Mas não. Os leitores, sempre tão prestativos e colaborativos desta espelunca não quiseram tirar seus gatos de cima do telhado, se acovardaram e fizeram do seu medo e reclusão a síntese do fracasso desta série. Confesso que também não escrevi as minhas, e por isso ajudei a naufragar mais um capítulo deste malfadado blog.
E, como série boa é série morta, entenda este post como a pá de cal que chafurda esse fracasso no limbo da eternidade. Morando na terra dos pés-juntos, de cabelo deitado e comendo grama pela raíz, esta série dá o último suspiro e ainda resume, em tópicos, algumas histórias. Vamos lá:
1 - Ladrão de churrasco
A leitora Josi Stanger corajosamente me mandou a história do Serjão, o vizinho ladrão. Sente o drama: A família dela mandou um churrasco daqueles tipo lambança: carne, caipirinha, acompanhamentos, tudo muito bom e em quantidades acima do necessário. Gente que sabe das coisas. Acontece que a maratona gastronômica botou a família pra dormir, enquanto um espeto permaneceu na churraca, ainda com carne. Quando todo mundo acordou, deu-se o EPA: o espeto sumira. Algumas semanas depois, aparece o Serjão, o safado pimpão, com o espeto na mão, com um papo mole de que achou o espeto no terreno baldio, e culpando o cachorro do outro vizinho. Mas ele se esqueceu de um detalhe, o espeto não tinha nome e endereço, e como saberia o Serjão a procedência do mesmo? Abre o olho com a vizinhança, Josi...
Diante dos fúnebres fatos a que acometeu esta série, abro o coração pra contar, resumidamente, peripécias que o álcool já me proporcionou durante os churrascos que os 32 verões deste escriba testemunharam. Senta que lá vem a história:
2 - Não entre num churrasco chutando o cachorro.
Vocês precisam conhecer o Caetanão. Bom, confesso que vai ser difícil, porque o Caetanão mora hoje em Detroit, que fica meio longe. Mas foi justamente no churrasco de despedida do Caetanão que eu vi a coisa mais sem-noção que um cidadão pode fazer num churrasco. Imagina a cena: churrasco de prédio, ou seja, a área da churrasqueira é meio que afastada do resto do condomínio. Estávamos todos lá, alegremente bebendo, comendo e celebrando a ida do nosso enfurecível amigo para a terra do Tio Sam.
Enfurecível, porque Caetanão é um cara de pavio bem curto. Diria que Caetanão é um cara sem pavio. Pois é, Caetanão tinha um cachorro daqueles pequenos, do tipo que a maior aspiração possível para ele seria se transformar num poodle. E um cachorro que queria ser um poodle não tem condições de causar perigo a ninguém que tenha mais força do que um hamster, não concorda comigo?
Mas o então vizinho do Caetanão, um incauto cujo nome desconheço, e chamarei apenas de Gordo Careca, não pensava assim. Num raro momento, o cachorro se afastou do churrasco (cachorros nunca abandonam um churrasco) e se misturou à população do prédio. Gordo Careca parece não ter gostado da presença do totó e decidiu devolvê-lo. A chutes.
Estávamos todos na área da churraca, quando entram em cena: o cachorro, rolando, e o Gordo Careca, descendo-lhe a bica. Minha prima, esposa do Caetanão, correu pra socorrer o dog, quando o Gordo Careca decidiu que, além de chutar o cachorro, deveria gritar com ela. Ledo engano, adiposo amigo desprovido de couro cabeludo. Caetanão, o homem sem noção e sem pavio, com o apartamento vendido e passagem na mão, não pensou duas vezes e desferiu-lhe uma garrafada no coco careca. Sem derramar a cerveja, o que classifico como uma proeza. Na verdade, não pensou nenhuma vez, afinal ele não tem pavio.
Moral da história: esta é uma história imoral, foram todos pra delegacia, Gordo Careca deu uma passadinha no hospital pra ganhar umas costuras, nada aconteceu e o churrasco continuou.
3 - Cadê o Batata que tava aqui?
Quando éramos mais novos, eu e meus amigos gostávamos de andar pelo simpático bairro de Interlagos, onde eu morava, durante a madrugada, meio sem rumo. Juntávamos todos os centavos que tínhamos (vida de estudante é duuuura), comprávamos um Sangue de Boi e saíamos pela rua, bebendo e jogando conversa fora. Numa dessas andanças, já com vinho terminado e bastante embriagados, questionávamos a infame incapacidade de, tal e qual fizera Jesus, realizar a multiplicação do vinho, quando passamos na frente de uma casa onde acontecia um churrasco. Churras daqueles de faculdade, onde tem um monte de gente, entra-e-sai e aquela coisa toda. Pois é, decidimos nos aventurar por ali, mesmo sabendo que não conhecíamos o dono, nem ninguém. Coisa de bicão mesmo (vergoooooonha). Todos, menos o Batata, que estava muito bêbado e ficou de nos esperar lá fora. Ok, entramos, fizemos amizades, comemos, bebemos... No começo, as pessoas nos olharam meio ressabiadas, mas como nesses churrascões ninguém sabe direito quem é quem, logo se acostumaram com a nossa presença. Ficamos por lá, camuflados na paisagem durante algumas boas horas. Na hora de ir embora, cadê o Batata?
Procuramos, procuramos, e nada do Batata aparecer. Uma hora depois, chega à casa uma pickup, e assim que estaciona, desce o Batata correndo da caçamba e se põe a correr desloucadamente. O salutar legume, digo, amigo, no auge do enjôo e todos os males que o consumo desvairado de Sangue de Boi pode acarretar, decidiu que seria uma boa idéia vomitar na caçamba da pickup ali estacionada. Não contente em liberar seus dejetos na caçamba alheia, ainda achou que poderia utilizar o restante da caçamba para uma soneca. Porém, ele não contava com o pior: o dono da pickup estava na festa, e decidiu sair pra um "passeiozinho" na madruga atrás de drogas na favela mais próxima. O que se sucedeu foi um Batata desesperado, ao acordar na caçamba de um carro vomitado, em movimento, nas ruas de uma favela. Neste dia, ele jurou nunca mais beber. Não cumpriu, bebi com ele ontem.De onde vieram estas histórias, todas verdadeiras e eu tenho como provar, existem muitas outras. Mas, assim como os leitores não compartilham as suas, também não vão ler as minhas. Afinal, eu sou o dono da bola aqui e se eu não quiser, ninguém brinca . E olha que essas aí nem são as melhores, viu?
Mas enfim, como palavra de blogueiro é palavra de blogueiro e vice-versa, segue o resultado do sorteio do Chimichurri. Ah, não lembra? Eu prometi reunir todo mundo que enviasse história, ou comentasse nos posts desta série, e daria um chimichurri feito por mim com todo o carinho, consternação e um mínimo de higiene. Sendo assim, que rompam as trombetas (é rompam mesmo? Não tinha outra palavra pra isso?) que lá vai no nome do feliz proprietário do molho mais agradável do universo para o acompanhamento de carnes grelhadas:
JOSI STANGER
Josi, faça o favor de entrar em contato com o departamento de logística e promoções integradas desta espelunca para que os trâmites da entrega do prêmio sejam concluídos.
Este sorteio foi feito utilizando a técnica universal de papel dobrado no saquinho, sob a auditoria e supervisão do meu filho Rodrigo, de 3 anos, que retirou o papel vencedor. Trata-se do mais gabaritado profissional para tal realização, visto que não sabe ler e não teria como fraudar as nossas urnas.
Uhhhuuuuuu!!! que legal
ResponderExcluireu ganhei!!!
finalmente vou ver qualé desse molho tão famoso!
Eu e minha filha, estamos vibrando com a notícia!
um beijinho, pra seu filhinho e valeu mesmo!
Acho que vc vai precisar o meu endereço, hehehe
te passo por e-mail...
É isso ae Josi!!!
ResponderExcluirTomara que você goste, prometo que vou preparar no capricho!!
Já vi teu e-mail, vamos dar um jeito desse molho chegar até você.
Abração
Daniel Rodrigues
Pô fiquei de fora dessa.
ResponderExcluirMas tudo bem, não faz mal, pelo menos sou HEXA e o Obina voltou pro Mengão.
Um abração
Raphael.
Fala Rapha!
ResponderExcluirNão esquenta, ainda farei outros sorteios desse tipo aí.
Quanto ao hexa, obina e outros detalhes.. não falo mais de futebol até 2010. E dependendo do resultado da copa, até 2011
Abração
Daniel Rodrigues