Carvão Gaúcho. Antes que me pergunte, eu não conheço o Seu Gaúcho, nem sequer sou gaúcho e não tou recebendo nada pra escrever isso aqui, embora agradeceria se o Seu Gaúcho mandasse umas sacas de carvão lá pra casa.

Isso mesmo que você leu: sacas. O Carvão Gaúcho, além de vender nos mercados, açougues e botecos vagabundos Brasil afora, também tem uma loja, cuidadosamente escondida num bairro ruim de São Paulo. E, nessa loja, eles vendem SACAS de carvão. A um preço honestíssimo, que faz valer a pena o perigo de adentrar a região.

E é nesse pequeno parque de diversões do churrasqueiro que você pode ter o prazer de comprar uma saca de 15kg do mais puro carvão, pagando apenas 30 mangos. Ou seja, enquanto o seu Abílio tem coragem de cobrar R$7,00 num saquinho de 2,5kg de um carvão de péssima qualidade, o Seu Gaúcho te olha feio, mas cobra 2 reais o kg. E o mais legal é que o Seu Gaúcho é um cara de visão. Ele separa as pedronas de carvão da farofa, porque ele sabe que a pedreirada nesse mundão de Deus precisa usar alguma coisa pra encher laje, e essa farofa pode muito bem ser usada pra isso. Então, uniu o útil ao agradável e vende um carvão excelente a um preço honestíssimo.

Tá dada a dica. Nem vou dar o endereço, porque o site do Seu Gaúcho é um espetáculo à parte e vale a visita. O site até é bem feitinho, mas tem pequenos detalhes que só um vendedor de carvão é capaz de proporcionar. O endereço da loja está na página "Contato", onde você vai encontrar uma simpática chaminha pegando fogo ao lado do título, e a foto de recepcionista mais mal cortada da história do Photoshop. Deleite-se: www.carvao.com.br.

UPDATE: O nosso amigo André Ogrodoy, que rabisca o conteúdo de sua mente no blog Ogros na Cozinha, mandou uma bela dica para aqueles que gostam de flertar com a gambiarra. Diz ele que aprendeu na argentina. Corre lá pra ver que a dica é boa!