Como preparar um sanduíche de pernil matador

Olha, não sei aí onde você mora, mas aqui na minha terra, esse sanduba é um verdadeiro clássico, capaz de fazer a gente rodar kilômetros enfrentando um trânsito do capeta, índices de poluição chineses e motoboy chutando espelhinho só pra saborear um verdadeiro Sanduíche de Pernil.

Pra quem não é daqui, eu dou a dica: aqui em São Paulo, temos o tal Mercado Municipal. Mercadão, como chamamos por aqui. Aliás, paulistano tem uma mania irritante de mudar o nome das coisas pro aumentativo. Um dia ainda mudo o nome desse blog pra Deitando o Gato no Grelhão.

Voltando ao mercadão: é um local da mais absoluta divindade no que tange comilança e bebelança. O mercadão é como uma feira, só que fica num ambiente fechado. Cada comerciante tem sua barraquinha, porém os produtos vendidos ali são a nata do que tem de bom pra comprar em termos de comida em SP. São temperos, carnes especiais, frutas exóticas, peixes, vinhos, queijos, condimentos, uma infinidade de coisas boas pra se comprar. Tudo com qualidade TOP. E tem, também, algumas lanchonetes famosas, principalmente, por dois motivos: O sanduíche de mortadela, e o sanduíche de pernil.

Se um dia vier à nossa caótica capital, não deixe de passar por lá, vai por mim. Vais comer o pão que o diabo amassou pra chegar, porque o mercadão fica no centro da cidade, e pra conseguir posicionar o esqueleto debaixo daquele teto, terás que suplantar todos os obstáculos anteriormente citados, além de outras bizarrices da nossa cidade, como moleque fazendo malabarismo com limão no farol (há! só paulistano chama sinal de farol), motoqueiro sendo recolhido pelo SAMU, mendigo com a camisa do corinthians (hahahaha zuei) e travesti na esquina usando biquini. Mas garanto que vai valer a pena. O sanduíche, não o travesti, ok?

Pois é, mas eu moro aqui, e não tenho a menor disposição de enfrentar isso tudo só pra comer um sanduba. E assim decidi fazer o meu próprio sanduíche de pernil. E senta-que-lá-vem-a-história, porque esse post é longo. Por um único motivo: a receita é complexa. Complexa, mas não difícil. Ou seja: você vai ter muito trabalho e vai demorar, mas não precisa ser um chef engomadinho e saber em quanto tempo a jaca verde da tunísia pega liga, basta ter paciência e um mínimo de cuidado que você vai conseguir.

Essa é uma receita muito louca, vai no forno, na panela e na geladeira. Você começa a preparar hoje, e só vai comer amanhã, vai comprar vinho vagabundo e ainda por cima ficar feliz com isso. Ah, uma maluquice só. Vem comigo fazer glu-glu e bora pra dentro dessa doidera.

Comecemos pela compra do pernil. Dirija sua carcaça ao supermercado mais próximo. Ou açougue. Ou qualquer lugar que seja capaz de vender um pernil decente. Abre essa sua mão de vaca e compra logo uma peça de pernil de porco, de aproximamente 1kg. Isso, nem precisa ser muito, 1kg dá pra encher vários sandubas.

Aqui tem um detalhe importante: tem partes do pernil que são mais secas, outras tem mais gordura. Prefira uma peça que tenha um pouquinho a mais de gordura. Isso não significa que você deva escolher uma peça que seja SÓ gordura, usa a cabeça e lembra que você não está fazendo sabão, está fazendo um delicioso sanduba de pernil.

Legal, então vamos fazer a caminha pra ele nanar. Procura um pote / frasco / refratário / tupperware ou seja lá o nome que se dá a isso, e joga o pernilzim dentro. Pense num pote (vamos chamar de pote) que caiba o pernil e mais um pouco. É importante deixar um espaço porque você vai jogar um monte de coisas pra nanar com ele, maaas.... é importante também não deixar muito espaço de sobra. Já, já eu explico porque, e você vai me dar razão.

Pro bichinho não ficar sozinho durante o soninho, corte uma cebola em rodelas e deita lá no pote. Nem precisa picotar, pode ser em rodelas mesmo. Só não seja ogro, gaste um tempinho nisso e faça direito, nada de cortar a cebola em 4 e dane-se.

Agora, uns 4 dentes de alho picotados. Sem segredo: pega o alho, descasca, picota, joga lá dentro e gol do Brasil.

Prepare as suas maracas que é hora da salsa, muchacho. Hombre que é hombre picota um maço de salsa e cebolinha e manda pra dentro do pote coçando o bigodón e arrumando o sombrero. Seja hombre, maricón, mira la salsa e manda pra dentro!

Não se esqueça do sal. Com comedimento. Olhe bem pro pernil, depois olhe bem pro sal, concentra essa mente abilolada e manda sal lá pra dentro. Não se esqueça que o sal deve apenas salgar, e não destruir o seu pernil. Então, guarda essa colher de sopa e salgue com cuidado. Tou confiando em você. Pode jogar um pouquinho daquela pimentinha que eu sei que você gosta, mas, de novo: tenha comedimento, isso aqui não é comida mexicana.

Agora vamos entender o porquê do tamanho do pote. Recapitulando: você pegou um pote, jogou pernil, cebola, alho, salsa e cebolinha, sal e pimenta, certo? A essa altura, o referido recipiente já deve estar cheio até a boca e você se pergunta: Mas que diabos, o que mais eu tenho que enfiar aqui dentro, se não cabe mais nem uma azeitona? Eis que então você se responde: Macacos me mordam, ainda cabe algum líquido aqui dentro. Isso, vamos encher de líquido. Mas calma aí, não estamos falando de qualquer líquido.

Estamos falando de vinho. Vinho branco. Vinho branco seco. Vinho branco seco vagabundo. Vinho branco seco vagabundo, mas nem tanto.

Captou?

Não?

Pensa comigo: o que você está fazendo é um marinado. Ou seja, a carne precisa ficar submersa em líquidos e condimentos. O líquido é vinho. Além de marinar a carne, o vinho ainda pode marinar a sua alma. É pra isso que ele serve, pra trazer alegria aos nossos embriagados coraçõezinhos, não?

Portanto, se você pegou um pote muito grande, vai precisar de muito vinho pra submergir a carne. Se você usou um pote do tamanho certo, vai precisar de menos vinho. E vai poder beber o que sobrou, com exatamente o mesmo efeito prático sobre a sua carne. Por isso o vinho tem que ser vagabundo, mas nem tanto. Porque você vai desperdiçar um tanto na carne, mas vai beber o resto. Um liebfraumilch de $7 resolve bem o problema. Meia garrafa no porco, meia garrafa na mente e tá feita a felicidade.

Olha lá, o pernil debaixo do tempero todo

Acabamos a primeira parte. Fecha bem o pote (esqueci de falar, ele tem que ter tampa), chacoalha como se não houvesse amanhã e bota a criança pra dormir no aconchego da sua geladeira.

Boa noite, já diria o cid moreira. Mas hoje em dia ele prefere falar jabulaaaaaaaaaaniiiiii. Vai dormir e amanhã a gente continua.

Acordou? Limpa essa remela e vai lavar essa cara. Bora pras panelas que o dia vai ser longo.

A primeira coisa que a gente vai fazer é mandar o nosso marinado pro forno. Despeja todo mundo numa bandeja, coloca um copo d'água pra fazer volume, cobre com papel alumínio e olha pro relógio. Faz a conta, você vai tirar aquilo do forno umas 2 horas depois. Tempo suficiente pra você preparar o resto das coisas, porque, te falei, essa receita dá um trabalho do cão.
Obs: O pernil tem que ficar no forno 2h. Mas isso depende do seu forno, por motivos óbvios. A partir da primeira hora, vale a pena abrir o forno de vez em quando pra avaliar. Se o líquido secar, joga mais água na bandeja. O pernil fica pronto quando você não aguentar mais o cheiro maravilhoso que sair do seu forno, digo, quando você espetar ele com o garfo, e parecer que está espetando uma manteiga derretida. Ele fica macio pra caramba.
Enquanto ele tá no forno, picote mais uns 3 dentes de alho, e guarde num pires. Corte mais umas 2 cebolas médias em rodelas, guarde numa xícara. Praticamente um chá, mas recomendo não beber cebola e alho no café da manhã.

Picote um tomate grande, dois pequenos ou um médio e meio, tanto faz. Faça as contas e tenha tomate picado, que você pode colocar num pratinho.

Pimentão, você vai precisar de bastante pimentão. Três, pra ser mais exato. Um de cada cor. Se você não sabe, as cores são vermelho, amarelo e verde. Picota os 3 e deixa num pote qualquer.

Confere como está o pernil. Se ele estiver macio e o cheiro estiver te enlouquecendo, o pernil está pronto. Retire ele da bandeja sem, necessariamente, jogar fora o líquido que sobra. Pega uma faca e tenha juízo nessa sua cabeçona, picotando o pernil sem comer tudo antes da hora e sem cortar esse dedão peludo.

Hora do refogado. Sabe o que é um refogado? É a base de um moooonte de pratos que você come e acha gostoso. Basicamente, uma fritura de cebola, alho e mais um monte de coisas.

Comece escolhendo uma panela grande, pense que você vai ter que colocar tudo isso que você preparou dentro dessa panela. Deite um pouco de azeite extra-virgem (já falei mil vezes que existe uma diferença gritante entre um azeite bom e aquele óleo que você jogava no tanque da mobilete, não preciso repetir, certo?) na panela e manda pro fogo.

Alguns segundos depois, jogue lá toda a cebola. Vai começar a fazer barulhinho, cheiro gostoso na cozinha, aquela coisa toda. Misture um pouco com uma colher de pau.

Sempre que eu faço refogados, costumo jogar uma folha de louro na hora da cebola. Ajuda a ficar mais bacana, pode confiar.

Assim que a cebola começar a murchar e ficar meio amarelinha, jogue o alho picotado. Essa é A HORA.  O cheiro é coisa de louco. Mexa um pouquinho pro alho dar aquela queimadinha bacana, e jogue todo o resto: pimentões e tomate.

O seu trabalho daqui pra frente é, basicamente, mexer essa coisa. Fica mexendo até os pimentões ficarem meio molengas. O pimentão é o ingrediente mais rígido da receita toda, quando ele estiver mole, todo o resto já tá sabendo que a pipa do vovô não sobe mais.

- ritmoooooo.... ritmo de feestaaaa...

Lembra do pernil? Já comeu tudo, ou você conseguiu segurar a gula? Jogue o que sobrou dentro da panela, picado pequeninho. Aproveite e mande pra panela também aquele resto de líquido que sobrou na bandeja. Aquilo é cebola, alho, vinho, caldo do próprio pernil... Não tem como ficar ruim, né?

Bacana, agora basta mexer até misturar bem, deixa ferver um pouquinho todo mundo junto, o recheio do sanduíche não pode ficar muito líquido, você deixa ferver até reduzir um pouco. Tá quase pronto, finalmente.

Recomendo roubar um pedacinho da panela, embora eu duvide veementemente que ainda não o tenha feito. Nesse momento, você pode corrigir o sal, se for necessário.

Enquanto ferve, mande alguém buscar pão fresco na padaria. Mande o dinheiro contado, você vai esquecer de pegar o troco, eu te conheço. Tome uma cerveja enquanto ferve, ainda não havia lembrado disso.

Pronto. O pessoal voltou da padaria, abra um pão, jogue o pernil lá dentro e seja feliz.

chora, ruth lemos: isso que é sanduíche-iche.

Rendimento: um monte. Dá pra fazer uns 10 sandubas fácil, fácil.
Tempo de preparo: um monte. Vire um escravo da sua própria cozinha.
Custo: O pernil vai custar uns $12. O pimentão é caro pra dedéu, você vai gastar uns $12 de pimentão, acredite. Cebola, tomate, alho e afins devem somar mais uns $5. Vinho vagabundo custa $7. Fora o pão. Pense que vai gastar umas 30 pratas, mas vai alimentar um monte de gente.

Drops de Churrasco - Ed. 4

A copa acabou, a vuvuzela miou, a Espanha ganhou. E agora, José? E agora você? E agora lá vamos nós, voltando à programação normal mesmo sem nunca ter saído dela, abrindo a semana com mais um drops de churrasco, rapidamente churrasqueando sobre fatos absolutamente desimportantes acerca do nosso ambiente churrasquístico.

Começamos com a agradável visita que recebi aqui na minha casa, quando o leitor Caio Racca abriu mão da instituição dos Correios e veio até aqui buscar o seu prêmio. Ganhador bão é assim, esquece o Sedex, o cara vai buscar. Gente que faz. E ele fez. E ganhou o seu Kit Maturatta, ganhou um café e ambos ganhamos agradáveis minutos de boa conversa. Mais uma vez, agradecimentos mais que especiais ao Caio, ao pessoal da Maturatta (que é da Swift, Friboi, JBS, enfim. Essas empresas ficam se vendendo o tempo todo só pra gente não entender depois). Mas agradecemos do mesmo jeito, afinal: Quem bate uma bola na grelha fica _________ (complete com o seu trocadilho predileto). BRINKS!

Aliás, o Caio, quando veio buscar o seu prêmio, me lembrou de um detalhe. Certa vez, num comentário de alguém, eu disse que havia feito um sanduíche de pernil. Porém, eu nunca escrevi a receita desta iguaria aqui no blog. Devidamente lembrado, prometi a ele que o faria durante o feriado. Como de praxe, prometi e não cumpri. Acontece que uma barbeiragem tecnológica deste que vos escreve me fez passar o feriado todo off-line, olhando para a cara do modem 3G e sem saber o que fazer com ele. Como dizem os americanos, cocôs acontecem! E eu fiz um dos grandes. Diante do fato, nada me resta a não ser postar uma foto do referido sanduba aqui, e prometer mais uma vez que desta vez cumprirei a promessa não cumprida e aguarda aí que esta semana eu escrevo a receita. E posso garantir que vocês não vão se arrepender, esta é uma das melhores do meu maltrapilho repertório culinário.

Tem mais uma novidade, mas essa ainda não tem foto e nem prazo pra acontecer. Quem leu o post da resenha da Tramontana Grill, pode ver que fui acompanhado a tal recinto de meus amigos Luiz Caprioli e Vince Vader. Pois então, pra quem não sabe, o Vader é um especialista em games de toda a natureza. E no mesmo dia da resenha, ele me disse: Dani, vou fazer pra você um cardgame de churrasco. Sim, um jogo de cartas de churrasco. E não é que o cidadão fez mesmo, e não é que ficou legal, e não é que eu vou produzir e ofertar aos ilustres e iluminados leitores desta espelunca? Aguardem, vai ficar mega bacana.

Por enquanto é só, pe-pessoal. Aguardem por mais receitas. E a partir de agora, com fotos. Aprendi a usar a fabulosa máquina que ganhei, agora todos os posts de receitas virão devidamente ilustrados.

Resenha de churrascaria vagabunda: visita à Tramontana Grill

Uma das coisas mais legais desse blog é o envolvimento dos leitores. Isso mesmo, você que está aí do outro lado da tela, babando e pensando naquela carne malpassada enquanto lê as estapafúrdias e catastróficas aventuras que cometemos atrás de um único objetivo: comer churrasco. Se você está duvidando, leia os comentários em qualquer post.

Pois esta semana fui surpreendido por um grupo de leitores. Leitores estes que respondem pelos singelos nominhos de Markito Mesquita, Luigi, Gordão e Japonês Fuleiragem. Recebi um e-mail do Markito Mesquita, o que me fez, acima de tudo, levar um baita susto.

Neste ponto, ter hipermetropia é uma coisa bacana, que pode te fazer dar boas risadas em momentos inesperados. Isto porque a hipermetropia, esta alegre e animadora anomalia da visão, pode confundir algumas letras na hora de ler alguma coisa sem óculos, e pra você dar risada, basta ter um inconsciente fanfarrão, o que este que vos escreve tem.

Isto posto, assim que chegou o email, estava eu sem os referidos óculos, e de pronto li que havia recebido um e-mail do Markito, o homem sem mosquito. Não sabe quem é? Vai no goooogle e ria.

Enfim, era o Markito Mesquita, que nada tem a ver com mosquito.

Markito Mesquita é leitor do blog, e ao ler a resenha da Tramontana Grill, aqui descrita, salivou. Salivou como nunca antes salivara. Rapidamente, recrutou um grupo de corajosos amigos, e dirigiu-se à Praça da Árvore, afim de saborear as iguarias que este que vos escreve, resenhara.

Daqui pra frente, passo a palavra para o leitor Markito Mesquita. E fica meu agradecimento pela confiança, e fico bastante feliz e confortável por não ter mentido na resenha.

Quinta-feira, dia 1 de Julho de 2010.
Cheguei normalmente ao trabalho, ao entrar no Twitter vi um RT com a palavra “churrascaria”. Como grande amante de carnes que sou, cliquei sem pensar e sem terminar de ler do que se tratava.
Era minha primeira visita ao Deitando o Gato na Grelha. Mal sabia eu como esse clique iria mudar o andamento do meu dia.
Por bondade do destino, o post do dia era sobre a Tramontanna Grill. Ao ver o texto longo imaginei que não iria conseguir ler até o fim... Estava errado, a cada linha eu me sentia praticamente dentro daquele templo carnívoro e econômico.
Terminei a leitura, e passei o dia em guerra com meu estomago, eu precisava conhecer aquele lugar! Não poderia esperar um ou dois dias. Decisão tomada, recrutei os participantes do sagrado evento. Pessoas escolhidas a dedo: Markito Mesquita, Luigi Perez, Marcelo “Fuleragem” Narita e Cássio “Gordão” Farhat! Horário marcado. E lá fomos.
Ao chegar no metrô, logo vimos aquela fachada sem qualquer sinalização. Apenas uma placa com o preço R$ 12,99. Sim amigos, a Tramontanna Grill existe! Não só existe como acabou de se tornar vital para o bom andamento da vida gastronômica dos 4 guerreiros presentes.
Atendimento incrível, carnes sangrando, cerveja gelada! Cada detalhe falado no review do blog é real! O sotaque, os detalhes, as carnes... Parecia que eu via um filme que já tinha lido o roteiro. E esse filme, meus caros, merece ganhar o Oscar!
O momento merecia um registro, por isso, anexo algumas fotos da nossa visita a esse lugar fantástico chamado Tramontanna Grill! Esse blog ganhou nossa confiança eterna.
Grande abraço. 
Markito Mesquita e cia carnivora.

Abaixo, as fotos enviadas pelo leitor. Parece que a coisa estava boa, por lá.

Note que, realmente, não tem placa na porta.

o interior do palácio, com a mesa de vegetais.

mesa surrada, ventilador desligado e quadro feio na parede.

olha a cara da rapazeada kkkk

Mais uma vez, Valeu Markito!!!

Quem quer ganhar um KIT MATURATTA? - RESULTADO

Amigos, após essa rrrrridícula [/galvão bueno] eliminação do time dos amigos do Dunga, é com lágrimas nos olhos que eu digito a vocês que asl,cma sdlc sldkvn sdvmasjfac aksf baksbj kabj jksz k.

Droga, deixa passar um guardanapo nas lágrimas.

Pronto, tá limpinho.

Bom, voltando à vaca fria, eliminada e expulsa aos 20min do segundo tempo que eu comunico que o grande vencedor do sorteio do Kit Maturatta é o querido leitor:

CAIO RACCA

Grande garoto!! Entra em contato comigo através do e-mail danielwalterrodrigues@gmail.com e a gente vê como eu faço pra entregar o seu prêmio.

O sorteio foi meticulosamente auditado pela minha esposa e pelo meu filho de 4 anos. O sorteio foi realizado com toda a lisura e transparência: perguntei à minha prima um número entre 1 e 38, ela mandou 19 e tá lá o Caio Racca com a maturatta na mão. Só contar e ver o número do comentário dele.

Parabéns, garoto. Valeu À Swift-Friboi-Maturatta, valeu a todo mundo que participou.

Se alguém conhecer algum emprego novo pra oferecer pro Dunga, entra no twitter e manda #empregonovoprodunga. retranqueiro maldito.

Resenha de churrascaria vagabunda: Tramontana Grill

Este post foi escrito a 6 mãos, 30 dedos, 3 cabeças e outras coisas que eu nem quero citar aqui. Nesta empreitada, fui honoravelmente acompanhado pelos meus grandes amigos Luiz Caprioli e VinceVader, que meteram os seus cascos na produção desta resenha. Agradecimentos muito especiais pela boa companhia e pela ajuda com a primeira resenha de churrascaria vagabunda.

Dizem que futebol é uma caixinha de surpresas. Não é. Quem inventou essa bobagem não tem a menor idéia do quão surpreendente é a churrascaria que abre esta série. Uma surpresa atrás da outra, um lugar que, definitivamente, foi criado para alegrar os nossos malpassados coraçõezinhos. Vai vendo.

Se você já andou pelo metrô de São Paulo, provavelmente já passou pela estação Praça da Árvore. Pois o que você nem imagina é que logo acima da terra, nas imediações da estação Praça da Árvore, existe um gênio incompreendido, um verdadeiro templo da comida barata, antro da melhor gastronomia popular. Este mestre da culinária responde pelo nome de Tramontana Grill. Vai por mim, quando estiver no metrô, passando pela Praça da Árvore, cancele os seus compromissos, desça do metrô, caminhe pela rua Guaraú até o número 70 e separe $12,90 pra saborear o melhor churrasco que você pode comer com pouco dinheiro.

E a Tramontana Grill não é só excelente enquanto churrascaria, é um verdadeiro espetáculo, um local de diversão e arte. Entrenimento completo pra você pra toda a sua família.

Comecemos esta resenha pelo local. Pequeno, apertado, não tem placa na porta e não tem nada de mais. Mesas simples, toalha surrada, cadeira velha, enfim. Sinceramente, não esperava nada de luxuoso lá.

Sentamos na única mesa disponível, bem no centro da Tramontana, o que, pra quem conhece churrascarias, é uma boa estratégia, porque sempre tem garçom passando. Porém, na nossa mesa sentou-se também um cara, um desconhecido. Provavelmente devido à falta de lugar nas outras mesas. Azar o dele, teve de almoçar ouvindo a gente falar bobagem e comemorar os gols do paraguay. Mas como notei que, eventualmente ele segurava o riso, tudo beleza.

O atendimento foi um show à parte. Nada disso de fingir que você não existe, passar direto pela mesa, nada disso. Sem miséria, serviço 100%. Assim que chegamos, um simpático garçom paraibano veio nos perguntar, com sotaque gaúcho, quais as bebidas que gostaríamos de apreciar. Como não quis beber em horário comercial, pedi um guaraná com gelo e laranja, a melhor combinação de todos os tempos entre frutas e refrigerantes. Aliás, uma característica peculiar do local: todos os garçons, não importa de onde vierem, precisam ter sotaque gaúcho. Se a Tramontana contratar um garçom holandês, ele vai ter que aprender a falar bah, tche, chamar moleque de guri e levar guampo da patroa. O próprio Luiz notou que um dos garçons era barman do Madame Satã, e lá ele não usava sotaque gaúcho.

Isto posto, fomos checar a mesa das saladas. Peguei um prato, entrei na fila e coloquei nele algumas beterrabas. Foi quando eu me perguntei que diabos eu tava fazendo ali e larguei a fila pra lá, uma vez que eu não tinha ido à Tramontana pra comer salada. Pra quem gosta de desperdiçar espaço no estômago com salada em churrascaria, a mesa parecia bem completa, com folhas, verduras e todas as coisas coloridinhas que os nutricionistas dizem que fazem bem. O Vader foi mais saudável e acabou se servindo de alguns vegetais. Segundo ele, a mesa de saladas estava fabulosa, com picles, farofa e cebola aperitivo dignos de um manjar de rei egípcio, seja lá o que isso possa significar numa churracaria. Danem-se os vegetais, estamos aqui pra falar de CARNE.

Voltamos à mesa, e o ótimo atendimento já começou a mostrar os seus sinais. Os refris estavam na mesa, já no copo, excelência total. Porém, o meu guaraná com laranja não era um guaraná com laranja, e sim um guaraná com limão. Ficou ruim pra caramba, mas gostei do toque lúdico. Certamente, a primeira fanfarrice de uma equipe de garçons feita pra divertir você. Lembrei da propaganda da skol e achei redondo rir de mim mesmo. Ri redondo.

Imediatamente, um graçom bahiano com sotaque gaúcho me perguntou se eu queria alcatra. Sim, segurei um pedaço com aquele trequinho que eles deixam na mesa, e o garçom cortou um generoso pedaço pra mim enquanto a peça pingava na toalha. Deve ser pra deixar aquele cheirinho de carne no ar, coisa de gente criativa e solícita. Se meu companheiro Luiz sentisse vontade de comer mais alcatra, podia lamber a mesa. A carne, em si, estava razoável. Acho que a peça estava na mão do garçom há algum tempo, porque estava meio fria e, consequentemente, dura. Mas o sabor estava ótimo, carne bem no ponto, nota 7.

Na sequência, passou um garçom pernambucano com sotaque de gaúcho oferecendo um pedaço de fraldinha. Novamente segurei a carne com o trequinho, novamente pingou na toalha, enfim. Aí fomos surpreendidos novamente , porque a fraldinha estava sensacional. Temperada só com sal, sem nenhuma boiolice, mas muito saborosa. Dou a ela uma nota 9, sem pestanejar.

Depois da fraldinha, o japonês bateu o pênalti no travessão e a churrascaria levantou. Sensacional, acho que todo mundo lá na Tramontana estava com o mesmo sentimento que eu, aquele medo de ter que torcer "tcha, tcha" se algum time oriental ganhasse a copa. Enquanto isso, Vader dava nota 10 pra kafta.

Chegou a hora da picanha, trazida por um garçom alagoano com sotaque gaúcho. Enquanto a peça pingava na toalha, escolhi mais um pedacinho e peguei com o trequinho. Aliás, estávamos em 3 na mesa (fora o tiozinho desconhecido), e só tínhamos 2 trequinhos. Deve ser mais uma fanfarrice dos garçons. "Viu aquele cara pegando a picanha com a mão?", devem comentar os garçons no busão de volta pra casa. Entretenimento interno, coisa de gente alegre.

A picanha estava boa, como deveria ser uma picanha de churrascaria. Eles fazem aquele rolinho, espetam, salgam e deixam na churraca. Ela fica boa sempre. Se uma churracaria errar a picanha, corre dali que tem algum muito errado acontecendo. Nem vou avaliar, porque picanha é sempre nota 10.

Foi quando fomos surpreendidos novamente. Novamente. O gerente, um gaúcho com sotaque gaúcho, veio perguntar pra gente se a carne estava boa, se queríamos mais alguma coisa, se o atendimento estava divertido o bastante. Incrível, jamais imaginei que isso aconteceria num restaurante popular. Pedi mais um guaraná com laranja, o Vader pediu coraçãozinho (que depois se revelou outra iguaria) e o Luiz lembrou que não havia visto costela bovina. Quase pedi um pedaço de pão pra passar na toalha, aquilo devia estar delicioso.

O milagre do atendimento trouxe coraçãozinho enquanto o gerente ainda estava na mesa. 10 no coraçãozinho de frango, 10 no coraçãozinho da gente. Telepatia também é entretenimento. Se é entretenimento, é Tramontana Grill. O garçom rapidamente trouxe o meu guaraná, mas entregou ao Luiz. Definitivamente, não era o meu dia de tomar guaraná com laranja. Sorte que ele é um bom camarada e me devolveu o guaraná, desta vez com a laranja. Se fosse o tiozinho desconhecido, acho que eu ficava sem. Trouxe também um javali, que estava muito bom, nota 8. Tinha um temperinho especial nele, fabuloso.

A costela foi o ponto fraco do dia. Acho que, na tentativa de ser solícito, o gerente mandou tirar a costela antes da hora. Um garçom cearense com sotaque gaúcho trouxe um pedaço generoso, mas que não pingou na mesa, e parecia meio durengo, não tava legal, não. Nota 3.
Aqui temos uma discórdia, pois o Vader deu nota 10 à costela bovina. Ou seja: é loteria. No meio da costela boa, eles colocam uma duranga. Entrenimento é isso aí.
Pois é, se você pensa que acabou, fomos surpreendidos novamente, pela terceira vez. Um garçom maranhense com sotaque gaúcho apareceu com uma belíssima peça de cupim. Mais uma vez, repeti o procedimento com o trequinho e, antes que ele pudesse ir embora, gritei pra quem quisesse ouvir: pega um pedaço dessa porra!

A idéia era apenas comunicar ao Vader e ao Luiz que a carne estava muito boa, mas acho que exagerei um pouco no volume, e assustei o tiozinho desconhecido. Mas não pude me conter, aquele foi um dos melhores cupins que eu já comi na vida. Muito, mas muito melhor do que o meu cupim ao alho, famoso nos churrascos que faço. Macio, saboroso, carne bem molhada e com sal na medida, com uma casquinha por fora. Repeti duas vezes. Uma delícia, levou nota 10.

Enfim, chegou a hora de pagar a conta e levantar dali. Nos dirigimos ao caixa com a comanda na mão, dividimos a conta em 3. O custo final ficou em $17,00 pra cada um, uma bagatela. Preço de banana, mas é carne, que é muito melhor do que banana.

E se você pensa que a fanfarrice termina aí, está muito enganado. Eu pedi um cartão da Tramontana pro cara do caixa, que se assustou e deixou a máquina da Visa cair no chão. Sorte que eu já havia acertado a minha parte, porque a partir daí, ninguém mais pagou com visa. Enquanto isso, outro garçom deixava cair um copo d'água no Vader, acredita? Uma fanfarrice atrás da outra, só pra nos alegrar. E alegres ficamos, 100% de aproveitamento.

Pra finalizar, o site da Tramontana Grill é um espetáculo à parte. O preço tá errado (no site mostra 14,99, mas é 12,99), os garçons da fotos são os mesmos, o logo é o mesmo, mas o ENDEREÇO NÃO É O MESMO. Isso mesmo que você leu: o endereço, localização, mapa no site, fotos do local estão todos errados. Mas os garçons que aparecem na foto trabalham mesmo lá. Isso significa que eu não errei de site, o site que errou de churrascaria. Mais uma trapalhada meticulosamente calculada pra nossa diversão. Pensa que é num lugar, vai no outro. Sensacional, adorei! Deve ser por isso que não tem placa na porta.

Tramontana Grill é um lugar que eu recomendo. O Deitando o Gato na Grelha aprova, bate o carimbo e garante com o selo "ESSA CHURRASCARIA VAGABUNDA É 10".

Tramontana Grill, obrigado por você existir.

Resenha de churrascaria vagabunda

Quem aqui nunca pisou naquele restaurante mequetrefe, aquela pia de porco? Aquele caso clássico, que você entra, se arrepende de ter entrado, tenta fugir, mas sempre aparece aquele garçom solícito que te convence a ficar e degustar aquela comida gordurosa, aquela salada mal-lavada, aquele pão surrado.

Quem nunca passou por uma situação assim que atire o primeiro coliforme.

Por outro lado, sempre tem aquele boteco porco que aparentemente não vale nada, e acaba por lhe proporcionar momentos do mais puro deleite, lhe permite cravar os dentes em iguarias nunca dantes vistas, verdadeiras maravilhas da culinária popular.

- bem passado, no capricho pro cliente da mesa 3!

Pois te cuida Fasano, te cuida Fogo de Chão, porque a partir de agora, este blogueiro, em defesa dos leitores desta esplunca e dos botecos injustiçados deste Brasil varonil, sai em busca das maravilhas encontradas em restaurantes baratos e churrascarias vagabundas mundo afora.

Seja bem-vindo, traga os amigos, limpe os pés antes de entrar e prepara aquele velho e surrado ticket refeição, porque começa aqui a mais nova série deste blog: resenha de churrascaria vagabunda.

PS: Ainda tá valendo a promoção do Kit Maturatta, vai até amanhã, dia 2 de junho! Leia o post anterior!

Quem quer ganhar um KIT MATURATTA?

Adoro o capitalismo. Sério, coisa bacana, acho demais esse lance de trabalhar pra ganhar dinheiro, gastar o dinheiro com coisas, que são feitas por empresas, que empregam as pessoas, que ganham dinheiro pra comprar outras coisas e tal. Enfim, pessoas compram coisas, empresas compram pessoas, e até pessoas compram pessoas.

Aí que você me pergunta que cogumelo eu tomei no café da manhã pra tar filosofando sobre os sistemas econômicos e seu reflexo na concepção moral do inconsciente coletivo da sociedade moderna enquanto constituição civil a essa hora, num dia de jogo do Brasil (vai Brasil sil sil). Pois é, acho que até eu me pergunto que diabos eu tou pensando nisso agora.

Ah, sim, lembrei. Tive uma conversa com um amigo na semana passada, sobre este blog aqui. Ele me perguntou porque eu não usava o blog pra ganhar dinheiro. Disse a ele que não tenho muito interesse em sair enchendo o blog de propaganda, falando bem de produtos que não gosto ou coisa do tipo. Por um motivo muito simples.

Há algum tempo atrás, algum gênio da internet criou o termo monetização de blogs, e a partir desse momento, toda sorte de adolescentes gordinhos cheios de espinha achou que putsqueparius, é só abrir um blog, começar a escrever e ficar rico!!!

Putsqueparius, é só abrir um blog, começar a escrever e ficar rico!!!

Assim procederam, cada nerd se dedicou ao seu blog, abdicando assim da possibilidade de perder a virgindade, produziram conteúdo de qualidade duvidosa e encheram de link patrocinado. Encheram, rebocaram, arrepiaram, chafurdaram cada blog em link patrocinado. Cada linha escrita tinha que encaixar com um "enlarge your penis".

E isso, honestamente, eu não curto não. Acredito muito em link patrocinado, mas não como modelo de negócios pra um blog.

Aí o mais letrado leitor se recorda de Karl Marx e já pensa: esse blogueiro é mesmo um comuna muito do safado.

E eu te digo que NÃO. Não sou comunista, comunistas comem crianças. Você já viu alguma receita de carne de criança aqui? Viu? Mas ainda vou fazer deste blog uma grande fonte de renda. Grande, imensa, de deixar a caixa-forte do tio patinhas no chinelo. Amigo leitor, este blog ainda vai dominar o mundo AAAAHAHAHAHAHAHAHAHA (risada de monstro). Mas não vai ser com link patrocinado, não. Aguardem pelas emoções dos próximos capítulos.

Voltando ao assunto, eu tava mesmo falando do lance do capitalismo, de comprar pessoas, não era mesmo? Pois então, olha que bacana, na quinta-feira da semana passada, recebi aqui na minha casa um presentinho do pessoal da Maturatta (leia-se Swift, que antes era Friboi, enfim, coisas do capitalismo). Na verdade, recebi dois presentinhos, olha que legal.

E foi então que meu amigo me perguntou: "Aí comuna, tá se vendendo é?". E nesse momento eu dei uma nota de 10 pra ele, e comprei o seu sliêncio.

- hay que endurecer

Não, não estou me vendendo, não há nada nisso. O sistema é simples: O pessoal da Maturatta, que já participou por aqui em outros momentos, me deu dois presentes: um pra mim, e outro pra vocês.

Pra você entender o lado capitalista da coisa. A Swift-Friboi-Maturatta chegou pra agência de publicidade e falou "seguinte, tá aqui um milhão de reais e eu quero que você dê um jeito de fazer o pessoal comprar mais carne e fazer mais churrasco". Aí a agência poderia pegar o milhão de reais, e meter um anúncio na Veja. Ou no Faustão, ou bancar a ana maria braga fazendo alguma cagada gastronômica com uma carne no programa matutino. Ou fabricar uns brindes e dar pra blogueiros sortearem entre os seus leitores, e foi essa a opção que eles escolheram.

Assim, fica todo mundo feliz: O Seu Friboi que vendeu mais carne, a agência que ficou amiga de um blogueiro gente fina (há!), o blogueiro que ganhou presente e um feliz leitor do blog que vai ganhar um mimo que vale UM MILHÃO DE REAIS. Sacou?

Bom, essa teoria toda era pra te ensinar como ganhar um fabuloso kit Maturatta aqui no blog: basta escrever qualquer coisa nos comentários. Qualquer coisa, mas usa a cabeça e mantenha o nível das lustrosas mentes dos leitores desta espelunca. Todo mudo que comentar, tá participando. Menos o leitor que não se identificar, esse aí tá na lama, não ganha nada e a gente não vai com a cara. O distinto leitor tem nome? Tá participando. O distinto leitor não tem nome? Não tá participando. O distinto leitor se chama Anônimo? Não tá participando também. Simples assim: tem nome, tá dentro.

Ah, e faltou falar do presente, né? O brinquedo é composto por um avental bacana pra você não sujar a sua camisa do Brasil, e uma geladeira térmica maneiríssima, pra você encher de cerveja e esconder do lado da churrasqueira. Isso vai te evitar aquele trabalho chato de correr na geladeira quando acaba cada breja.

A promoção chama-se Craque do Churrasco (bem a cara da gente, não acha?), o link é esse aqui e o kit você confere aqui. NA TELA:


Esse lance de bater bola na grelha... não sei não. Se no último post já tinha gente achando que o nome do blog era pornográfico, imagina o dessa promoção.

Boa sorte, vou sortear um felizardo antes que o Brasil saia da copa na sexta-feira dessa semana.

Drops de Churrasco - Ed. 3

Tá notando alguma coisa diferente por aqui? Cadê aquele fundo bege feioso? Porque a barra de navegação mudou de lado? E esse menu aqui em cima? E essa vaca-desenho com olhar fixo? Me dá um pedaço desse filé no alho?
Pois é, caro leitor, amigo churrasqueiro de tantas aventuras. Foi-se o tempo em que esse blog era um boteco sujo e mal frequentado. Agora ele é um boteco sujo e mal frequentado, mas pelo menos eu passei um photoshop nele pra parecer melhorzinho. Gostou do novo layout? Espero que sim, porque isso deu um baita trabalho e eu não pretendo mexer nele tão cedo. Sinta-se em casa, o gato continua deitado na grelha, mas agora, de roupa nova.

Vamos ao que interessa, os drops dessa semana:

E aí eu fui visitar uma cliente na semana passada. E alguns dos meus clientes sabem da existência desse blog. E lêem, e depois dão risada comigo. Normal. Mas essa cliente, em especial, fez um comentário que me deixou com a pulga atrás da horta. Ela me falou assim: "Sabe, esses dias eu tava pensando no nome do seu blog. Às vezes eu acho que ele tem um nome meio de filme pornô..". Cacildis, diria o trapalhão fanfarrão. Nunca, nunca tinha pensado nisso. Será que as pessoas entendem o fato de deitar o gato na grelha como posicionar um cara bonito sobre garota para ato libidinoso? Não, gente, pelamordedeus. A expressão "deitar o gato na grelha" é apenas um convite mais informal para um churrasco, uma expressão que eu sempre usei, muito antes de começar o blog.
- Ô malandro, bora lá deitar um gato na grelha lá de casa?
- Demorô.
Simples assim, uai. Mas achei engraçado, de qualquer maneira.

E tá passando essa copa na África aí, e me lembrei de uma história que eu ouvi. Uma prima e o marido dela foram pra África no começo desse ano, e particiaram de alguns churrascos lá. Disseram que se come muito bem por lá, eles fazem o churrasco sobre ripas de madeira, o que fica mega bom, mas tem um costume que achei bastante bizarro. Lá não tem dessas, que todo mundo compartilha comida e tal, como fazemos aqui. Funciona assim, tem um cara que é o churrasqueiro (como aqui, ok), e cada um leva a sua carne, entrega pro churrasqueiro e fica esperando. Aí o cara prepara a sua carne e serve a você. Prepara a carne do vizinho e serve a ele. Ou seja, se você levar lnguiça (kkk), só vai comer linguiça, mas se levar costela, só vai comer costela. Bem esquisito, não acham? Po, uma das coisas mais bacanas do churrasco é a coisa de compartilhar a comida, um lance meio instinto animal. Fora que o churrasqueiro se dá mal, porque não pode ficar roubando pedacinhos de carne. Só se ele levar a dele :-(

No post anterior, eu escrevi "merda". Um palavrão. Mas que puta cara mal-educado que eu sou. Enfim, isso te ofendeu? Espero que não tenha a sensibilidade de uma fada-madrinha, uma branca de neve ou um pokemon pouco evoluído, a ponto de achar que eu devo economizar palavras por aqui. Pois é, mas essa semana eu fui repreendido. Mais do que isso, fui reprovado. Explico: existem sites que são agregadores de links, ou seja, o site em si não tem conteúdo nenhum, mas blogs diversos enviam seus conteúdos pra lá. Pro cara, é uma maneira de ter conteúdo, encher aquela porcaria de propaganda e fazer a roda dele girar. Pros blogs, é uma maneira de atrair algumas visitas. Não acho um modelo muito bacana, mas essa semana resolvi enviar um post meu pra um destes agregadores de conteúdo. Mandei o link do último post, da picanha invertida. Pois não é que o post foi reprovado? Motivo: conteúdo de baixo calão.
O cidadão não se deu ao trabalho de ler o contexto do post, e entender porque eu escrevi "merda" ali. Inconformado com a breguice do cara que não tem conteúdo, resolvi mandar um e-mail pra ele, pedindo educadamente que lesse o post e entendesse que eu não estava ali xingando ninguém, nem mandando um palavrão da janela de casa. Tinha um contexto poético (kkk). A resposta dele foi bastante vaga e contendo algo como "eu já fiz teatro e bla bla bla, mas seu post tá reprovado". No final, desisti e me deixa aqui feliz com toda a pouca educação que a minha mãe me deu. Ou deveria ter dado. Quer saber? Amigô, tô cagando pra você e pro seu agregador de conteúdo alheio. #prontofalei.

É isso aí, pe-pessoal. Espero que tenham gostado do novo layout. Críticas, sugestões e doações em milhões de dólares para o e-mail danielwalterrodrigues@gmail.com

Como preparar uma picanha invertida, um espetáculo em qualquer churrasco

Merda.

Não, caro leitor. Não estou lamentando a escalação do dunga, nem escolhendo meu candidato para as próximas eleições, e nem tampouco dei uma topada na quina da cama. Até porque, eu estou escrevendo aqui agora, e não creio que seja uma boa prática digitar andando pela casa.

Merda, segundo o gooooooogle, é uma expressão muito utilizada entre artistas de teatro. Fanfarrões, os atores costumam desejar "merda" uns aos outros antes de entrarem em cena, visivelmente camuflando uma vontade iminente de que o companheiro de cena perca um dente, peide em cena ou simplesmente esqueça o texto. Atores gostam disso, sempre faz sucesso depois, nas cenas dos bastidores. Taí o video show que não nos deixa mentir.

Mas que diabos tem a ver esse negócio de merda tem a ver com o nosso combalido Gato na Grelha?

Simples, caro leitor. Eu, o escriba desta merda deste surrado pergaminho, estou lhe desejando MERDA. Muita merda.

Desejo-lhe merda, porque daqui pra frente, o artista é você. Pode liberando esse seu lado toni ramos, pode encarnar a ana maria braga (piada pronta, isso), vista a sua roupa de Freddie Mercury, e tenha parcimônia pra não sair do armário, porque essa carne que vamos fazer aqui é capaz de te colocar nos mais altos patamares da moral que um churrasqueiro pode atingir com a sua platéia.

A picanha invertida é assim: algum afortunado virou uma picanha como uma meia, encheu de coisa dentro, costurou a boquinha dela e mandou pra grelha. Consegue visualizar?

Isso, faça aí o seu exercício de imaginação. Vá imaginando as coisas que eu vou te contando aqui, ok?

Feche os olhos e imagine a Luma de Oliveira pelada, esqueça a picanha e nunca mais abra os olhos.

Abre.
Aaaaaabre.
AAAAABREEEEEEEEE!!!!!
Amigo, sei que a Luma é uma delícia, muito mais gostosa do que qualquer picanha, mas se você não abrir os olhos, não vai conseguir ler o resto da receita, entendeu?

Tá enxergando? Posso continuar? Limpa a remela do canto do olho.

Então, começamos analisando a peça de picanha. Pra fazer essa receita, você não pode usar qualquer picanha não. Ao longo da receita, vou explicando porque. Por enquanto, entenda apenas que a picanha não pode ser muito pequena (menos de 1kg), nem ter muita gordura, e muito menos sujeira na contra-capa. Não sabe o que é sujeira na contra-capa? São aqueles nervos na parte de trás dela.

Ok, de picanha na mão, hora de meter a mão na massa.

O primeiro passo é limpar a picanha. Tire o máximo que puder da capa de gordura da picanha. Normalmente, as picanhas com uma boa capa são bem vindas, mas dessa vez, recomendo deixá-la mais magrinha. Pegue uma faca, cuidado com essa mão e vai retirando lascas da gordura. Ao contrário da Luma, você não deve deixar a picanha pelada, apenas retire o excesso. Um pouco de gordurinha vai fazer bem.

Se você é meio louco como eu, guarde essas lascas de gordura pra fazer linguiça posteriormente. Se você é louco inteiro, pode botar a gordura na grelha, esperar ficar douradinha e mandar a sua coronária pras cucuias. Se você é muito louco mesmo, misture chantilly, uva passa e maionese e saboreie na cozinha da ana maria braga.

- menina, sente o cheirinho dessa gororoba!

Isso mesmo, dona ana. Vai já pra baixo da mesa que a receita aqui é bruta.

Enfim, você tirou bem a gordura da picanha, certo? Ok, vire ela do outro lado, e certifique-se de que ela está limpa. Mas a picanha nem caiu no chão, pergunta-se o auspicioso leitor. Não, amigo, ela não precisa cair na lama e nem andar na boca do cachorro pra estar suja. Se ela tiver nervos, membranas e afins, tá suja. Larga de preguiça, afia a faca e começa a retirar essa caca toda. Isso tudo vai deixar a sua picanha dura. E você não quer servir uma picanha dura num churrasco, quer? Eu não quero, e não quero que você queira. Então engole esse choro e limpa logo esse negócio.

Beleza, de picanha limpa e magra, deite ela na tábua. A sua missão é fazer um corte nela, paralelo à gordura. Difícil explicar sem fotos, porque eu não tirei fotos, pra variar. Então vou ter que improvisar, sente o cheiro de photoshop chegando:

recomendo substituir a tesoura por uma faca.
no photoshop, foi o que deu pra fazer.

O lance é o seguinte, você mete a faca no bucho da picanha, e vai abrindo o corte por dentro. A picanha tem que fica como um envolope, mas tome muito, muito cuidado pra não rasgar as laterais e nem o bico. Use toda a sensibilidade que ouvir Love of My Life na adolescência lhe deu e chegue o mais próximo possível das extremidades, mas sem rasgar a picanha. Se rasgar, esquece que vai dar merda. Não no sentido da sorte, no sentido da merda mesmo.

A picanha vai ficar parecendo uma luva daquelas de cozinha. Aquela, que a gente usa pra tirar as coisas do forno.

E, já que ficou uma luva, meta a mão dentro dela. Isso mesmo, experimente e veja se serve na sua mão.

No meu caso, a mão de raquete do garotão aqui não deu, não. Tive que chamar a patroa e pedir a ela que emprestasse sua doce e delicada mãozinha pra enfiar dentro da picanha. Exatamente por isso que a picanha não pode ser pequena. Senão sua mão não cabe dentro dela. Ou você tem mãozinha do mickey, ou vai ter que comprar uma picanha de mais de 1kg. Vai no açougue, mede a picanha, compara com o tamanho da mão e compra uma decente.

Legal, uma vez que a picanha serviu, literalmente, como uma luva, começa a parte mais difícil: virar a bicha do avesso. O plano é o seguinte: um mete a mão dentro da picanha e tenta trazer o bico dela, enquanto outro empurra o bico pra dentro. Como virar uma meia, com a diferença que você não come a sua meia depois de virar. Pelo menos é o que eu espero.

Assim que o bico entrar, venha virando a picanha com cuidado, bem devagar. Não tenha pressa e não seja um ogro, pois a carne pode ter algum ponto mais frágil nas laterais, e rasgar. Aí, dá merda, conforme explicações anteriores.

na hora de virar, deixamos algum ponto mais frágil na lateral.
na hora abrir, rasgou e o queijo fugiu. Dane-se, ficou bom assim mesmo :-)

Agora tá fácil, você deve recheá-la. Você pode enfiar o que quiser dentro da picanha (não, necessariamente, o que quiser, mente suja do capeta). Recomendo seriamente queijo provolone cortado em cubinhos, com bacon e um pouco de orégano. Mas já vi gente que coloca pimentão, cebola, farofa, enfim, um monte de coisa. Minha próxima receita vai ser com catupiry e ervas. Ou seja: use a imaginação. Se você não tem imaginação, encha a picanha com provolone e bacon que funciona. Não precisa lotar a picanha, senão vai vazar e fazer lambança. Encha, mas seja comedido. No caso do provolone, nem precisei colocar sal, pois o queijo já é bastante salgado. Se usar coisas sem sal, salgue as coisas.

Chama a vó aí.

Hora da costura. Para que aquele recheio todo não vaze, você precisa dar um jeito de costurar a boca da picanha. Não me venha com essa história de que não sabe cozinhar. Eu sei. E sabe porque eu sei? Porque no meu tempo as camisas de futebol não vinham com os números impressos nas costas, como hoje. A gente tinha que comprar o número na papelaria, e costurar na marra. E como minha mãe não era, exatamente, uma serzideira, ela ignorava meus pedidos e se eu quisesse jogar com um número nas costas, tinha que me virar. Assim aprendi que espetar o dedão dói, descobri que tenho hipermetropia e, por fim, aprendi a fazer uns pontos porcos que prendiam o número na camisa, e agora prendem o recheio dentro da picanha.

Tal e qual o 10 nas costas do artilheiro, costure a boca da picanha. Uns 6 pontos já são suficientes, nem precisa ser muito bem feito. Como na famosa macumba, lembre-se daquele chefe chato, e pense que tá costurando o nome dele na boca do sapo.

A picanha tá quase pronta pra ir pra churraca. Na verdade, se você é ansioso e não acha ruim o velho ditado que diz que o apressado come cru (CRU, mente suja), manda ela pro fogo. Se você quer dar um agrado nela, esprema uns dentes de alho e passe por fora na gordinha (sim, ela fica gordinha, parece um bebezinho).

Ah, é interessante passar um pouco de sal grosso por fora dela.

Deixa na churraca, perto do calor, e sem deixar que as chamas encostem nela e abre uma breja. Mais outra. E mais outra. Pronto, se a tua churraca é quente e funciona direito, tá na hora de tirar.

Pra experimentar, retire um pedacinho do bico tomando cuidado pra não chegar no recheio, e veja a cor da carne. Se estiver muito vermelha, volte pra churraca. Essa carne não é legal malpassada, não.

Ok, se a cor estiver legal, retire, fatie e manda bala. Nesse momento, abrem-se as cortinas e começa o espetáculo. A picanha invertida te faz artista.

tá duvidando? dá uma olhada nisso.
não dá vontade de bater palmas pra ela?

Duas histórias engraçadas sobre a picanha invertida:


  1. Tenho um filho de 4 anos, que adora me acompanhar nos churras, prepara as carnes comigo, maior barato. No dia da picanha invertida, ele foi comigo no açougue, ajudou a escolher a peça, queria saber como fazia, a coisa toda. Na volta do açougue, ele começa a rir sozinho no carro. Perguntei qual era a graça, ele falou: "Pai, legal esse negócio de picanha DIVERTIDA!" hehehe. Aqui em casa a receita mudou de nome, chama-se agora Picanha Divertida.
  2. Minha prima, e melhor cliente da churrascaria lá de casa, me decepcionou. Disse que a picanha invertida ficou com gosto de pano de chão. Fila da mãe, pode deixar que eu vou aprontar uma pra ela no próximo churrasco. Se alguém tiver uma boa idéia de vingança, agradeço.
  3. Semana passada, estive em Penápolis, cidade da saborosa Sabrina Sato, e da respeitável família de uma amiga nossa. Fizemos a picanha invertida juntos, a N mãos, maior barato. Ficou todo mundo tão pilhado com a picanha, que quando ela saiu, o amigo que estava cortando a carne teve que desviar dos dedos na tábua, de tanto que o pessoal voou pra cima da picanha. Foi a primeira vez que eu vi uma peça inteira de picanha sumir em menos de 4 minutos. Taí a foto pra provar:

sente o enxame pra cima da picanha


Tempo de preparo: 2 breja na cozinha, 3 na churraca. Sirva feliz.
Custo: meio carinho, $30 da picanha e mais $10 do queijo. Mas vale a pena.
Rendimento: complicado, porque o pessoal acaba comendo mais do que comeria normalmente. Serve bem umas 5 pessoas. Mas sempre pode aparecer aquela prima magrinha que se revela uma ogra e come tudo sozinha.

Receitas dos leitores: Tainha assada com farofa de camarão

Começamos este post com uma constatação fatal: todo mundo tem pai. Você pode não conhecer o seu pai, ou pode ser que ele já não esteja mais por este mundo. Ou sei lá, pode ser que você tenha pai, ele esteja vivo, mas você não goste dele. Ou ele não goste de você. Mas a verdade é: todo mundo tem pai. Alguém, um dia, convenceu a sua mãe de que seria um bom negócio realizar a cópula, assim procedeu, e olha só: você nasceu.

Pois é, eu também tenho pai. Eu conheço ele. E ele tá vivo. E eu gosto dele. E acredito até que ele goste de mim :-)

E meu pai, além de um cara batuta, gente da mais alta camaradagem no que tange árvores genealógicas, é um excelente cozinheiro, o que já foi demonstrado no post das alheiras. O que é muito lucrativo para mim, pois ele é um verdadeiro mestre na arte de cozinhar frutos do mar, o que não é a minha especialidade. Assim, qualquer visitinha à casa dele no litoral (pai caiçara, é mole?) sempre se transforma naquela tradicional lambança gastronômica, do jeito que a gente gosta, pra ficar refestelado. Aqui eu faço churrasco, lá ele faz peixe e assim caminha a humanidade, cozinhando formiga e comendo com vontade.

E eis que meu pai me conta, dias atrás, que fizera uma fabulosa tainha, e que escreveria a receita para ser postada neste blog. O que me fez encher a fralda, rechear a ceroula, borrar a sunga mesmo. Isso porque eu conheço bem a qualidade literária dos textos do meu pai, e temeroso pela possibilidade de gostarem muito mais da receita dele, do que das minhas, procurei fingir de morto, torcendo para que a internet nunca entregasse o e-mail dele, contendo a receita. Mas a internet é essa coisa louca, cheia de miguxo, caninha e ruth lemos (joga no google, beibê), e, pasmem: ela entrega e-mails. E entregou o email do meu pai, que reproduzo aqui.

Os leitores deste blog estão terminantemente proibidos de gostar mais da receita do meu pai do que da minha, ok?

"Estava procurando por alguma novidade que pudesse enriquecer o meu cardápio de especialista em frutos do mar. Enquanto o meu prezado filho adotou a churrasqueira eu procurei outros caminhos que me apeteciam mais.


Em tempo, sou o pai do prezado articulista criador deste blog. Já fui citado no artigo sobre as alheiras e desta vez decidi escrever o meu artigo.
Iniciei a minha peregrinação nas peixarias da ponta da praia em Santos. Não que eu faça publicidade de ninguém, mas é onde tenho o habito de procurar as minhas delícias do mar. Entre polvos, lulas, mariscos e outros seres das profundezas resolvi inventar um assado especial e levei uma tainha de cerca de 1,5 Kg e mais 1/2Kg de camarão que rendeu mais ou menos umas 300 g depois de limpo.


O prato que imaginei fazer é parecido com o peixe que comi em Florianópolis no começo deste ano, num restaurante muito simpático que fica bem ao sul da ilha e onde o publico costuma deixar suas impressões em bilhetinhos colados nas paredes. O prato estava fantástico e além disso estávamos sentados ao lado de uma mesa cheia de argentinos, o que nos dava a chance de contar, em voz bem alta, varias piadas.... de russo ! foi uma noite muito saborosa e divertida !


Mas falando do meu peixe, primeiramente temperei a tainha com sal, alho, azeite extra virgem e algumas gotas de limão. Esfreguei uns 5 dentes de alho moído por toda o peixe, por dentro e por fora, apliquei o sal e bastante azeite por cima e deixei que ficasse pegando gosto enquanto preparava a farofa de camarão.


Essa dita farofa é feita à partir de um refogadinho de camarão engrossado com farinha de milho.


Peguei dois tomates picados, um pouco mais de alho moído, cerca de um dente, uma cebola de tamanho médio picada no processador de alimentos, um punhado de salsinha também picada à mão, um punhado de azeitonas sem caroço, dessas que se compra em conserva e pouco mais de meio dedo de moça. ( não vá cometer nenhuma violência doméstica ! ) é aquela pimenta vermelha que mantemos conservada em vinagre.


Ponha mais ou menos meia xícara de azeite extra virgem no fundo da panela e quando estiver quente acrescente a cebola com o alho, a pimenta, as azeitonas e depois que tiver refogado um pouquinho, junte o camarão, a salsinha e o tomate picado com um pouco de agua. Deixe cozinhar até que o camarão esteja no ponto. Eu costumo esperar cerca de trinta minutos. Quando o camarão estiver bem cozido acrescente uma xícara de farinha de milho ou um pouco mais, até pegar o ponto.


Nesse meio tempo dê uma ligada no forno para ir esquentando e quando o recheio estiver pronto, deite o peixe numa travessa de metal e coloque a farofa na barriga do dito cujo. O que não couber fica por fora mesmo. O peixe deverá ir ao forno e assar por mais ou menos uns 20 a 25 minutos. Consuma quantas latinhas você achar que precisa para essa tarefa.
Como eu não tomo cerveja, sou um tipo meio jurássico, do tempo que se fazia churrasco com picanha de dinossauro, aguardei que tudo fosse para a mesa e degustei a minha proeza culinária acompanhada de uma garrafa de vinho branco “Frascatti” bem gelado.


Achei que ficou tão bom que resolvi compartilhar minha criação com os leitores deste renomado blog, com permissão do seu criador. Espero que vocês gostem.
Renato Rodrigues Fº"