Mostrando postagens com marcador cagada. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cagada. Mostrar todas as postagens

Sob nova direção


Já começo este post no melhor estilo Gato na Grelha, que você já conhece desde os idos de 2009: mentindo. Aqui a coisa funciona assim: a gente mente na cara dura e você que se amalandre pra não cair na nossa conversa.

A parada é que não tem nada aqui sob nova direção. Esta porcaria tem dono e vocês vão ter que me engolir [\zagallo]. Um dono malemolentemente relapso, mas tem um dono.

Isso aqui é praticamente um cachorro de mendigo: tá mal cuidado, tá pulguento, tá com fome, toma chuva e dorme no papelão, mas não larga o dorme-sujo de jeito nenhum. E por muito mais de 10 anos esse pulguento aqui tem perambulado atrás de mim, pedindo um pouco de atenção e um osso de galinha de vez em quando.

Logo, eu e essa casa muito engraçada sem teto e sem nada nos amamos. Aí essa coisa toda de amor escoando pelas ventas me coloca numa situação decerto delicada. Porque eu amo isso aqui.

Aí você, o mais amado dos leitores, vem até aqui e lê as mal colocadas colocações que escrevo sem o menor compromisso com o bom português. Nem com a verdade.

E quando você lê o Gato na Grelha, o Gato na grelha te ama. O cachorro, no caso, é o Gato na Grelha. Gosto de acreditar que tenha exercitado esse seu neurônio malfalado nos ultimos 10 anos e esteja entendendo o meu pensamento.

Só que se eu amo o Gato na Grelha e o Gato na Grelha te ama, eu fico com ciúmes de você.

De você e de outros dois milhões, cento e nove mil, quatrocentos e setenta e cinco outras pessoas. Tomei este susto quando vi as estatísticas do blog nesta linda manhã de domingo. 

O que me coloca numa situaçõa mais delicada ainda.

E pensando em mulheres, dinheiro e iate servir bem pra servir sempre, aliado a um conjunto de fatores tranquilos e favoráveis, me fizeram sentir vontade de despejar meus mais desconexos pensamentos gastronômicos aqui novamente. E aqui estamos de volta.

Antes de entender porque voltamos, seria justo que gente mentirosa como nós aproveitássemos o sublime momento pra  expor alguns fatos. E lá vão eles:

- Eu escrevia aqui com bastante frequencia, porque eu tinha uma vida e uma rotina bastante propícias para isso.

- Só que a minha vida, nem sempre sob meu comando navegou por mares nunca dantes navegados e aí ficou impossível dar andamento a esta nada nobre obra literária.

- Churrasco, pra mim, virou raridade. Escrever sobre churrasco, então... nem em sonho.

Como deve se portar todo mendigo de bem, continuei me alimentando mal e fazendo uso abusivo de álcool e outras substâncias que se encontram à venda em todo boteco porco que se preze.

E o excesso de cerveja vagabunda, torresmo, ovo rosa, bolovo e salsicha à milanesa me deixaram doente.

Doente pra caraio. E essa parte aqui não é mentira não.

Fiquei doente de ficar amigo do enfermeiro da UTI. De saber o número do prontuário de cor. De saber nome de remédio além da Dipirona. De se ferrar grandão.

De fazer um transplante de fígado.

Isso não é mentira. Aqui a gente mente a rodo, mas sempre avisa quando tá mentindo. 

Então este que vos escreve é um ser sem dinheiro, sem moral e que não é dono nem do próprio fígado.

Se você acha que dá pra manter amizade com gente assim, continua aqui. Se não confia e se não continar lendo o Gato na Grelha, meu amigo dono do meu fígado vai puxar o seu pé. Esse cara é parceiro, tipo um anjo da guarda só que ao contrário. 

Ele teve a linda e bondosa idéia de avisar a família que gostaria de doar seus órgãos. Eu tava lá na UTI num estado deplorável precisando de um. Batemos um papo legal, assinamos o DUT e agora ambos partilhamos de um fígado semi-novo.

Talvez em posts anteriores eu tenha falado sobre judiar do figão ou algo do tipo. Eu tava falando do outro fígado, tá? Aquele foi pra universidade ser estudado pelos alunos por algum professor que mostra que não se deve fazer cagada com a própria saúde a ponto de seu fígado parecer um pacote de whiskas sachê.

Eu falo bem do meu fígado semi-novo. Meu amigo aqui tem a vaidade dele, né? Sempre bom dar aquela enaltecida nos amigos. Ainda mais um que salvou a sua vida.

Aproveita e fala pra sua família que você também quer doar esse seu corpinho gostoso. Recomendo doar apenas somente após a morte, ok? Mas não perde a chance de fazer alguma coisa que preste e doa isso tudo aí. Você salva umas 8 vidas e fica todo mundo feliz. Menos você que morreu, mas melhor doar do que deixar pra minhoca comer, ok?

Tá dada a dica. 

Voltando ao ponto, eu dizia que a gente - eu e ele, gostamos de loucas aventuras e de meter a cara no fogo. Tem risco? Tou dentro, é o que diz meu parceiro aqui. Como eu também digo, decidimos juntos que era a hora de retomar a vida de churrasqueiros e preparar muita carne e todo tipo de guloseimas pra você.

Como minha vida acabou virando uma democracia onde eu e ele temos que decidir tudo juntos, nós resolvemos mudar algumas diretrizes aqui nesta espelunca.

Vem comigo que eu te conto:

Ana Maria Braga
Outrora muito sacaneada aqui, não mais será. A partir deste momento, dona Ana vira nossa musa, nossa inspiração, nossa Deusa. 

Primeiro que ela virou uma senhorinha e não fica mais inventando sorvete de creme com picanha na TV. Ela se limita a falar - sem mexer a boca - suas mensagens motivacionais toda manhã. 

"ACORDA ALZARENTO ESCOVA ESSES DENTE SENÃO EU TE CUBRO DE PORRADA". Minha mãe era muito mais eficiente em motivar a rapazeada logo pela manhã, mas a dona Ana tá fazendo o melhor que pode. Merece respeito.

Agora falando sério, eu passei perrengues inomináveis no meu transplante, e sei o que é vencer uma doença. ou enfrentar de peito aberto. E a Ana Maria Braga venceu não um, mas DOIS cânceres. E depois de tudo o que eu passei, não posso não apoiar e respeitar uma lutadora assim. 

Respeito define.

Gatos
A vida, esse jumento desembestado ca gente nas costa é um bicho tão dois que eu, que nunca tinha tido gato, agora tenho um monte. E contando.

O principal e queridão aqui é o Whisky. Um gato absolutamente maluco que protagoniza altas fanfarrices numa casa muito louca. Vocês ouvirão muito falar dele.

A irmã dele é a Tequila. Acho que esses nomes dão uma dica de porque eu fiz um transplante de fígado. Enfim. 

A Tequila é uma gatinha linda, gordinha, manhosa e tagarela. Não é louca como o Whisky, mas é louca de outra maneira. Vocês ouvirão falar dela.

Tem o Gerente, um gato que invadiu a minha oficina e resolveu morar lá. O Gerente é um gato barrigudo, vesgo, rabo curto mas muito simpático. Esse vai ser mais presente, uma vez que ele mora onde fica a churrasqueira e às vezes até dorme dentro dela.

Aí no quintal ainda tem a Luna, a Marina, o Frajola, a Pantera e até bem pouco tempo atrás tinha o Cara de Minhoca, que fugiu e nunca mais voltou. Provavelmente atrás de outro mendigo.

Logo, esse blog passa a flertar com o perigo desgovernadamente. Um blog chamado Gato na Grelha, onde a grelha em si vive cercada de gatos.... não vou continuar hahaha.

Quem quer dinheiro?
Durante o perído de ouro deste blog, eu negava todo e qualquer patrocínio pago. 

Um idiota.

Hoje eu vejo que temos mais de 2 milhões de views e já era pra eu estar rico fazendo churrasco nas ilhas Cayman usando nota de cem pra acender o carvão. Mas eu fui burro e continuo pobre.

Então agora vamos ter sim alguns jabás aqui. No mesmo estilo malemolente e sem valores de sempre: se o produto for ruim, a gente desce o pau. 


E pra finalizar, eu não pretendo reescrever coisas antigas daqui. Mas precisamos - todos - ponderar que isso aqui começou a ser escrito em 2009, e muitas regras de comportamento e respeito ao próximo evoluíram, e vejo isso como uma coisa muito positiva.

Sinceramente, preconceito de nenhuma natureza jamais fez parte da minha personalidade, intenções ou ações. Mas hoje, eu não apenas respeito como também defendo ferrenhamente dfierenças e e minorias.

Na real, não deveríamos ser diferentes ou menores. Tudo igual, feito de carne e osso, fazendo cocô e chupando laranja com barulho. 

Na posição de uma pessoa que teve a vida salva por um fígado que veio de um desconhecido, eu me coloco como a última pessoa do planeta a aceitar qualquer tipo de preconceito. 

Afinal, eu não sei quem foi meu doador. Preto, branco, verde, azul, cis, trans, índio, curintiano? Só sei que ele tinha 74 anos e 1,58m. O resto, a lei dos transplantes protege e eu não sei mais nada.

Só que ele fica aqui sussurando aqui no meu ouvido.

Que ele ficou sussurando que era pra eu voltar aqui e desperdiçar o meu mau portugês (com U mesmo) mais uma vez e retomar aquela comunidade tão divertida que criamos. 

Mas tudo com muito, muito respeito.

Doe seus órgãos. E leia o Gato na Grelha :-)

Sejam bem vindos de volta a este antro da pior gastronomia que você vai querer praticar hoje.

É verdade esse bilete.

Drops de Churrasco - Ed. 6

Como bem diria o intrépido herói chapolim colorado, sigam-me os bons em mais uma versão do seu periódico churrasquístico, criado exatamente para distrair essa sua mente lépida em mais um dia cinza, nublado e batendo índices olímpicos de poluição. Aí o mais distante leitor imediatamente retruca: Mas qual nada, amigo blogueiro, que piada! Se escreves sob a névoa da fuligem do caminhão, saiba que de minha janela observo um tuiuiú, dois suricatos e um berbigão. No que o blogueiro, como num repente emenda: Amigo leitor, amante da brasa e do calor, churrasqueiro de Bagé, se tua cidade não é poluída, tenho certeza de que tua mente o é.

E assim vamos adiante, mostrando que nem só de carne e carvão vive um churrasqueiro. A gente também entede de rima ruim.

Picanha com sorvete
E por falar em ruim, te prepara que essa receita é simplesmente de embrulhar o estômago. Sabe aquela história de que a primeira impressão é a que fica? Pois é, o cidadão em questão começou mal, e conseguiu terminar ainda pior. Sente o drama:
Minha esposa hoje me acordou, dizendo que havia recebido um spam de um tal site de churrasco. Pô, spam é mancada, mas fiquei curioso, peguei o computador e comecei a navegar. Nada de muito especial, mas bastante didático, vídeos bem feitinhos e tal, até que... De repente eu me deparo com uma daquelas lambanças gastronômicas tão bizarras, mas tão bizarras, que eu perdi o apetite. Coisa de gente grande, de deixar a farofa de bacon com maçã da ana maria braga parecer normal. Tudo começou com uma picanha. O camarada fatiou a picanha, colocou na grelha com sal grosso, virou, tirou no ponto certo e picotou. Pronto, pensei eu, agora é só comer. Que nada, o nosso querido "gourmet" achou que ainda podia ficar melhor e inventou a "picanha com sorvete". Veja a foto ao lado e tire suas próprias conclusões. Não vou dar o link e nem o nome do cidadão que estragou uma picanha e uma taça de sorvete. Use o google, você não vai errar. Pra fazer uma lambança dessas, só tem um.


Carvão São José é 10!
Gosto muito de empresa séria, e quando me deparo com alguém que preste um serviço bacana, não posso deixar de falar aqui.
Semanas atrás, comprei um saco de 4kg de carvão São José pra receber uma galerinha em casa.
Ao virar o saco de carvão dentro da minha churraca, ouço um barulhão seco, "POW". Gente, carvão não faz pow, certo? Pois é, no meio do carvão, havia um pedaço considerável de tijolo. Fiquei bastante decepcionado, pois num saco de 4Kg, havia um tijolo de 1Kg. Guardei a embalagem e o tijolo, imaginando a chateação que teria posteriormente com suporte, 0800 e outras mazelas do atendimento ao consumidor neste país lindo de gente honesta.
Aí começa uma verdadeira saga do atendimento, um épico do suporte, orgulho do PROCON.
Precisamente às 11:47 do dia 30 de julho, enviei um e-mail ao site deles, sem me apresentar como blogueiro nem nada. Apenas relatando o acontecido. Antes que eu pudesse dizer Paranapiacaba não tem otorrinolaringologista, e sei lá porque eu diria isso, meu e-mail foi respondido às 12:17. E não era nenhuma respostinha automática, não. Era a solução do problema, sem delongas, sem xurumelas. Mais rápida que um 747, a atendente Vanessa, o Ayrton Senna do churrasco, me solicitava o endereço de casa e explicava rapidamente que o tijolo pode se desprender das paredes do forno, enfim. Às 12:27, enviei o endereço, agradeci a explicação e fiquei feliz com os dois sacos de 4kg de carvão que me foram ofertados pela atendente.
Fui almoçar. Ao voltar da esbórnia alimentícia a que me submeti, recebo mais um e-mail da eficiente Vanessa, o Usain Bolt das carvoarias, enviado às 14:46, me perguntando se haveria alguém em casa, pois eles gostariam de realizar a entrega ainda naquele dia. Nesse momento comecei a procurar o ET no meu guarda-roupa, porque não existe atendimento como esse neste planeta. Cadê a musiquinha? Porque não questionaram nada? Não perguntaram nem o tamanho do tijolo? Nem meu CPF, RG, tamanho do sapato, nada??? Esquisito....
Enquanto me questionava porque diabos não havia mafagafinhos salvaguardados em araçariguama, eis que o veloz motorista do Carvão São José posiciona o MIG 29 no estacionamento de visitantes do meu prédio e me entrega 8Kg do mais puro e belo carvão, precisamente às 15:30. Ou seja: em menos de 4 horas, meu problema foi solucionado com uma eficiência inacreditável. Por isso estas palavras são o meu mais sincero agradecimento ao carvão mais rápido do oeste: Carvão São José, muito obrigado!


O que vem por aí?
Tenho várias receitas maneiras aqui na manga, pena que não tenho como publicar tudo de uma vez. Num dia de fúria, mandei pra churraca 5,5kg de costelão. Só que convidei apenas 6 pessoas para apreciar tal iguaria, que sobrou aos montes. No dia seguinte, foi transformada numa maravilhosa Vaca Atolada. Não sabe do que se trata? Olhe a foto à sua esquerda e aguarde a receita, amigo.
Já comeu frango de televisão de cachorro? Aquele, que fica na padaria, rodando no forno engordurado, que parece nojento, mas todo mundo come? Pois é, inventei uma traquitana (mais uma gambiarra.. não sei como a minha esposa ainda me suporta), para que possamos realizar tal experimento na nossa própria cozinha. Tenho fotos e tudo mais!
Semana que vem, teremos uma promoção maneiríssima aqui no blog. Pode começar a aquecer esse cabeção aí, que o prêmio é muito bom (sim, o prêmio é de comer), mas você vai ter que gastar muito neurônio para colocar os seus dentes no prêmio que vamos dar. Aliás, não é apenas um prêmio. Serão 3 felizes ganhadores, fiquem atentos!!

Drops de Churrasco - Ed. 3

Tá notando alguma coisa diferente por aqui? Cadê aquele fundo bege feioso? Porque a barra de navegação mudou de lado? E esse menu aqui em cima? E essa vaca-desenho com olhar fixo? Me dá um pedaço desse filé no alho?
Pois é, caro leitor, amigo churrasqueiro de tantas aventuras. Foi-se o tempo em que esse blog era um boteco sujo e mal frequentado. Agora ele é um boteco sujo e mal frequentado, mas pelo menos eu passei um photoshop nele pra parecer melhorzinho. Gostou do novo layout? Espero que sim, porque isso deu um baita trabalho e eu não pretendo mexer nele tão cedo. Sinta-se em casa, o gato continua deitado na grelha, mas agora, de roupa nova.

Vamos ao que interessa, os drops dessa semana:

E aí eu fui visitar uma cliente na semana passada. E alguns dos meus clientes sabem da existência desse blog. E lêem, e depois dão risada comigo. Normal. Mas essa cliente, em especial, fez um comentário que me deixou com a pulga atrás da horta. Ela me falou assim: "Sabe, esses dias eu tava pensando no nome do seu blog. Às vezes eu acho que ele tem um nome meio de filme pornô..". Cacildis, diria o trapalhão fanfarrão. Nunca, nunca tinha pensado nisso. Será que as pessoas entendem o fato de deitar o gato na grelha como posicionar um cara bonito sobre garota para ato libidinoso? Não, gente, pelamordedeus. A expressão "deitar o gato na grelha" é apenas um convite mais informal para um churrasco, uma expressão que eu sempre usei, muito antes de começar o blog.
- Ô malandro, bora lá deitar um gato na grelha lá de casa?
- Demorô.
Simples assim, uai. Mas achei engraçado, de qualquer maneira.

E tá passando essa copa na África aí, e me lembrei de uma história que eu ouvi. Uma prima e o marido dela foram pra África no começo desse ano, e particiaram de alguns churrascos lá. Disseram que se come muito bem por lá, eles fazem o churrasco sobre ripas de madeira, o que fica mega bom, mas tem um costume que achei bastante bizarro. Lá não tem dessas, que todo mundo compartilha comida e tal, como fazemos aqui. Funciona assim, tem um cara que é o churrasqueiro (como aqui, ok), e cada um leva a sua carne, entrega pro churrasqueiro e fica esperando. Aí o cara prepara a sua carne e serve a você. Prepara a carne do vizinho e serve a ele. Ou seja, se você levar lnguiça (kkk), só vai comer linguiça, mas se levar costela, só vai comer costela. Bem esquisito, não acham? Po, uma das coisas mais bacanas do churrasco é a coisa de compartilhar a comida, um lance meio instinto animal. Fora que o churrasqueiro se dá mal, porque não pode ficar roubando pedacinhos de carne. Só se ele levar a dele :-(

No post anterior, eu escrevi "merda". Um palavrão. Mas que puta cara mal-educado que eu sou. Enfim, isso te ofendeu? Espero que não tenha a sensibilidade de uma fada-madrinha, uma branca de neve ou um pokemon pouco evoluído, a ponto de achar que eu devo economizar palavras por aqui. Pois é, mas essa semana eu fui repreendido. Mais do que isso, fui reprovado. Explico: existem sites que são agregadores de links, ou seja, o site em si não tem conteúdo nenhum, mas blogs diversos enviam seus conteúdos pra lá. Pro cara, é uma maneira de ter conteúdo, encher aquela porcaria de propaganda e fazer a roda dele girar. Pros blogs, é uma maneira de atrair algumas visitas. Não acho um modelo muito bacana, mas essa semana resolvi enviar um post meu pra um destes agregadores de conteúdo. Mandei o link do último post, da picanha invertida. Pois não é que o post foi reprovado? Motivo: conteúdo de baixo calão.
O cidadão não se deu ao trabalho de ler o contexto do post, e entender porque eu escrevi "merda" ali. Inconformado com a breguice do cara que não tem conteúdo, resolvi mandar um e-mail pra ele, pedindo educadamente que lesse o post e entendesse que eu não estava ali xingando ninguém, nem mandando um palavrão da janela de casa. Tinha um contexto poético (kkk). A resposta dele foi bastante vaga e contendo algo como "eu já fiz teatro e bla bla bla, mas seu post tá reprovado". No final, desisti e me deixa aqui feliz com toda a pouca educação que a minha mãe me deu. Ou deveria ter dado. Quer saber? Amigô, tô cagando pra você e pro seu agregador de conteúdo alheio. #prontofalei.

É isso aí, pe-pessoal. Espero que tenham gostado do novo layout. Críticas, sugestões e doações em milhões de dólares para o e-mail danielwalterrodrigues@gmail.com

Nome aos bois - parte 1

Eu queria muito saber quem foi o primeiro camarada que abriu o primeiro boi e saiu dando nome pra tudo o que ele encontrou lá dentro. Sério.

Afinal, caro leitor, vamos combinar que os nomes das carnes são de uma fanfarrice ímpar. Sujeito controverso, este. Controverso, no sentido da antagonia da sua própria fanfarrice, seja lá o que isso signifique. Controverso porque ele encheu a cara, abriu o boi e deu nomes esdrúxulos e bizarros pras carnes, mas o inusitado se fez presente, e aí todo mundo acreditou no que ele tava dizendo, e os nomes continuam sendo falados nos açougues desse nosso Brasil varonil afora, comprovando a controvérsia da coisa. Controverso, côncavo e convexo. Ou não.

Sério, eu queria muito bater 15 minutos de conversa com esse cara, que abriu o primeiro boi e mandou logo um "Caracas, tem um pato aqui dentro. Tem um lagarto, também. Ou seria um tatu? E tem uma agulha, e um cupim, e um peixinho, uma fralda e uma raquete!!! Maneiro!".

Sigamos adiante.

Aí eu me lembro que meu nome é Daniel Walter, e quem um cara que tem dois nomes tão diferentes pensa que é pra questionar uma peça de carne de BOI que chama LAGARTO? Logo depois eu me lembro que a isso se deve o fato de Walter ser sobrenome, e não nome, e me dou conta da sorte que tenho de ter nascido homem, porque a minha irmã se chama Monica Walter, e minha prima Carol ganhou na escola o apelido de CaWalter durante o duro e cruel período da adolescência. Me lembro também que o sobrenome Walter é de origem germânica, e, definitivamente alemão não é um povo bom pra dar nome às coisas, taí a Volkswagen pra provar. Então, mais uma vez, me lembro da sorte que tenho da minha mãe ter me dado o simples e comum nome de Daniel e abdicado da criatividade chucrútica impregnada na nossa corrente cromossômica. Eu poderia tar matando, eu poderia tar roubando, eu poderia me chamar Hans, Wolfgang ou Fritz, e isso seria bastante ruim. Mas isso me faz lembrar de que a minha avó não teve esse ato de bondade e deu o nome de Gudrun pra minha mãe. Mas a grande sacanagem é que a minha avó se chamava Joanna, o que mostra que a nossa família, geração sim, geração não, sacaneia os filhos com nome de cerveja. Mas eu não passei adiante, meus filhos são Júlia e Rodrigo.

Cada coisa que eu tou me lembrando hoje. Sigamos com a história.

Já que é pra lembrar, lembrei de mais uma, e quando a gente fala de nomes de coisas, tem uma pessoa que é imbatível, uma autoridade no quesito nomes-bizarros-pra-coisas. Estamos falando da Baby do Brasil.

capa de disco com peitola de fora, colar de talheres,
pintura de índio e bebê mamando: é disso que eu tou falando.

Primeiro porque a Baby do Brasil se lançou na carreira artística sob o nome de Baby Consuelo, mesmo se chamando Bernardete Dinorah. O que, por si só, já nos mostra que estamos tratando de uma pessoa dotada de altos índices de noção.

Em determinado momento da carreira, Baby Consuelo achou que algo ia mal, e que era a hora de dar uma mudada nesse nome. E aí, quando todo mundo pensava que ela ia trocar o Baby por Juliana, Alessandra, Fernanda ou algo do tipo... ela tira o Consuelo e põe Do Brasil.

ééééééééé......   do brasilllllll!!!!!!!!!!!!!

Baby do Brasil é o tipo de pessoa que chamaria um pedaço de carne de raquete. Vai por mim.

Mas isso não é tudo, nossa feliz colaboradora não terminou por aí. Preocupada em perpetuar o seu legado de criatividade e alegria na arte de nomear pessoas, Baby do Brasil se uniu ao seu guitarrista pepeu gomes, copulou e se reproduziu, daí a capa do disco. Hippies e bebês foram feitos um pro outro. Assim nasceram pessoas da mais fina elegância, gente que merece o nosso respeito pelo simples fato de ter respondido chamada durante a vida escolar sob a alcunha de "Riroca", "Zabelê", "Nana Shara", "Pedro Baby", entre outras pérolas.

E isso não é apelido. É nome. Cidadão chamava Pedro Baby. Envelhecia, tinha filhos, ganhava profissão, e continuava chamando Pedro Baby. Você contrataria um advogado chamado Pedro Baby? Como você se sentiria ao ouvir "boa tarde, passageiros, aqui é o comandante Pedro Baby, estamos viajando a 8.000 pés sobre o oceano pacífico e..."?

Enfim, aí a Riroca, revoltada, atingiu a maioridade e correu para o cartório mais próximo da sua residência, embuída da missão de se livrar desse nome mezzo doce do interior, mezzo apelido de vó. E assim procedeu, trocando o nome Riroca por... Sara Sheeva.

SARA. SHEEVA.

Isso, assim se faz as coisas com perspicácia e sapiência. Trocando um nome ridículo por um nome feio. É como se o Patinho, infeliz com o nome que o tiozão que abriu o boi lhe deu, corresse no cartório pra mudar o nome de Patinho pra Roda Gigante. Ou Abajour. Ou Alfazema, ou abacaxi, ou berinjela.

Bom. Muito bom.

Muito bom que não foi a baby do brasil, nem a riroca baby que deram o nome às carnes.

Enfim, agora que todo mundo já tá curioso, eu aproveito pra contar que isso não é um post, é uma série, e aos poucos eu pretendo pesquisar sobre os nomes divertidos das nossas carnes, e contar aqui, uma a uma. Leitores cultos e letrados são muito bem vindos nessa epopéia em busca da arca perdida do que bebeu o fanfarrão que abriu o primeiro boi e deu os primeiros nomes às peças.
Uma dica importante: Se você está grávida (o) e ainda não decidiu que nome dar a seu rebento, recomendo veementemente que mantenha toda a distância possível deste post. Tememos que más idéias impregnem a sua mente e façam uma criança infeliz por toda a sua existência. Grato.

Risoto de camarão: Quando o cozinheiro quebra a cara

A casa caiu, negada. Fiz merda, pisei no tomate, peidei na farofa e dei bola fora. Tudo na mesma hora. Engoli seco e só não chorei de vergonha. Senão tinha chorado.

Ao complacente leitor, peço encarecidamente que amoleça esse seu truculento coração, e me permita compartilhar o momento de profunda tristeza à qual sucumbi no final de semana último. No domingo, Dia dos Pais. Sente o drama...


- fica tranquilo, dotô... nosso manobrista é dez, pode confiar!

Eu sou casado. Logo, nesse dia, preciso cumprir duas obrigações de filho, uma com o meu pai, e outra com o meu sogro. No mundo ideal, eu passaria o dia com o meu pai, e a patroa com o pai dela. Mas como o mundo ideal é um negócio que só existe no filme do harry potter, a gente sabe que se fizer isso vai chatear papai pela ausência da patroa, e vai chatear o sogrão pela minha ausência. O que, aliás, seria uma sacanagem, já que os dois são pessoas da mais absoluta bacanice.

Diante disso, ficou combinado que almoçaríamos com o sogrão, e jantaríamos com o meu pai. Para o sogrão, restaurante. Para o papai, eu faria a janta.

Durante o almoço, tudo perfeito. Almocinho na beira da represa, solzinho na cabeça, cervejinha na cara e tudo transcorria normalmente. A sogra pediu uma picanha no rechaud, e o destino me colocou na ponta da mesa, para que ficasse com a incumbência de preparar a iguaria. Assim procedi, até que me toca o telefone. Era a Monica, minha irmã:

ela: - e ae fii, belez?
eu: - e ae monication, firme?
ela: - então, o pai tá aqui comigo num churrasco na casa do sogro.
eu: - fudeu.
ela: - cuméquié?
eu: - nadanão.
ela: - e eu vou jantar na sua casa também.
eu: - fechô.

Então, caro leitor, é nesse momento que você descobre como funcionam as coisas e pensa: Assim acontece a merda. Eu teria que fazer uma receita de panela, e não um churrasco. Afinal, não poderia oferecer um churrasco a um pessoal que veio de outro churrasco. Não poderia fazer uma carne de panela, como a rabada, pra um pessoal que tava se empanturrando há pouco tempo atrás. Ou seja, eu teria que pensar numa comida leve, que não fosse carne. Aí que a porca torce o rabo, a pata traseira e um pedaço da orelha esquerda.

Papai não viria sozinho. Papai viria com Dona Ivette, a nonna. Se você não sabe o que significa isso, eu vou te contar: Essa senhora, que me atende pela alcunha de VOVÓ, e por isso torna-se automaticamente mãe do meu pai, é a maior especialidade de toda a humanidade nos assuntos gastronômicos. De todos os tempos, de todos os países, de todas as avós, de toda a galáxia!!!!! Foi a Dona Ivette, com sua culinária Divina, que me ensinou a gostar de comer, e a absoluta destreza dessa senhora para com as panelas e outros instrumentos culinários transcende o conhecimento humano. Isso ficou claro? Ficou? Entendeu o tamanho da bucha que eu tinha nas mãos?

Até aquele momento, estava tudo sob controle. Eu faria um churrasco com boas carnes bem preparadas e tudo ok. Eu sei que faço isso bem, e o mais importante: Dona Ivette não faz churrasco. Portanto, jamais passaria pela cabeça dela a frase "eu faço melhor". Ou seja: a situação era minha, e o universo conspirava a meu favor, como diria a mãe dinah. Mas bateu um vento errado, o universo conspirou contra, e a coisa toda se inverteu.

Voltei pra casa tarde, precisando correr contra o tempo pra fazer alguma receita legal, executando com perfeição e em tempo recorde. Recorrendo à minha fraca memória, optei pelo risoto de camarão, que já foi postado aqui. Comecei os preparativos, e o que posto aqui servirá de lição aos que se interessarem em fazer esta receita.

Comprei 1kg de camarão pequeno e limpo, e, como manda a receita, joguei num pote com caldo de limão. Aí aconteceu o meu primeiro, e maior erro: eu, no desespero de preparar aquele troço logo, não dei atenção à quantidade de limão. Digamos que eu deveria ter colocado o caldo de 2 limões, e eu coloquei uns 6.

Na sequencia, deitei a cebola na tábua pra picotar. Isto findo, algum pensamento leviano da minha mente impura me convenceu de que eu precisava de mais uma cebola. Por algum motivo inexplicável, me deixei levar pela minha própria pegadinha e picotei mais uma cebola.

Na hora do refogado, aquilo já me pareceu demais, mas ainda assim não dei ouvidos à parte sã da minha mente e meti todo mundo na panela.

A receita transcorreu bem até o finalzinho, quando se precisa depositar o queijo parmesão. Que queijo parmesão? O queijo parmesão, oras... Eu havia esquecido o queijo, e não havia mais tempo pra comprar. A família, incluindo a Deusa das panelas, minha vó, estava ansiosa aguardando o risoto do Daniel, cuja fama já havia percorrido seus ouvidos. Maldição, vamos sem o queijo mesmo.

Servi à mesa, a família fez os seus pratos salivando, fizemos um brinde e primeira garfada... detestei. O que eu poderia ter errado ali?

Descobri, e vou te contar, mas não conta pra ninguém: Sabe porque o camarão deve ficar no limão, mesmo sabendo que vamos jogar o caldo fora e só o crustáceo entra na receita? Porque o sabor do limão penetra na carne do camarãozinho, e se você fizer isso com comedimento, vai deixar o seu risoto com um azedinho de fundo que fica uma delícia. Mas o animal que vos escreve exagerou no limão, e o azedinho virou um azedão. Se tivesse açúcar, dava pra fazer uma caipirinha com aquele camarão. E esse azedume todo matou completamente o sabor do camarão, do cogumelo, do tomate, de tudo mundo. Praticamente uma gangue de limões assassinos aniquilando todas as iguarias que eu coloquei naquela panela. A isso some-se uma quantidade desmedida, completamente desnecessária de cebola e temos aí um risoto de limão e cebola, quando deveríamos ter um saboroso risoto de camarão.

Vovó disse que estava bom. Eu não acreditei. Acho que nem ela.

Agora, só me resta aguardar o momento certo, pra fazer uma receita perfeita pra ela, e desfazer essa imagem ruim.

Imagem essa, que só não ficou desacreditada porque vovó experimentou o meu sanduíche de pernil, cuja receita (ainda) não está neste blog, e elevou o pernil à estratosfera da produção gastronômica, com toda a humildade e modéstia que este escriba pode ter. Aguardem que eu ainda posto essa receita, ok?

Vovó... você me perdoa?

Especial Churrasqueiras: a churraquinha de papel

Sabe quando você tá fazendo alguma coisa com a certeza de que não tem chance nenhuma daquilo dar certo, mas ainda assim continua? Vai vendo...

Este post é a prova concreta de que Deus errou ao nos dar o livre arbítrio, porque com ele, cometemos este tipo de cagada. Se fôssemos todos condicionados como as crianças no The Wall (Pink Floyd, fantástico, tá tocando agora) a gente fazia tudo do jeito pré-programado e o livre arbítrio não nos levaria a inventar moda. Se você já leu o título desse post, e eu gosto de acreditar que leu, certamente pensou "esse aí fez merda". E você, astuto leitor, encontra-se coberto da mais pura e cremosa razão. Fiz merda. 

Conhece o que é uma situação FAIL? É quando as coisas dão errado por pura e simples cagada. O vídeo abaixo é um ótimo exemplo:


Estava eu caminhando e cantando e seguindo a canção pelos supermercados da vida quando me deparo com esta maravilha da preguiça moderna: a churrasqueira descartável. É, isso mesmo, uma churrasqueirinha pequena, de papelão. Li rapidamente a embalagem, e já pensei na fanfarrice que seria fazer um churrasco com isso. O preço, menos de 5 reais, não me deixava outra opção, eu TINHA que levar esse brinquedo pra casa. E assim procedi.

Chegando em casa, bora fazer uma análise mais detalhada na invenção. A embalagem é bonitinha, fotos bem feitas.. mas o redator que escreveu os textos da embalagem é um pândego. "Perfeita para camping", "prática", "ecológica", coisas normais que publicitário adora escrever. Mas um dizer me chamou a atenção: "Cuidado, pois o calor é imenso". Assim mesmo, imenso. Chegou a dar um frio na espinha. Então me dei conta de que ali não tinha apenas a churraca, mas também carvão, acendedor, fósforos, 4 pratos, 4 facas, 4 garfos, 4 guardanapos, espetos, sal e pimenta. Calcula, Ivette, como diria o meu avô. Uma embalagenzinha pequena, R$4,95 e tinha um churrasco inteiro lá dentro. Faltava só a carne. 

Os acessórios. Vê se dá pra comer com esse grafo.
Mil e uma utilidades: Churrasqueirinha pra sequestro-relâmpago.
Basta deixar uma dessas sempre no porta-malas do seu carro. Quando o bandido te abordar, basta entregar o seu cartão do banco com a senha pra ele e se recolher ao porta-malas, local destinado à vítima em tal situação. Tudo o que você precisa fazer é pedir ao ladrão que passe num açougue pra comprar um bifinho, já que ele tá com o seu cartão mesmo. Tem sequestros-relâmpago que duram horas, você arruma alguma coisa pra fazer no porta-malas enquanto o safado dilacera a sua conta bancária, e um churrasquinho ainda ajuda a relaxar a tensão um pouco. Taí a dica, fabricante. 

Bom, abri a embalagem e não parava de sair coisa de lá de dentro. Tava tudo quaaase certinho. Não encontrei o tal acendedor. Ok, sem problemas. Tinha um tubo branco, aberto e vazio lá dentro, parecido com um tubo de acetona. Não constava no manual, joguei fora. 

A montagem foi mamão com açúcar. Não precisa nem ler o manual. Junta as duas laterais, mete o araminho no meio e ela tá de pé. O carvão vem numa bandeja daquelas de alumínio, de marmita, e você posiciona sobre o araminho com marmita e tudo. E no alto você encaixa a grelha. Po, bico, né?

Ela é pequeninha, compara com o tamanho da lata.

Como gato escaldado tem medo de água benta, eu imaginei que a chance disso ser sem-vergonha era imensa, e preparei alguns espetinhos que saem bem rápido e não tem risco de torrar, já que o calor seria imeeeeensoooo.

Beleza, sem acendedor, taquei um pouquinho de álcool gel e usei a primeira parte do produto: o fósforo. Funcionou, sem sustos, acendeu direitinho. Taquei a grelha em cima e bora esperar um tiquinho pra ver se pegou. Pegou rápido. 

Pó falá: puta espeto bunitu, nénão?

Começo a achar que o redator tinha razão, o calor é considerável mesmo no começo do churrasco. As paredes de papelão são forradas por dentro com papel alumínio, e a bandeja do carvão tb é de alumínio. Ou seja, qualquer calor gerado ali não tem pra onde dispersar, e sobe pra grelha e esquenta pra dedéu. Inteligente, não?

Deitei os espetos. De repente subiu uma chaminha na carne, e eu tirei ela dali, como se faz quando sobe chama. Provavelmente pingou uma gordurinha e acendeu, pensei eu. Ledo engano. A chama subiu, subiu e virou uma labareda. Senti que o churrasco tinha grandes chances de acabar mais cedo.

Rescaldo de incêndio

Aí eu matei a charada: o acendedor tava lá sim. mas olha que idéia genial!! O acendedor tava no meio do carvão, por isso eu não vi, embora tenha mexido bastante no meio dele à procura do mesmo. Deixa eu dar uma dica, seu fabricante: Eu não preciso de um tubo de acetona vazio, mas se o senhor puder mandar o acendedor separado da próxima vez, vai ser bem legal. Se fosse um acendedor normal, tava valendo. Mas não, era um acendedor grande. Aí não tem jeito: era matar formiga com tiro de canhão.  Mesmo se eu tivesse posicionado ele direitinho e não tivesse usado álcool ia levantar labareda.

Mil e uma utilidades: Churrasqueira de primeiros socorros pra Lost.
Quando o pessoal do Lost caiu de avião na ilha, eles se lascaram pra conseguir fazer fogo. Fez bolha na mão, o véio gordinho teve que esfregar pauzinho durante um tempão.. Imagina se tivesse uma dessas embaixo de cada poltrona? O Sawyer ia roubar todas pra ele, enterrar, esconder e depois trocar tudo por favores sexuais da garota sardenta gatinha. Além disso, eles poderiam chamar o pessoal da Iniciativa Dharma pra um churras de confraternização e evitar a maior treta com Os Outros. Ah, e ela também faz uma fumaça sinistra.

Então veio o pior. Um horrível cheiro de coisa química queimando. O acendedor, além de estar genialmente posicionado no meio do carvão devia ter uma embalagem, que derreteu e ficou fedendo a plástico. Comer carne assada assim te leva pro hospital na hora. E vai explicar pro doutor que você tá passando mal porque comeu carne de churrasqueira de papel. Tá na lama.

Olha a proporção descomunal do tamanho do acendedor em razão da
quantidade de carvão e o tamanho da churraca. É acender e correr!

Foi o fim do churrasco. Mandei um copo d'água lá dentro e acabei com a brincadeira. Como não sou bobo nem nada, tinha um saco de carvão na manga, acendi a churraca de verdade e terminei os espetinhos. Que estavam uma delícia, por sinal.

Assim que esfriou, desmontei a grelha, joguei fora as partes queimadas e dei a estrutura de papelão pro meu filhinho brincar de churrasco no quarto dele. O moleque ficou feliz, valeu os R$4,95.

Obs1: Não tive coragem de usar a pimenta, temperei os espetos normalmente. Eu já não gosto muito de pimenta, e achei que aquela ali poderia ser xumbrega demais.

Obs2: Achei o site do fabricante, os caras têm também um forno de pizza de papel, que deve ser outra fanfarrice da criatividade humana. Maldito departamento de marketing.

Obs3: Tem um cara no mercado livre vendendo a churraquinha por R$19,95. Picareeeeta... Po, cumpadi. Onde que você acha que isso aí vale vinte mangos?

Obs4: Visite o FailBlog e comprometa os músculos da sua cara de tanto rir. Ana maria braga, recomendo cuidado com o botox. Ah, o vídeo da comemoração do gol saiu de lá.

Avaliação final: Olha, não deu pra fazer um churras, não. Então, enquanto churrasqueira, ela é inútil. Mas custou muito barato e virou brinquedo do meu filho. Valeu o investimento. Claro que eu não vou mais gastar dinheiro com esse treco, mas eu acho que se comprasse outra, descartaria o acendedor nuclear que veio nela, e aí eu acho que daria pra fazer um churrasco sim. Mas eu chamusquei a sombrancelha e magoei: não arrisco mais.

Pimenta no cupim dos outros é refresco

Ok, esse post não trata sobre pimenta, mas o título ficou bacana e é assim que vai ficar. Afinal, isso não é uma democracia. Na verdade, nunca passei tanto tempo pensando no título de um post. O meu senso de putaria me gritava que eu deveria fazer algum trocadilho com a palavra CUpim (sacou, hã?). Mas meu bom senso me lembrava que o CUpim, no caso, era o meu, e qualquer trocadilho poderia pegar mal pro meu lado. Acabou ficando assim mesmo, tem a coisa dos OUTROS, fica meio Lost, legal. gostei.
Findas as questões filosóficas envolvendo partes obscuras de outrém, vamos ao assunto que nos trouxe aqui: é com muito pesar que o autor deste blog vem lhes comunicar que falhou. Sim, caros amigos. O cupim deste final de semana ficou um lixo, que eu não serviria nem pro carinha das batidas. Tá, pra ele eu servia, mas pra mais ninguém.
Eu já queria escrever aqui sobre o cupim, que é uma delícia de carne, requer uma churraca responsa e um tanto de capricho e paciência. E eu SEI fazer a porra do cupim, eu JÁ acertei váááárias vezes, e eu JÁ ganhei vários elogios por isso. Mas dessa vez tomei a vaia. Mas então, porque eu vou escrever logo sobre o cupim que eu errei?
O que acontece é que eu gosto de fotografar os processos de preparação das carnes, e nos churrascos anteriores eu acabei deixando isso pra lá. Então, nesta sexta feira, comprei um cupim especialmente pensando em vocês, preparei a máquina fotográfica e registrei todos os passos.
O bom dessa história é que eu sei exatamente onde eu errei, e posso colocar a receita aqui, que vocês vão acertar. Além disso, este blog está comprometido com a verdade, e se a gente erra, a gente dá a cara pra bater. E aí, vai encarar? Então vamos lá.
Falando em cupim e todos os trocadilhos que esse nome sugere, eu queria muito bater um papo com o primeiro carinha que dechavou o primeiro boi. Ele mesmo, o cara que inventou de cortar o boi todo recortadinho como conhecemos. Sim, o camarada que inventou de ficar dando nomes de bichinhos e coisas engraçadinhas no diminutivo pras carnes. Patinho, lagarto, fraldinha, maminha, um monte de nomes bizarros que não dizem nada e faz com que nós, pessoas maduras e sensatas, passemos vergonha no supermercado. 
Mas no cupim ele acertou. Vamos dar um pulinho no Google pra iluminar o vácuo de vossas mentes:
O 'Cupim' é um tipo de corte da carne bovina, mais especificamente o gado Nelore. Está localizado na parte dianteira do animal, precisamente atrás do pescoço , e de igual maneira representa 3,29% do dianteiro. É uma carne macia entremeadas de gordura.
tá vendo ali, em cima das costas? é o cupim! Belos chifres, parceiro!
Tá, mas o que isso tem a ver com o cupim, bicho que come madeira? Aparentemente nada! Mas veja só isso aqui: 
Taí. Esse treco de barro aí é a casa do cupim. E tem um desse nas costas do boi, só que é de carne.
Pronto. Esse trecão aí chama Cupim, e é a casa do.. Cupim! Show! Pelo menos se parece com o lance das costas do Nelore. 
Mas... e como prepara o tal cupim? Bom, vou separar isso em dois posts, porque aqui eu já falei demais. E tem a coisa do google, a gente precisa separar todos os assuntos direitinho. Ah, um dia eu explico isso. Vamos à receita no próximo post.